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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Idiotas, gananciosos e traidores

(Osmar José de Barros Ribeiro, em 06 Fev 2015)
Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos. Mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma. Um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente. Mas o traidor se move livremente dentro do governo, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado. E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade a suas vítimas, usa sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas. Ele arruína as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo e oculto na noite para demolir as fundações da nação; ele infecta o corpo político a tal ponto que este sucumbe." (Cícero, 42 a.C.)
Por anos, sobrevivemos aos idiotas e aos gananciosos. Mas os traidores uniram-se a ambos os grupos e, em 1988, fizeram constar na atual Constituição o parágrafo único do Art. 4º: A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Foi a primeira de muitas traições.
Em 1990, Fidel Castro e Luiz Inácio Lula da Silva criaram o Foro de São Paulo para congregar a fina flor do esquerdismo sul-americano e caribenho. Mantido nas sombras e ignorado pela maioria dos brasileiros antes de escancarada a trama entre o Partido dos Trabalhadores e o Partido Comunista de Cuba, dele partiram as ações voltadas para a criação da comunidade latino-americana.
A partir de janeiro de 2003, com Lula na presidência da República, os traidores abalaram as fundações nacionais, infectaram seu corpo político e plantaram a cizânia. Em 2004, o deputado federal pelo PT/PR, Dr. Rosinha, foi autor de projeto (convertido em lei em 2009), determinando que a bandeira do Mercosul seria hasteada junto com a Bandeira Nacional, posto que tal ato representaria uma identidade latino-americana... e que um símbolo como o da bandeira ajudará a criar um sentimento de solidariedade regional.
Sob o guarda-chuva do parágrafo único do Art. 4º, sem protesto ou reparo da oposição, o Poder Executivo lançou-se, sob a presidência de Lula, à formação da tal comunidade latino-americana de nações: criação da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa) em dezembro de 2004; modificação do nome dessa Comunidade para União das Nações Sul-Americanas (Unasul) em 2007 e, no ano seguinte, a sua oficialização como organismo internacional
Em 2014, face um quadro econômico que beira a falência e atinge seus principais integrantes, a Unasul criou uma Unidade Técnica de Coordenação Eleitoral para concentrar as atividades de observação dos processos eleitorais na América do Sul, estabelecendo um padrão de observação e a Escola Sul-Americana de Defesa, destinada a ser um centro articulado de altos estudos para formação de civis e militares, com cursos compartilhados e troca de experiências de defesa. Difícil entender o que isso possa significar, numa região onde as disparidades nacionais são marcantes.
Mas não para aí o planejamento de ações voltadas para a futura criação da União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL). A presidente do Brasil listou projetos que comporão uma agenda de avaliação pelos países da Unasul: definição de sete projetos multinacionais de infraestrutura (entre 12 e 14 bilhões de dólares); criação de um banco de preços de medicamentos e de um fundo para bolsas de estudo entre os países; cooperação na gestão de riscos de desastres naturais e a discussão sobre a possibilidade de abertura do espaço aéreo dentro da Unasul.
Estamos no rumo do desastre!