Interrogatórios incluíam simulações de afogamento e privação de sono
Estados Unidos revelam métodos de tortura da CIA | Foto: Saul Loeb / AFP / CP
O Senado norte-americano divulgou nesta terça-feira relatório sobre os métodos de tortura utilizados pela CIA (a agência de inteligência dos Estados Unidos) depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, motivando críticas entre os republicanos que receiam reações violentas em todo o mundo. As medidas de segurança foram reforçadas nas instalações diplomáticas e bases militares norte-americanas antes da publicação do relatório que, no entanto, omite o conteúdo mais sensível.
O trabalho é fruto de uma investigação que durou mais de três anos, entre 2009 e 2012, com o objetivo de revelar detalhes sobre o programa criado em segredo pela CIA para interrogar os detidos suspeitos de ligações com a Al- Qaeda e que incluía simulações de afogamento e privação de sono. "O presidente acredita que é importante que seja publicado, para que as pessoas dos Estados Unidos e de todo o mundo compreendam exatamente o que se passa", explicou o porta-voz de Barack Obama,Josh Earnest, que acabou com o programa quando chegou à Casa Branca em janeiro de 2009.
Reconhecendo que não há "um bom momento" para publicar um documento desse tipo, Josh Earnest disse ser indispensável a sua divulgação para assegurar que os fatos não voltem a ocorrer. O relatório foi aprovado, em dezembro de 2012, por uma comissão do Senado que, em abril deste ano, votou a favor da divulgação de um resumo de 500 páginas.
Correio do Povo e Agência Brasil
Pesquisa da Serasa revela queda de 6% na procura por crédito em novembro
Economistas explicam que o menor número de dias úteis em novembro, comparado a outubro, teve impacto negativo
São Paulo - O número de pessoas em busca de crédito caiu 6% em novembro, na comparação com outubro, conforme levantamento divulgado nesta segunda-feira pela empresa de consultoria Serasa Experian. Em relação ao mesmo período de 2013, houve aumento de 8,8%. E no acumulado de janeiro a novembro deste ano, ante o mesmo período de 2013, houve baixa de 1,6%.
Os economistas da Serasa Experian explicam que o menor número de dias úteis em novembro, comparado a outubro de 2014 (20 contra 23), teve impacto negativo na procura pelo crédito. Sobre o aumento da demanda em relação ao ano passado, destacam que a medida anunciada no início de outubro, de ampliação do prazo máximo para contratação de empréstimos consignados por funcionários públicos e aposentados ou pensionista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pode ter influenciado no aumento na procura pelo crédito.
Segundo os economistas, também deve ter contribuído a necessidade de renegociação de dívidas, situação em que as pessoas aproveitam o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário.
Em uma análise por faixas de renda, foi possível concluir que em todas houve diminuição da busca pelo crédito. No acumulado do ano, somente os consumidores com rendimentos entre R$ 1 mil e R$ 2 mil mensais registraram aumento na procura por crédito, registrando alta de 4,1% entre janeiro e novembro de 2013. As demais faixas registraram queda.
No estudo por região, o Sudeste apresentou a maior queda do país (baixa de 7,9%), quando comparado ao mês anterior. No Norte, o recuo atingiu 6,3%, enquanto no Sul e no Centro-Oeste, a redução chegou, respectivamente, a 4,5% e 4,3%. O Nordeste teve a menor retração, com baixa de 2,8%. No acumulado, apenas a região Centro-Oeste obteve alta na demanda dos consumidores por crédito, com expansão de 5,5%, em relação ao mesmo período de 2013.
*Reportagem de Camila Boehm
Fonte: O Dia Online - 08/12/2014 e Endividado
Garoto terá de indenizar consumidora que comprou Talento com larvas vivas
Na ação, a consumidora narrou que o incidente, que ocorreu em local público, lhe causou vômito e mal-estar
O juiz Maurício César Brêda Filho condenou a fabricante de chocolates Garoto a pagar indenização de R$ 1 mil a uma consumidora que comprou um chocolate Talento e encontrou larvas vivas no alimento, apesar de a validade não estar vencida. As informações são do Tribunal de Justiça do Alagoas.
Na ação, a consumidora narrou que o incidente, que ocorreu em local público, lhe causou vômito e mal-estar, além do sentimento de impotência enquanto consumidora. “No caso em análise, vislumbro a ocorrência dos danos morais alegados pela parte autora diante da repercussão na órbita íntima do consumidor causada pela conduta da parte ré”, avaliou Maurício Brêda.
O processo corre na Comarca de Girau do Ponciano, Agreste de Alagoas. A Garoto também foi condenada a ressarcir o dano material causado, no valor de R$ 4,59 (preço do chocolate). A decisão é de outubro, mas foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico da semana passada.
O magistrado ressaltou que o Código de Defesa do Consumidor estabeleceu como direito básico dos consumidores a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. Para o juiz, a ingestão de produto estragado causa abalos psicológicos capazes de gerar direito à indenização.
“Observe-se que a caracterização do dano moral pressupõe, tão somente, a ofensa de direitos da personalidade, prescindindo, em absoluto, da prova da dor, do sofrimento, do vexame, da humilhação ou tristeza, que são apenas reflexos (ou sintomas) do dano causado”, acrescentou.
A Chocolates Garoto informa que o referido caso ainda se encontra sub judice e por esse motivo, a empresa não comentará a decisão. No entanto, a Garoto ressalta que a segurança e a qualidade de seus produtos são uma prioridade inegociável, por isso a produção segue rigorosos padrões e controles de qualidade que impossibilitam esse tipo de ocorrência no processo de fabricação.
Para esclarecer quaisquer dúvidas dos consumidores, a Chocolates Garoto coloca seu Serviço ao Consumidor à disposição, através do telefone 0800-559550, do e-mail sacgaroto@garoto.com.br ou ainda por meio de seu site.
Fonte: IG Economia - 08/12/2014 e Endividado
Ações da Petrobras renovam menor valor desde 2005; dólar vai a R$ 2,61
por ANDERSON FIGO
Sinais de desaceleração da segunda maior economia do mundo, a China, derrubaram os preços das commodities nesta segunda-feira (8) e afetaram as ações das produtoras globais de matérias-primas. No Brasil, o principal índice da Bolsa cedeu mais de 3%, puxado por ações de Petrobras, Vale e bancos.
O Ibovespa teve desvalorização de 3,31%, para 50.274 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,061 bilhões –bem abaixo da média diária de 2014, de R$ 7,215 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa. Em dezembro, a média diária é de R$ 5,737 bilhões. Com este desempenho, o índice aprofundou a desvalorização acumulada em 2014 a 2,39%. No mês a queda chega a 8,13%.
No câmbio, a moeda americana ganhou força refletindo os dados adversos na Ásia. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 0,88% sobre o real, cotado em R$ 2,613 na venda –maior preço desde 18 de abril de 2005, quando valia R$ 2,619. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,65%, para R$ 2,611 –mais alta cotação desde 15 de abril de 2005, quando estava em R$ 2,620.
Editoria de arte/Folhapress
"Além das outras commodities, o petróleo caiu muito [mais de 4%], adicionando mais um fator de preocupação para investidores de Petrobras, que já estão atentos aos escândalos de corrupção na companhia e ao balanço não auditado que está previsto para esta semana", diz James Gulbrandsen, da gestora NCH Capital no Brasil.
O barril de petróleo negociado em Nova York (WTI) caiu para a casa dos US$ 63 nesta segunda, enquanto o Brent, negociado em Londres, foi para a casa de US$ 66 por barril. "A Petrobras tem um custo de exploração de US$ 55 por barril. Quando o preço [do petróleo] se aproxima disso, limita a margem de ganho da empresa", acrescenta Gulbrandsen.
As ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras perderam 6,20% –maior tombo diário desde 29 de outubro, quando cedeu 6,72%– para R$ 11,50 cada uma. É o menor valor desde 28 de abril de 2005, quando os papéis valiam R$ 11,49.
Já as ações ordinárias da petroleira, com direito a voto, tiveram perda de 6,38%, para R$ 10,72 cada uma –menor valor desde 3 de agosto de 2004, quando valiam R$ 10,66 cada uma (os valores históricos já estão ajustados pela capitalização feita pela empresa em 2010).
Editoria de arte/Folhapress
AVERSÃO
Na China, as exportações subiram 4,7% em novembro na comparação com o mesmo mês do ano passado, enquanto as importações caíram 6,7%, maior baixa desde março. Os números deixaram o país com superavit comercial recorde de US$ 54,5 bilhões. Economistas consultados pela Reuters esperavam alta de 8,2% nas exportações, avanço de 3,9% nas importações e superavit comercial de US$ 43,5 bilhões.
Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da Vale tiveram desvalorização de 3,42%, para R$ 18,06 cada um. A China é o principal destino do minério de ferro produzido pela companhia brasileira. O setor siderúrgico também mostrou baixa: CSN caiu 5,24%, Gerdau recuou 4,39% e a ação preferencial da Usiminas cedeu 3,91%.
Segundo analistas, investidores também aproveitaram o clima de aversão ao risco para vender ações do setor financeiro –que têm forte alta no ano– e embolsar lucros. Com isso, os papéis do Itaú Unibanco tiveram desvalorização de 3,73%, enquanto o Banco do Brasil caiu 5,21% e o Santander Brasil registrou perda de 2,87%. Já a ação preferencial do Bradesco recuou 5,02%. Os bancos são o segmento com maior peso dentro do Ibovespa.
Das 70 ações que compõem o Ibovespa, apenas quatro não tiveram queda: os papéis preferenciais da Eletrobras (+1,05%), a Suzano (+0,45%), a Qualicorp (+0,32%) e os papéis ordinários da Eletrobras (0,18%). A alta do dólar no dia beneficia exportadoras como a Suzano.
Já o ganho da Eletrobras ocorreu após a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ter sinalizado possibilidade de reconhecer que os valores correspondentes às inadimplências de pagamentos das distribuidoras à companhia devem ser considerados no saldo da Conta de Comercialização de Energia Elétrica de Itaipu.
CÂMBIO
Além da aversão trazida por dados ruins na Ásia, o avanço do dólar, segundo operadores refletiu as incertezas em relação à economia brasileira. "Sabemos que o novo ministro da Fazenda agradou, mas o mercado agora espera medidas efetivas para que o governo possa resgatar credibilidade", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
Segundo Galhardo, os investidores estão inseguros em relação à boataria gerada em torno das possíveis medidas, como taxação de dividendos (parte do lucro das empresas distribuída entre os acionistas). "Ainda não há alívio previsto para o curto prazo. O mercado aproveita para testar até que nível de dólar o Banco Central vai ′aturar′", afirma.
Atuações do BC no câmbio nesta segunda-feira não foram suficientes para evitar a alta da moeda, mas amenizaram seu avanço. A autoridade monetária deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias, por meio do leilão de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 198,6 milhões.
O BC também promoveu um novo leilão para rolar os vencimentos de 10.000 contratos de swap previstos para 2 de janeiro de 2015, por US$ 490,5 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 30% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem, que equivale a US$ 9,827 bilhões.
Houve ainda um leilão de linha de crédito de US$ 1 bilhão para injetar recursos novos no mercado. É uma operação em que o BC vende a moeda estrangeira, mas com a obrigação, por parte de quem toma o empréstimo, de devolver o dinheiro após um determinado período. Os empréstimos atendem a uma demanda de fim de ano por dólares, principalmente de exportadores.
Fonte: Folha Online - 08/12/2014 e Endividado