Mostrando postagens com marcador Governo acredita ter votos suficientes na Câmara para barrar impeachment. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Governo acredita ter votos suficientes na Câmara para barrar impeachment. Mostrar todas as postagens

sábado, 5 de dezembro de 2015

Governo acredita ter votos suficientes na Câmara para barrar impeachment

Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, diz que processo tem que ser rápido para o Brasil não parar
Dilma diz que fará tudo para defender o seu mandato | Foto: Marcelo Camargo / Abr / Divulgação / CP
Dilma diz que fará tudo para defender o seu mandato | Foto: Marcelo Camargo / Abr / Divulgação / CP
Após a deflagração da abertura do processo de impeachmentda presidente Dilma Rousseff na última quarta-feira, o Governo federal agiu rápido. Reuniu ministros e traçou as linhas de defesa via Judiciário e na Câmara dos Deputados, convocando os líderes dos partidos da base para formar a "linha de frente" numa possível votação do pedido. O governo está confiante. Acredita que contará com os 172 votos exigidos para impedir que o plenário da Câmara consiga afastar Dilma do cargo e iniciar o julgamento de destituição.

Líderes da oposição, por sua vez, deram sinais de que não têm maioria. No entanto, calculam que quanto mais o tema se estender, maior será o desgaste de Dilma, já que o horizonte econômico está cada dia mais complicado e é previsível que comecem protestos nas ruas. "Fazemos agora o carnaval do impeachment e depois fazemos o impeachment propriamente dito", declarou o deputado opositor Rodrigo Maia, para quem a votação do julgamento deve ser realizada a partir de fevereiro.

Nessa quinta, foi lido no Plenário da Câmara, a denúncia e hoje Dilma foi oficialmente notificada. A presidente discursou nesta sexta em uma cerimônia com funcionários do setor da saúde que se converteu em um ato político. "Não ao golpe" e "Fora Cunha" foram alguns dos gritos lançados pelos presentes, que também levaram cartazes com a frase "Fique Dilma".

"Não tem fundamento o processo do meu impedimento", disse Dilma. "Vou fazer a defesa de meu mandato com todos os instrumentos previstos em nosso Estado democrático de direito", afirmou.

Agilidade
Ministros, legisladores e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram mobilizados para acelerar um processo que pode levar vários meses, justamente quando o Brasil caminha em direção a sua maior recessão em 85 anos e Dilma tem uma
popularidade de 10%, apenas onze meses depois de ter iniciado seu segundo mandato.

"Temos que resolver isso já", disse Lula, que junto a vários líderes governistas quer suspender o tradicional recesso do Congresso que se estende de 22 de dezembro a 1 de fevereiro.

Prováveis manifestações
A pressão da opinião pública é um fator chave, e tanto os partidários de Dilma quanto seus adversários sabem que isso pode fazer muitos legisladores mudarem de posição. "É muito provável que sejam convocadas manifestações para pressionar o Congresso a votar pelo impeachment", estimou Rubens Figueredo, professor de ciência política da Universidade de São Paulo, em declarações à AFP.

"A demora de todo este processo conspira contra a economia e a piora da economia é ruim para o governo", acrescentou.
A central sindical CUT convocou o apoio a Dilma nesta sexta-feira em Brasília. Ao mesmo tempo, vários grupos que criticam a economia planejam manifestações para o dia 13 de dezembro, domingo.

Levy pede que debate sobre impeachment seja rápido

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu o encerramento rápido do debate sobre o impeachment. Na primeira declaração pública sobre o assunto, ele disse que ,quanto antes forem encerradas as discussões, melhor para o país, porque o governo pode prosseguir com o debate em torno da aprovação de medidas econômicas necessárias que dependem do Congresso Nacional.
 
O ministro ressaltou que o país passa por um momento político "muito particular", mas acrescentou que o país precisa continuar enfrentando os desafios para manter a economia. Ele lembrou da importância da recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para reequilibrar as contas da Previdência Social no próximo ano.

O ministro também defendeu que gastos com programas sociais sejam rediscutidos. Destacou que o governo está empenhado em regularizar os atrasos nos repasses a bancos públicos, como Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
AFP, Agência Estado e Correio do Povo