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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Gasto de brasileiro no exterior cai 62% em janeiro

por EDUARDO CUCOLO



Os gastos dos brasileiros em viagens internacionais caíram 62% em janeiro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo o Banco Central, foram gastos US$ 840 milhões, menor valor para este mês do ano desde 2009.

O valor representa pouco mais de um terço do recorde de US$ 2,4 bilhões registrado em julho de 2014. No ano passado, os gastos com viagens internacionais haviam recuado 32% em relação a 2014.

No momento em que os dados foram divulgados, às 10h30, a série histórica do Banco Central começava em 2010, por isso a Folha informou que o gasto com viagens internacionais era o menor desta série. Por volta das 12h, o BC informou que iria disponibilizar os dados do setor externo retroagindo a 1995. Com isso, foi possível atualizar o texto informando que o número era o menor desde 2009.

O encarecimento das viagens por causa da desvalorização do real e a queda na renda dos brasileiros são os principais fatores que influenciaram esse resultado. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o aumento no Imposto de Renda nas remessas de agências de viagens também teve impacto.



A receita com turistas estrangeiros, por outro lado, cresceu 14% na mesma comparação, para US$ 650 milhões, maior valor para este mês do ano desde 2013 (US$ 672 milhões).

Segundo Maciel, dados preliminares para fevereiro apontam queda de 40% nas despesas com viagens e aumento de 21% nas receitas.

A queda nas despesas com viagens é um dos fatores que contribuem para reduzir o deficit do Brasil nas suas transações de bens, serviços e rendas com outros países.

Em janeiro, o deficit externo somou US$ 4,8 bilhões, queda de 60% em relação a janeiro de 2015. O investimento direto no país, principal fonte de financiamento dessa conta, recuou 5%, para US$ 5,5 bilhões.

No acumulado em 12 meses, o deficit está em 2,94% do PIB, retornando ao mesmo nível de setembro de 2012. Em abril de 2015, o indicador chegou a 4,51% do PIB, pico da atual série histórica.
Fonte: Folha Online - 23/02/2016 e Endividado