Bradesco, Santander e
Itaú teriam feito ofertas pela operação no país
Londres – O
HSBC Holdings, maior banco da Europa, informou ontem um plano
estratégico para restaurar lucros até 2017. Pela manhã chegou a
ser noticiado o encerramento das atividades no Brasil. Em nota
emitida pela instituição, porém, o HSBC Brasil afirmou estar em
processo de venda e não de encerramento de operações: “O banco
segue operando, e mesmo após a venda, seguirá prestando serviços a
clientes”. A notícia provocou manifestações de funcionários.
A instituição também
deverá eliminar quase 50 mil postos de trabalho no mundo na
tentativa de reduzir custos de até 5 bilhões de dólares. Fontes
afirmam que o banco negocia a venda das operações no Brasil com o
Bradesco, o Santander e o Itaú. Conforme a instituição, 25 mil
empregos serão cortados na venda das operações no Brasil e na
Turquia, mas há informação sobre quando isso aconteceria. No caso
do Brasil, o HSBC só continuaria funcionando para grandes
decorações. Deverão ser cortadas de 20 mil a 25 mil vagas em tempo
integral, ou 10% da força de trabalho. Somente no Reino Unido 8 mil
postos poderão ser fechados.
Fontes próximas à
negociação afirmaram que o Bradesco deve desembolsar entre 3,2
bilhões e 4 bilhões de dólares pela unidade brasileira do HSBC,
que não é rentável. Em 2014, houve prejuízo de R$ 441 milhões.
No Brasil há 853 agências. O Bradesco estaria disposto a pagar em
dinheiro, segundo as fontes. Além disso, teria mais facilidade de
integrar os ativos e de obter aprovação do governo do que um banco
estrangeiro como o Santander, que também fez uma oferta. A compra,
no entanto, não seria suficiente para o Bradesco passar o Itaú
Unibanco em ativos. O HSBC é o sexto maior banco do país em ativos,
segundo os balanços das instituições. O Bradesco passaria a ter R$
1,18 trilhão em ativos, comparado com R$ 1,3 trilhão do Itaú. O
Banco do Brasil é o maior, com R$ 1,54 trilhão. O Itaú, apesar de
ter feito oferta, teria menos interesse por já ter o maior valor de
mercado no Brasil. O Goldman Sachs Group coordena a venda.
Fonte: Correio do Povo,
página 8 de 10 de junho de 2015.