Mostrando postagens com marcador Governo libera mais R$ 30 bilhões ao BNDES. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Governo libera mais R$ 30 bilhões ao BNDES. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Sartori anuncia os três primeiros secretários

Os três primeiros secretários anunciados pelo governador eleito José Ivo Sartori têm em comum a filiação ao PMDB e a confiança do partido. Carlos Búrigo, o secretário-geral de Governo, é um dos homemns mais próximos de Sartori. Foi seu secretário em Caxias do Sul e braço direito na campanha. Chegou a ser cotado para a Fazenda, mas Sartori optou por tê-lo a seu lado no Palácio Piratini. Márcio Biolchi e Giovani Feltes são deputados estaduais do PMDB, foram eleitos deputados federais em 5 de outubro com mais de 100 mil votos e também se engajaram na campanha desde o início. Na escolha dos dois, pesou o fato de serem jovens e aguerridos.
Na Assembleia, Biolchi se caracterizou como um homem de diálogo, bem-humorado, querido pelos colegas do partido e respeitado pela oposição. Filho do ex-deputado Osvaldo Biolchi, ganhou luz própria no primeiro mandato e conquistou a admiração do senador Pedro Simon. Antes de o filho Tiago optar pela carreira política, dizia-se que Márcio era o herdeiro político de Simon.
A escolha de Feltes segue a lógica adotada por Simon quando foi governador e indicou Cezar Schirmer para Fazenda. Schirmer não era do ramo, não entendia de finanças públicas, mas fez uma gestão aprovada pelo PMDB. Com a indicação de um depuatdo federal bem votado, que nos últimos quatro anos foi a voz mais forte da oposição na Assembleia, Sartori, está apostando em um líder que enxerga a máquina pública como um todo e não apenas as engrenagens da Fazenda. Para que essa estratégia funcione, Feltes terá de montar uma equipe técnica de excelência, escolhida nos quadros da Fazenda, que tem técnicos de altíssimo nível e com os melhores salários do Executivo.
A Feltes caberá a tarefa de expor, de forma didática, a situação das finanças do Estado, para que a população em geral e os servidores em particular entendam a gravidade da situação e não se rebelem contra as medidas duras que o governo terá de adotar. Uma delas é não conceder novos aumentos até que a situação se estabilize. Os reajustes aprovados no governo de Tarso Genro, e que em alguns casos se estendem até 2018, estão assegurados. O termo “congelamento”, que usei na coluna de hoje, não é preciso: serão implementados os reajustes já aprovados. O que os servidores não devem esperar é o envio à Assembleia de novos projetos de reajuste salarial ou de concessão de gratificações.

 

Blog da Rosane de Oliveira

 

PF conclui inquérito do cartel dos trens e indicia 33 pessoas

Inquérito foi encaminhado para Justiça Federal.
Investigação do MP-SP aponta irregularidades em 11 licitações.

Do G1 São Paulo

 

A Polícia Federal concluiu o inquérito do caso do cartel dos trens em São Paulo e encaminhou o caso para a Justiça Federal. No total, 33 pessoas foram indiciadas pelo órgão pelos crimes de: corrupção ativa, corrupção passiva, cartel, crime licitatório, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, na medida das condutas de cada investigado.

A PF não divulgou o nome dos indiciados. O Ministério Público de São Paulo havia denunciado, em março de 2014, executivos de 12 empresas do setor de transportes por crime de cartel e irregularidades em 11 licitações realizadas entre 1998 e 2008.

As empresas envolvidas teriam, neste período, feito um acordo para dividir entre elas contratos de reformas no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Os cinco contratos investigados somam R$ 2,7 bilhões em valores da época em que foram firmados, segundo o MP. Como a intenção verificada era de superfaturar os contratos em aproximadamente 30%, a estimativa é que o sobrepreço tenha sido de R$ 835 milhões.

Entenda o caso
A investigação começou a partir de um acordo de leniência (ajuda nas investigações) feito em 2013 entre umas das empresas acusadas de participar do suposto cartel, a Siemens, e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão ligado ao Ministério da Justiça.

O desdobramento das investigações mostrou, no entanto, que o esquema poderia estar funcionando muito antes da denúncia feita pela Siemens. O suposto pagamento de propinas a governos no Brasil pela empresa Alstom teria tido início em 1997, segundo apuração iniciada pela Justiça da Suíça.

Em 2008, o jornal norte-americano "The Wall Street Journal" revelou investigações em 11 países contra a Alstom por pagamento de propinas entre 1998 e 2003. As suspeitas atingiam obras do Metrô e funcionários públicos. Foi neste ano que o Ministério Público de São Paulo entrou no caso, pedindo informações à Suíça e instaurando seu próprio inquérito.

Também em 2008 um funcionário da Siemens denunciou práticas ilegais no Brasil à sede alemã, dando detalhes do pagamento de propina em projetos do Metrô, CPTM de SP e Metrô DF.

Em 2013, a Alstom recebeu multa milionária na Suíça e um de seus vice-presidentes acabou preso nos Estados Unidos. No Brasil, a Siemens decidiu então fazer a denúncia ao Cade delatando a existência do cartel. Em dezembro, a ação chegou ao Supremo Tribunal Federal.

A investigação se ampliou e mostrou que o esquema poderia ser bem mais amplo do que se imaginava. Em 2014, o Cade ampliou o processo e passou a investigar licitações (de 1998 a 2013) em mais locais, além São Paulo e Distrito Federal. Entraram também nas apurações Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Ministério Público
Em maio deste ano, o Ministério Público de São Paulo demandou indenização de R$ 2,5 bilhões para as empresas acusadas por formação de cartel e superfaturamento de contratos para reformas de 98 trens no metrô de São Paulo.

O promotor Marcelo Milani pediu a dissolução das empresas que teriam participado do suposto cartel, a quebra dos sigilos fiscal e bancário das empresas e dos ex-diretores do Metrô, e a indenização.

 

G1

 

ANP publica novas autorizações para operação da Rnest

 

Divulgação/PAC

Obras na Refinaria Abreu e Lima (Refinaria do Nordeste- Rnest) em Ipojuca, em Pernambuco, em uma foto de 2013

Rnes: carga processável na refinaria ficará limitada a 11.765 metros cúbicos/dia

 

São Paulo - A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou nesta quinta-feira, no Diário Oficial da União, novas autorizações para operação da Refinaria do Nordeste, da Petrobras, em Pernambuco, em momento em que a estatal corre para iniciar a produção de diesel no local.

A ANP autorizou a operação das unidades de destilação atmosférica, coqueamento retardado, tratamento cáustico, hidrotratamento de diesel, hidrotratamento de nafta, geração de hidrogênio e tratamento de águas ácidas.

A nota não fala claramente se a estatal poderá, com essas autorizações, produzir diesel, o principal produto da refinaria pernambucana, o que permitiria uma redução nas importações.

Na quarta-feira, a ANP havia afirmado que a produção de diesel dependia da autorização para a unidade de coqueamento retardado, que foi concedida, de acordo com a publicação no Diário Oficial desta quinta-feira.

Procurada, a Petrobras não comentou imediatamente a informação.

Segundo a autorização, que entra em vigor na data da publicação, a carga processável na refinaria ficará limitada a 11.765 metros cúbicos/dia (64 por cento da capacidade nominal), até que a Unidade de Abatimento de Emissões (SNOX) esteja em perfeito funcionamento, conforme exigência da Licença de Operação emitida pela Agência Estadual de Meio Ambiente.

Antes, a carga processável autorizada estava limitada a 39 por cento da capacidade nominal. A primeira unidade de refino da Rnest tem capacidade para 115 mil barris por dia. A segunda, com a mesma capacidade, devem entrar em operação apenas em 2015.

O órgão regulador ainda autorizou, segundo a publicação desta quinta-feira, a operação de vários tanques: de petróleo, diesel, nafta, de resíduos, entre outros.

Na quarta-feira, havia dito que a produção de diesel dependia de aval para operação dos tanques de carga das unidades de hidrotratamento de diesel.

 

 

Exame

 

Argentina anuncia pagamento antecipado de bônus da dívida

 

O ministro argentino da Economia, Axel Kicillof, anunciou nesta quinta-feira que o governo irá pagar, de forma antecipada e voluntária, os títulos da dívida pública conhecidos como Boden 15, que vencem em outubro do próximo ano.

A iniciativa tem como objetivo "dar fim a qualquer especulação e continuar no caminho da eliminação da dívida", disse.

Os títulos poderão ser trocado por dólares ou por novos bônus, que vencem em 2024, o Bonar 24 - similares aos que foram entregues à empresaRepsol como pagamento pela expropriação da petrolífera YPF. 

 

Agência ANSA e Jornal do Brasil

 

 

Confiança do empresário do comércio cai 1% em novembro

 

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Comércio em São Paulo

Confiança no comércio: na comparação mensal, a queda de 1% foi puxada principalmente pela piora de 2% da confiança do empresário

 

Rio de Janeiro - O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 1% na passagem de outubro para novembro deste ano. Essa foi a terceira queda consecutiva do indicador na comparação mensal.

Já na comparação com novembro do ano passado, houve um recuo de 11%. Os dados foram divulgados hoje (4) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Na comparação mensal, a queda de 1% foi puxada principalmente pela piora de 2% da confiança do empresário do comércio no momento atual. A avaliação sobre a economia caiu 4%, enquanto as opiniões sobre o setor comercial e própria empresa recuaram 1,4% e 1,2% respectivamente.

As expectativas do empresário em relação aos próximos meses pioraram 0,5%, devido ao menor otimismo em relação ao futuro da economia (-1,5%) e do setor (-0,5%). A confiança em relação ao futuro do próprio negócio, no entanto, melhorou 0,2%.

As intenções de investimentos também caíram (0,8%), já que os empresários esperam contratar menos (-0,5%) e investir menos na empresa (-1,3%) e em estoques (-0,9%).

 

Exame

 

Análise: Nova manobra do governo Dilma cria ′fantasma contábil′

por GUSTAVO PATU e EDUARDO CUCOLO

Embora ainda prometa fechar o ano com algum saldo nas contas do Tesouro Nacional, o governo Dilma Rousseff já manobra a contabilidade para apresentar despesas que não serão cobertas pelas receitas.
Para isso, foi editada uma medida provisória destinada a ampliar as possibilidades de uso de recursos que sobraram em anos anteriores, depositados no Banco Central, para cobrir gastos de agora.
Pelos dados de outubro, esses recursos somam R$ 474,2 bilhões, acumulados nos anos passados de aperto fiscal e registrados como patrimônio federal.
O valor astronômico pode dar a impressão de que a administração petista dispõe de folga no caixa para cobrir vários anos de desequilíbrio orçamentário. O montante não passa, entretanto, de um fantasma contábil.
Quando sua arrecadação supera os gastos com pessoal, custeio e investimentos, o Tesouro retira dinheiro da economia; para normalizar o volume de reais em circulação, o governo resgata títulos de sua dívida com o mercado.
A parcela da receita que superou a despesa é registrada na conta do Tesouro no BC; simultaneamente, a dívida em títulos federais é reduzida na mesma proporção.
Acontece o oposto, portanto, se o governo decide utilizar os recursos depositados: são injetados reais na economia e, para evitar o efeito inflacionário dessa emissão de moeda, o Tesouro tem de vender títulos ao mercado.
AUMENTAR A DÍVIDA
Na prática, trata-se de aumentar a dívida –ou, na pior das hipóteses, a inflação–para cobrir despesas cotidianas e obras públicas.
Tradicionalmente, esse expediente é empregado em casos de gastos imprevistos e urgentes, como os associados a secas e enchentes.
Agora, será aplicado também em desembolsos obrigatórios, como os da Previdência Social, segundo afirmou o subsecretário de Política Fiscal do Tesouro Nacional, Marcus Pereira Aucélio.
Para isso, a medida provisória permite que receitas passadas de destinação definida por lei –tributos reservados a setores como infraestrutura e segurança pública, por exemplo– possam ser usados livremente.
Fonte: Folha Online - 04/12/2014 e Endividado

 

 

Títulos protestados têm alta de 12,4% no ano, diz Boa Vista SCPC

Em relação a outubro, o número de títulos protestados recuou 0,9%.
No mês de novembro em relação ao ano passado, alta foi de 22,9%.

O número de títulos protestados registrou alta de 12,4% até novembro em relação ao mesmo período de 2013. No caso das empresas o aumento foi de 10,2%, e nos de consumidores, de  16,1%, segundo dados nacionais da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).
No mês de novembro em relação ao ano passado, os títulos protestados cresceram 48,1% para os consumidores e 7,5% para as empresas. No total, houve alta de 22,9%.
Em relação a outubro, o número de títulos protestados recuou 0,9%, somando-se os protestos de pessoas físicas e jurídicas. Para as empresas a queda foi de 10,5%, enquanto que para as pessoas físicas houve alta de 13,4%.
O valor médio dos títulos protestados em novembro foi de R$ 3.561 - R$ 1.696 para pessoas físicas e R$ 5.134 para pessoas jurídicas.
Em novembro, os títulos protestados de empresas representaram 55% do total dos protestos no país. A região Sudeste contribuiu com a maior parcela dos títulos protestados (49,4%), seguida das regiões Sul (24,4%), Nordeste (12,2%), Centro-Oeste (8,8%) e Norte (5,2%).
No acumulado do ano, com exceção do Norte que se manteve estável, as demais regiões continuaram trajetória de alta, destacando-se a região Centro-Oeste com a maior variação (15,8%).
O maior valor médio dos títulos protestados em novembro de 2014 foi na região Sudeste (R$ 6.797), ante uma média nacional para pessoa jurídica de R$ 5.134.
Fonte: G1 notícias - 04/12/2014 e Endividado

 

 

Governo libera mais R$ 30 bilhões ao BNDES, com impacto na dívida pública

Segundo Mantega, a liberação é para financiamento e aquisição de bens de capital; com novo aporte, volume chega a R$ 60 bilhões no ano e interrompe sequência de queda de repasses
O governo liberou mais R$ 30 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nesta quarta-feira (3), novo aporte que vai impactar a dívida pública no momento em que a nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já sinalizou mais rigor fiscal.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que esse montante servirá para dar suporte à demanda por empréstimos, como bens de capital, do banco de fomento.
"[Os recursos ao BNDES são] para fechar o ano. A demanda para compra de máquinas, equipamentos, caminhões, ônibus e tratores, isso é para este ano. Próximo ano certamente será menor", afirmou ele a jornalistas.
"Estamos liberando financiamento para aquisição de bens de capital, existe uma demanda e nós vamos liberar", acrescentou.
O governo editou Medida Provisória, publicada no Diário Oficial, aprovando o crédito de R$ 30 bilhões ao BNDES e que, para isso, o Tesouro pode emitir títulos da dívida pública.
O Tesouro já havia emitido, em junho, títulos públicos para injetar outros R$ 30 bilhões no BNDES, impactando a dívida. Com isso, no ano, o aporte ao banco de fomento chegará a R$ 60 bilhões, interrompendo a trajetória de queda das injeções feitas ano a ano.
Em 2009, elas foram de R$ 100 bilhões e, em 2010, R$ 80 bilhões. Em 2011 e em 2012, os volumes baixaram para R$ 55 bilhões e R$ 45 bilhões, respectivamente, e, em 2013, somaram R$ 39 bilhões.
Segundo dados do BC, o estoque de repasses de recursos do Tesouro para o BNDES estava em R$ 456,520 bilhões em outubro.
Na semana passada, a nova equipe econômica – encabeçada por Joaquim Levy, indicado para o Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no BC – informou que buscaria reduzir a dívida bruta do país. Isso ocoreria, segundo Levy, "desde que não haja ampliação do estoque de transferências do Tesouro Nacional para as instituições financeiras".
A nova equipe econômica está trabalhando em conjunto com o atuais ministros para preparar medidas de rigor fiscal.
Mantega não quis comentar a segunda parte da Medida Provisória publicada nesta quarta-feira, que estabelece que o superávit financeiro de recursos existentes no Tesouro poderá ser destinado à cobertura de despesas primárias obrigatórias.
Presidente do BNDES diz que banco precisará de mais recursos em 2015
O BNDES ainda precisará de aporte em 2015, disse o presidente do banco de fomento, Luciano Coutinho, afirmando que os R$ 30 bilhões liberados pelo governo federal hoje atende a necessidade deste ano e de parte do ano que vem.
Segundo Coutinho, o BNDES fará revisão de sua política operacional para se sintonizar com prioridades do governo federal, que vem sinalizando maior rigor fiscal com as contas públicas.
Fonte: IG Economia - 03/12/2014 e Endividado

 

 

Advogados pedem revogação da prisão preventiva de ativistas

 

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger

Os advogados dos ativistas Elisa Quadros, conhecida pelo apelido de Sininho, Igor Mendes da Silva e Karlayne Pinheiro, apresentaram hoje (5) pedidos de habeas corpus para os tres. Os ativistas tiveram a prisão preventiva decretada quarta-feira (3) pelo juiz da 27ª Vara Criminal da capital, Flavio Itabaiana, por descumprimento de medida cautelar. Igor Mendes foi detido ontem (4). Sininho e Karlayne são considerados foragidas da Justiça.

De acordo com o advogado Lucas Sada, do Instituto de Defesa de Direitos Humanos, que representa Karlayne Pinheiro, a prisão dos ativistas é desproporcional. Ele argumenta que nenhum dos réus se envolveu em ato violento e, em função da pena máxima (de quatro a cinco anos) que podem pegar no processo por formação de quadrilha, outras medidas poderiam ter sido tomadas.

“A Justiça poderia ter adotado o monitoramento eletrônico, a restrição maior de horários, o recolhimento domiciliar nos fins de semana e até mesmo [o recolhimento] noturno. Enfim, a privação de liberdade é a última medida, é para quando todas as outras se mostrarem ineficazes”, afirmou.

Os três ativistas e mais 20 denunciados respondem pelo crime de formação de quadrilha armada. Em agosto, a 7ª Câmara Criminal concedeu habeas corpus a eles, permitindo que aguardassem em liberdade o julgamento da ação penal. A Justiça também determinou que cumprissem medidas cautelares, como o comparecimento regular ao juízo e não participassem de manifestações. Eles também não podem se ausentar do país.

Na quarta-feira, a prisão preventiva dos três foi decretada com base na participação deles em ato contra a violência policial, em 15 de outubro. Na ocasião, ativistas de direitos humanos se reuniram na Cinelândia, no centro do Rio, para lembrar a manifestação de um ano atrás, que reuniu cerca de 10 mil pessoas em favor da educação e terminou com 190 pessoas detidas.

Em nota, o juiz do caso disse que o descumprimento de uma das medidas cautelares “demonstra que a aplicação delas é insuficiente e inadequada para a garantia da ordem pública, tendo em vista que os acusados insistem em encontrar os mesmos estímulos para a prática de atos da mesma natureza daqueles que estão proibidos”, disse Itabaiana.

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Rio de Janeiro, acompanha o caso e tem orientado os advogados. Segundo o presidente da entidade, Marcelo Feijó Chalréo, em princípio, a prisão preventiva é exagerada. Ele pondera, no entanto, que não teve acesso aos elementos que levaram à decretação da privação de liberdade.

 

Agência Brasil

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Artista pode pegar 2 anos por criar caiaque no formato da própria vagina

Megumi Igarashi foi presa nesta quarta-feira em Tóquio, no Japão.
Ela foi acusada de distribuir dados em 3D de sua vagina usados em projeto.

Da Reuters

FACEBOOK

A artista japonesa Megumi Igarashi pode pegar até dois anos de prisão e ter que pagar uma multa de mais de US$ 25 mil (R$ 64 mil) devido a seu projeto de construir um caiaque e outros objetos no formato da própria vagina.

Megumi Igarashi foi detida após moldar diversos objetos com o formato de sua vagina, incluindo um caiaque (Foto: Reprodução/Twitter/6d745)Megumi Igarashi foi detida após moldar diversos objetos com o formato de sua vagina, incluindo um caiaque (Foto: Reprodução/Twitter/6d745)

A polícia de Tóquio prendeu a artista nesta quarta-feira por exibir esculturas modeladas em sua vagina e distribuir informações digitais usadas para construir um caiaque amarelo inspirado em seus órgãos genitais.

O proprietário da loja de artigos eróticos onde Megumi Igarashi, de 42 anos, que usa o pseudônimo Rokudenashiko, mostrou seus trabalhos também foi preso sob acusações de obscenidade, informou a polícia.

"Eles exibiram figurinos obscenos em uma vitrine para que as pessoas que viessem à loja pudessem vê-las", disse um porta-voz do Departamento da Polícia Metropolitana que não quis se identificar. "Este é um fator novo", acrescentou.

Igarashi passou um período curto presa no início deste ano por um delito semelhante. Sua prisão e sua detenção desencadearam um debate sobre os direitos das mulheres e os limites da expressão artística no Japão.

A polícia de Tóquio reiterou as razões dadas para a prisão anterior – a distribuição de dados em 3D de sua vagina escaneada, a base digital de seu projeto de caiaque.

saiba mais

 

 

G1

 

Atividade de serviços nos EUA cresce, mas em ritmo levemente menor, mostra PMI

 

NOVA YORK (Reuters) - O ritmo mensal de crescimento do setor de serviços dos Estados Unidos desacelerou um pouco mais que o previamente estimado em novembro, atingindo o menor nível desde abril, mostrou a pesquisa final do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) nesta quarta-feira.

O PMI do Markit caiu para 56,2 em novembro, ante 57,1 em outubro. O Markit havia inicialmente estimado leitura preliminar de 56,3, no fim de novembro.

Leitura acima de 50 sinaliza expansão da atividade econômica.

O PMI final composto do Markit, média ponderada dos índices de manufatura e serviços, caiu a 56,1 no mês passado, ante 57,2 em outubro. A leitura correspondeu à estimativa preliminar.

(Reportagem de Rodrigo Campos)

 

DCI e Reuters

 

Pesquisa mostra que 66% das mulheres foram vítimas de algum tipo de violência

 

As agressões domésticas entre casais podem induzir os jovens que vivem nesses ambientes a comportamentos violentos e machistas, segundo mostra a pesquisa Violência Contra a Mulher: o Jovem está Ligado?, feita pelo Instituto Avon. A pesquisa é parte das ações da campanha global da entidade Fale sem medo – não à violência doméstica, do movimento 16 Dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero.

O instituto ouviu mais de 2 mil jovens com idades entre 16 e 24 anos, nas cinco regiões do país, sobre os temas relacionamento afetivo, relacionamentos virtuais, sexualidade, Lei Maria da Penha e violência entre os casais.

Ao serem questionadas, com base em uma lista de agressões apresentadas sobre algum tipo de ataque sofrido, 66% das mulheres afirmaram positivamente. Já 55% dos homens admitiram ter praticado alguma das ações mencionadas na sondagem - xingar, empurrar, ameaçar, dar tapa, impedir de sair de casa, proibir de sair a noite, impedir de usar determinada roupa, humilhar em público, dar um soco, obrigar a ter relação sexual sem vontade e ameaçar com arma, entre outras.

Na enquete entre os homens que vivenciaram a violência doméstica, 64% praticaram algum tipo de agressão a alguma companheira. Dos jovens entrevistados, 43% disseram já ter visto a mãe ser agredida pelo parceiro e 47% afirmaram que interferiram em defesa da mãe.

O levantamento abordou, principalmente, o comportamento manifestado por meio de sites de redes sociais como o Facebook, ente outros meios digitais. “O ciúme em excesso, a submissão e a necessidade de controlar o parceiro, inclusive sobre o que vestir ou postar nas redes sociais são características recorrentes em relacionamentos entre jovens”, diz o relatório.

“O mundo virtual em que eles vivem facilita muito o controle violento e as pesquisas têm sempre como objetivo estimular o debate”, justificou Lírio Cipriani, diretor executivo do Instituto Avon.

O estudo mostrou a existência de uma falta de percepção sobre a conduta violenta. Pelo menos 4% jovens do sexo masculino admitiram ter praticado alguma atitude violenta contra a namorada ou a esposa ou, ainda, uma “ficante”, como definem os jovens para se referir à companheira eventual. Quando sondadas, a proporção de mulheres que declararam ter sido vítimas de agressão foi 8%.

Um total de 37% das mulheres relatou ter tido relações sexuais sem camisinha por insistência do parceiro. Outro dado aponta que pouco mais de um terço dos jovens (35%) classificam como um ato violento o fato de impedir o parceiro de sair à noite. Para 34% deles, controlar o companheiro por telefone ou impedir de usar determinada roupa é uma forma de violência.

A maioria dos entrevistados (76%), dos dois sexos, manifestaram ser contra o comportamento de mulheres que tenham vários ficantes ou casinhos e 38% condenaram o comportamento da mulher que têm relações sexuais com vários homens, concordando que esta, no caso, “não é para namorar”.

Entre as mulheres, 68% declararam já ter levado uma cantada ofensiva; 44% já foram tocadas ou assediadas por homens em baladas ou festas e 31% já foram molestadas no transporte público.

De acordo com o relatório, embora facilite o relacionamento, o avanço das redes sociais também leva a um meio de maior controle dos casais, criando a cyber violência que vai da invasão da privacidade ao compartilhamento de fotos sem autorização. Mais da metade das mulheres entrevistadas (51%) declararam ter dado a senha do celular para o parceiro e 46% compartilharam a senha do Facebook. Entre os comportamentos de controle estão a exigência feita de exclusão de um amigo, apontada por 19%; impedimento em conversas, citada por 17%; e o recebimento de vídeos com imagens de mulheres nuas, fato ocorrido com 32% das mulheres e 41% dos homens.

 

Jornal do Brasil e Agência Brasil

 

Enfraquecimento da indústria agrava recessão na Argentina

Atividade consolidou o 15º mês consecutivo de queda, depois de recuar 1,8% em outubro na comparação com igual período do ano anterior

Presidente Cristina Kirchner. Comércio da Argentina acumulou onze meses seguidos de perdas

Presidente Cristina Kirchner. Comércio da Argentina acumulou onze meses seguidos de perdas (Enrique Marcarian/Reuters/VEJA)

Dados econômicos recentes mostram que a Argentina ainda está longe de sair da recessão. Dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) apontam que a produção industrial do país recuou 1,8% em outubro na comparação com igual período do ano anterior, consolidando o décimo quinto mês consecutivo de queda. No acumulado do ano, houve retração de 2,6%. As informações foram divulgadas nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Somente a produção de veículos acumulou queda de 22,8% no ano, pressionada pela desaceleração do mercado interno e pela redução da demanda do mercado brasileiro, de acordo com dados da Associação de Fabricantes da Argentina (Adefa). As vendas de veículos também recuaram 37,6%, para 38.573 unidades, em novembro sobre um ano antes. Trata-se do pior resultado para o mês desde a crise econômica de 2009. No acumulado do ano, a retração foi de 27,8%.

Já o comércio consolidou onze meses seguidos de perdas em meio ao enfraquecimento da economia argentina. De acordo com a Confederação da Média Empresa (Came), as vendas recuaram 4,9% em novembro e acumularam queda de 7,2% no ano.

Leia também:
Inflação da Argentina atinge maior nível desde 1991
Empresas argentinas demitem funcionários em massa
Banco Mundial diz que 40% da população argentina pode se tornar pobre

Mrcado de trabalho – Dados oficiais mostraram que o desemprego alcançou 7,5% da população economicamente ativa da Argentina, enquanto que no ano passado a porcentagem era de 6,8%. Os sindicatos, entretanto, desconfiam dos números oficiais e acreditam que a parcela de trabalhadores desempregados pode ter chegado a 10%. Os sindicatos reivindicaram aumento salarial para compensar a inflação de 40% este ano. Mas a presidente Cristina Kirchner rejeitou na segunda-feira o pedido de reajuste, alegando que “os trabalhadores argentinos são os mais bem pagos da região”.

 

Veja Online

 

Governo libera mais R$ 30 bilhões ao BNDES, com impacto na dívida pública

 

Segundo Mantega, a liberação é para financiamento e aquisição de bens de capital; com novo aporte, volume chega a R$ 60 bilhões no ano e interrompe sequência de queda de repasses

Reuters

O governo liberou mais R$ 30 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nesta quarta-feira (3), novo aporte que vai impactar a dívida pública no momento em que a nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já sinalizou mais rigor fiscal.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que esse montante servirá para dar suporte à demanda por empréstimos, como bens de capital, do banco de fomento.

"[Os recursos ao BNDES são] para fechar o ano. A demanda para compra de máquinas, equipamentos, caminhões, ônibus e tratores, isso é para este ano. Próximo ano certamente será menor", afirmou ele a jornalistas.

Leia mais: Bilionário, Paulo Coelho entra na lista das 300 pessoas mais ricas da Suíça

Preço médio de imóveis cresce 0,45% em novembro, diz FipeZap

"Estamos liberando financiamento para aquisição de bens de capital, existe uma demanda e nós vamos liberar", acrescentou.

O governo editou Medida Provisória, publicada no Diário Oficial, aprovando o crédito de R$ 30 bilhões ao BNDES e que, para isso, o Tesouro pode emitir títulos da dívida pública.

O Tesouro já havia emitido, em junho, títulos públicos para injetar outros R$ 30 bilhões no BNDES, impactando a dívida. Com isso, no ano, o aporte ao banco de fomento chegará a R$ 60 bilhões, interrompendo a trajetória de queda das injeções feitas ano a ano.

Em 2009, elas foram de R$ 100 bilhões e, em 2010, R$ 80 bilhões. Em 2011 e em 2012, os volumes baixaram para R$ 55 bilhões e R$ 45 bilhões, respectivamente, e, em 2013, somaram R$ 39 bilhões.

Segundo dados do BC, o estoque de repasses de recursos do Tesouro para o BNDES estava em R$ 456,520 bilhões em outubro.

Na semana passada, a nova equipe econômica – encabeçada por Joaquim Levy, indicado para o Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no BC – informou que buscaria reduzir a dívida bruta do país. Isso ocoreria, segundo Levy, "desde que não haja ampliação do estoque de transferências do Tesouro Nacional para as instituições financeiras". 

A nova equipe econômica está trabalhando em conjunto com o atuais ministros para preparar medidas de rigor fiscal.

Mantega não quis comentar a segunda parte da Medida Provisória publicada nesta quarta-feira, que estabelece que o superávit financeiro de recursos existentes no Tesouro poderá ser destinado à cobertura de despesas primárias obrigatórias.

 

IG Economia e Reuters

 

Irmã de Pablo Escobar deixa pedidos de perdão em túmulos

Pablo Escobar e o Cartel de Medelin foram responsáveis por uma lista sangrenta de assassinatos e por caos na Colômbia

BBC BRASIL.com

Luz Maria escobar quer pedir perdão às vítimas dos crimes de seu irmão

Foto: Getty Images

Faz 21 anos desde que Pablo Escobar foi morto por uma saraivada de balas em um telhado de uma casa em Medelin, dando fim a seu reinado como o mais famoso traficante de drogas da Colômbia, responsável por milhares de mortes.

Seus crimes podem ser perdoados? Sua irmã vem tentando fazer isso ao deixar bilhetes com pedidos de desculpas nos túmulos de suas vítimas.

"Todos os dias, penso em todas aquelas pessoas que sofreram ou que estão sofrendo por causa de meu irmão, por causa da guerra que ele travou", diz Luz Maria Escobar.

Nos anos 1980, e até sua morte, em 1993, Pablo Escobar e o Cartel de Medelin foram responsáveis por uma lista sangrenta de assassinatos e por caos na Colômbia.

Em 1991, a taxa de homicídios em Medelin, segunda maior cidade do país, era de impressionantes 381 mortes para cada 100 mil habitantes. Cerca de 7,5 mil pessoas foram assassinadas na cidade só naquele ano.

Em sua batalha contra o Estado, Escobar mirava em políticos, policiais, membros de forças de segurança, jornalistas e membros do Judiciário.

Ele declarou esta guerra para impedir que uma lei que permitia a extradição de traficantes para os Estados Unidos fosse aprovada.

Bombas em carros, sequestros, torturas e assassinatos tornaram-se parte do cotidiano.

Em uma tentativa fracassada de matar um candidato à Presidência, Escobar até mesmo derrubou um avião em 1989.

publicidade

O homem que viria ser eleito presidente, Cesar Gaviria, não estava a bordo, mas centenas de pessoas perderam suas vidas na explosão.

Auge
No seu auge, Pablo Escobar era o sétimo homem mais rico do planeta, e seu cartel controlava 80% do tráfico de cocaína no mundo.

Mas Luz Maria diz que, em 1980, não sabia de nada sobre o envolvimento do irmão com o tráfico de drogas. Isso mudou quando ele anunciou que havia feito um testamento.

"Minha mãe estava muito triste. Ela disse a ele: 'Por que está fazendo isso? Está morrendo?'. E ele disse: 'Estou na máfia, e nenhum mafioso morre de causas naturais ou de doenças. Mafiosos morrem por causa de balas.' Nem sabíamos o que significava 'máfia'. Naquela noite, minha mãe e eu pegamos um dicionário, mas a palavra não constava dele."

SAIBA MAIS

 Foto: William Fernando Martinez / AP

Principal matador a serviço de Pablo Escobar sai da cadeia

 Foto: BBCBrasil.com

Colômbia castra hipopótamos do mafioso Pablo Escobar

A ficha só caiu para Luz Maria quando o então ministro da Justiça, Rodrigo Lara Bonilla, foi assassinado a mando de Escobar, em 30 de abril de 1984.

"Foi um dia terrível para mim. Foi quando eu soube no que ele estava envolvido e do que meu irmão era capaz."

Ela tentou fazer Escobar mudar de vida.

"Com frequência, o buscava - sempre com minha mãe. Falávamos que era um derramamento de sangue muito grande, que eram muitos massacres... Mas ele conseguia nos convencer do contrário", conta Luz Maria.

"E, depois que meu pai foi sequestrado, em 1985, Pablo me disse: 'São eles ou nós'. Ele carregava uma arma para defender a si mesmo e a sua família. Mas, àquela altura, não pensava que tudo iria tão longe - que ele deixaria uma marca no mundo tão triste e dolorosa."

Perdão
Atualmente, Luz Maria Escobar quer pedir desculpas pelos pecados de seu irmão. No ano passado, quando a morte de Escobar completou 20 anos, ela realizou uma missa na igreja do cemitério Jardines Montesacro, em Medelin.

Do lado de fora da igreja, no túmulo de seu irmão, ela pendurou um bloco e lápis.

Todos os dias, dezenas de colombianos e turistas estrangeiros visitam o local do descanso final do criminoso mais infame da Colômbia, e Luz Maria Escobar pediu a estas pessoas para deixar para ela uma mensagem de perdão.

"Sete ou oito pessoas das famílias de vítimas da violência de meu irmão vieram", ela lembra.

"E o mais legal, algo que encheu de felicidade, foi que pessoas me abraçaram e me disseram que não tinham ressentimentos em relação a meu irmão."

Ela também deixou bilhetes nos túmulos de vitimas de Pablos Escobar. "Apenas peço perdão", ela explica.

Uma vez, ela deixou uma carta no túmulo de uma mãe cujo filho tinha sido assassinado a mando de seu irmão.

"Garanti a ela que meu coração está repleto de amor por todas as vítimas e todas as pessoas que foram mortas."

Mas o que pesa exatamente em sua consciência?

"Não tenho que pedir perdão por nada como isso em minha vida. Mas a história de sua família é a história de sua família. E Pablo era meu irmão..."

Saudades
O amor do irmão é o que mais faz falta a Felipe Mejia. Jaime Hernan Mejia Garcia tinha apenas 18 anos quando foi morto em 1989. Ele estava terminando a escola e sonhava com uma carreira na Força Aérea da Colômbia.

Os bilhetes de Luz Maria geram em Mejia uma confusão de sentimentos.

"Acho que é algo bom, depois de todo o dano causado por seu irmão. Mas, se um destes bilhetes aparecesse no túmulo de meu irmão, provavelmente o jogaria no lixo, porque um pedido de desculpas não é suficiente. É uma questão de justiça", diz ele.

"Alguns dos envolvidos no assassinato de meu irmão ainda estão vivos. Eles tiveram vidas plenas - têm filhos e netos... E eu não tenho meu irmão."

Jaime foi erroneamente associado ao maior rival do Cartel de Medelin na Colômbia - o Cartel de Cali.

publicidade

"Foi uma época em Medelin quando qualquer um que fosse associado ao Cartel de Cali era simplesmente assassinado. E minha família inteira foi ligada a ele por engano", lembra-se Felipe.

"Por meses após a morte de meu irmão, todos dormíamos em um mesmo quarto em colchões no chão, porque meu pais diziam: 'Se eles querem nos matar, podem matar todos juntos'."

Felipe e sua família não se mudaram - seus pais diziam que não tinham feito nada do que se envergonhar. E as pessoas as quais Felipe acredita que estejam ligadas à morte de seu irmão também não se mudaram.

"Não falo com estas pessoas há mais de 20 anos, mas meus pais os cumprimentam cordialmente. Repreendo-os por isso, e eles começam a chorar", diz Felipe.

Legado de dor
Luz Maria Escobar também chora. Ela diz que, apesar de seu coração ainda estar repleto de amor por seu irmão, seu legado é doloroso para ela.

Mas ela também defende Pablo Escobar, ao afirmar que ele foi considerado culpado por coisas que não fez. E diz que ele realizou um ótimo trabalho com os mais pobres.

"Pablo é o único político colombiano que não precisou fazer campanha", ela diz, em referência à curta carreira de Escobar no Congresso Nacional.

"Ele conquistou os votos por causa da ajuda que prestou a todos e pelo fato de ter mantido sua palavra".

Luis Ospina, cujo pai foi uma das vítimas de Escobar, não compra esta história.

"Pablo Escobar era um psicopata com muito dinheiro", ele diz.

O pai de Luis, Alfonso Ospina, era senador em Medelin, e apoiou a extradição de traficantes para os Estados Unidos.

Na manhã de 15 de novembro de 1988, ele foi sequestrado por membros do Cartel de Medelin. Foi morto no cativeiro.

"Até tivemos de pagar resgate pelo corpo, de tão ruins que as coisas estavam aqui em Medelin", diz Luis.

"O contato para isso foi uma pessoa que havia sido amiga do meu pai, mas que trabalhava para Escobar. Pedimos a este homem para nos entregar o corpo. Ele pediu dinheiro e disse que era para os sequestradores e para toda a logística que deveria ser organizada. Escobar subornava a muita gente."

publicidade

Pablo Escobar foi morto em um tiroteio com a Polícia em 2 de dezembro de 1993.

"Chovia muito, e o rio de Medelin estava no nível mais alto que já vi na vida, prestes a inundar toda a cidade", recorda Luis Ospina.

"E senti esta energia... foi como se uma corrente de maldade estivesse deixando a cidade."

 

Terra

 

Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, deixa carceragem da PF

Ex-diretor da Petrobras foi preso na 7ª fase da Lava Jato, em novembro.
Decisão do ministro Teori Zavascki (STF) resultou na liberação dele.

Do G1 PR

 

O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato de Souza Duque deixou a carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, às 12h40, desta quarta-feira (3). Ele estava preso desde novembro, quando policiais federais cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão, da sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga, entre outras coisas, formação de cartel para licitações, pagamento de propina e desvios milionários da Petrobras. Ele saiu acompanhado pelos advogados e não falou com a imprensa. A revogação da prisão foi concedida na terça-feira (2) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.

Duque é suspeito de integrar um esquema de corrupção, com o envolvimento de donos de empreiteiras que tem contato com a Petrobras. De acordo com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, Duque era um dos beneficiados com a fraude, que resultava em formação de cartel, superfaturamento de contratos e desvio de recursos. O dinheiro, segundo as investigações, era destinado a partidos políticos e agentes públicos.
O advogado que representa Duque, Roberto Brzenzinski, afirmou que tinha confiança de que a liberdade do cliente era uma questão de tempo. “Até porque ele se encontra afastado da Petrobras há vários anos e o principal fundamento da prisão seria evitar um risco de fuga”, disse. Ao revogar a prisão, o ministro Teori Zavascki determinou também que o ex-diretor entregue o passaporte e não deixe o país. A Justiça Federal recebeu nesta quarta-feira dois passaportes. Um deles estava vencido, e o outro tem validade de março de 2018.

Duque está ainda proibido de mudar de endereço sem autorização da Justiça e deve comparecer a todos os atos do processo, inclusive, mediante intimação por qualquer meio.

OPERAÇÃO LAVA JATO

PF investiga lavagem de dinheiro.

No último dia 18, o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná, tinha convertido em preventiva (sem prazo determinado) a prisão temporária (por cinco dias, prorrogável por mais cinco) do ex-diretor da Petrobras e mais cinco presos.

Na ocasião, o juiz afirmou que havia risco de fuga para o exterior. Ele argumentou que Duque mantém uma "verdadeira fortuna" em contas bancárias fora do país. "Dispondo de fortuna no exterior e mantendo-a oculta, em contas secretas, é evidente que não pretende se submeter à sanção penal no caso de condenação criminal [...]", justificou o juiz.

No dia 20 de novembro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre, havia negado um habeas corpus para Duque. Na ocasião, o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, relator do pedido, rejeitou o pedido de liberdade sob o argumento de que havia “risco de reiteração criminosa”.

Segundo depoimento à Justiça Federal do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que está em prisão domiciliar depois de ter feito acordo de delação premiada, Renato Duque foi indicado para ocupar a Diretoria de Serviços pelo ex-ministro José Dirceu, condenado pelo Supremo no julgamento do mensalão do PT.

Duque foi apontado por Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, como participante do esquema de desvio de dinheiro e de distribuição de propinas na Petrobras. Segundo os delatores, a Diretoria de Serviços cobrava propinas de até 3% sobre o valor total de uma obra, recursos supostamente repassados para o PT e para operadores do esquema.

Ex-diretor nega acusações
Em depoimento prestado à Polícia Federal no dia 20, Duque negou participação no esquema e também disse desconhecer caso de corrupção na Petrobras. Ele duvidou das afirmações de Paulo Roberto Costa.

saiba mais

Em outro momento, confirmou ter recebido R$ 1,6 milhão da construtora UTC, mas disse que o valor era referente a pagamentos por serviços de consultoria que prestou após deixar a Petrobras.

O ex-diretor também negou ter conhecimento de que um subordinado dele na estatal, Pedro Barusco, tivesse recebido propina ou mesmo que mantivesse contas bancárias no exterior. Barusco assinou um acordo de delação premiada no qual se compromete a devolver mais de US$ 100 milhões.

Sobre o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ele disse que o conhece e que esteve com ele algumas vezes. Afirmou ainda que tem empatia com o tesoureiro, mas negou que o tivesse visto na sede da Petrobras. O tesoureiro do PT foi apontado como receptador dos recursos que supostamente abasteceram o caixa do partido. Vaccari também nega ter cometido irregularidades.

O esquema investigado pela Operação Lava Jato teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

A sétima fase da operação, que prendeu Duque foi apelidada de “Juízo Final” e levou à prisão executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras cujos contratos com a Petrobras somam R$ 59 bilhões.

VALE ESTE - Arte Lava Jato 7ª fase (Foto: Infográfico elaborado em 15 de novembro de 2014)

 

G1