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terça-feira, 27 de outubro de 2015

SEMELHANÇAS OU COINCIDÊNCIAS NAS QUATRO CRISES: COLLOR, FHC, LULA E DILMA?

SEMELHANÇAS OU COINCIDÊNCIAS NAS QUATRO CRISES: COLLOR, FHC, LULA E DILMA?
                
1. Em 25 anos o Brasil viveu 4 crises importantes econômicas e políticas. Uma média de uma crise importante a cada 6 anos, pouco mais de um mandato presidencial.  Em praticamente todas elas há dois elementos que se destacam, seja pelas razões seja pela coincidência.
                
2. O primeiro deles é uma crise econômica internacional e os reflexos sobre a economia brasileira.  Com FHC, as crises –asiática e russa- abalaram sua reeleição e provocaram medidas de populismo –fiscal e cambial- que pavimentaram sua vitória em 1998. Mas desmontaram a economia e sua popularidade, com reflexos até hoje.
                 
3. Com Lula e Dilma, da mesma forma. A grave crise financeira internacional de 2008 iniciou a desintegração econômica a partir das medidas de keynesianismo de consumo produzidas por Lula. O keynesianismo de consumo resistiu por 2 anos. Mas as placas tectônicas já estavam se mexendo e no terceiro ano os tremores se faziam sentir. Dilma agregou ao keynesianismo de consumo um populismo fiscal desabrido com todos os tipos de ‘pedaladas’ possíveis para ampliar o gasto do governo e ocultar o déficit público e o crescimento da relação Dívida/PIB, que sensibiliza as agências de risco.
                
4. Dessa forma, nos três casos a crise internacional foi agravada pela ansiedade política e eleitoral, com as consequências conhecidas e hoje trágicas.
                
5. Outro elemento de coincidência ou semelhança foi a desestabilização do presidente da Câmara de Deputados durante a crise política e moral. Com Collor, as investigações foram exponenciadas por uma CPI e –o presidente da Câmara de Deputados- que liderava seu impeachment terminou naufragando e sendo cassado em função de problemas de financiamento eleitoral.
                
6. Com Lula, as investigações foram exponeciadas pela CPI instalada. O presidente da Câmara de Deputados foi denunciado e depois julgado e condenado. Agora, com Dilma, da mesma forma, enquanto o sismômetro econômico e político acusava a desintegração governamental, a investigação –tipo contraofensiva- deflagrada pelo Planalto e pelo Procurador Geral terminaram atingindo seu alvo. E outra vez o presidente da Câmara de Deputados foi desestabilizado e os desdobramentos estão por vir.
                
7. Assim e em três governos a crise política atinge o Presidente da Câmara de Deputados. Coincidência? Certamente não. Afinal, mobilizar a –dita- base aliada, com estímulos de vários tipos, num sistema vertical-presidencialista-regimental como o nosso, não há como não passar pela presidência da casa. 
                
8. Esses dois elementos afetam duramente as placas tectônicas da governabilidade no executivo e no legislativo: a crise internacional e a estabilidade do presidente da câmara de deputados.  Hoje é mais um momento nesses 25 anos. 

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RENDA MÉDIA POR ADULTO: BRASIL EM 75 ATRÁS DO PERU E DA COLÔMBIA!
        
(Agência Estado, 13) Numa comparação internacional, o Brasil agora aparece apenas com a 75ª maior renda por adulto, superado entre 2014 e 2015 pelo Peru, Colômbia, Turquia e Tunísia. A riqueza é menos da metade da média mundial, de US$ 52 mil, e está abaixo da taxa latino-americana, de US 18 mil. Na China, a riqueza média de um adulto é de US$ 22 mil por ano. No Brasil, a queda na renda média em dólar foi de 24% em doze meses, algo que só foi superado pela Rússia e Ucrânia.  A liderança no ranking da riqueza no mundo é da Suíça, com uma média dos adultos de US$ 545 mil por ano, 30 vezes a do Brasil. A segunda posição é da Nova Zelândia, com uma riqueza média por adulto de US$ 400 mil. A terceira posição é da Austrália, seguida pelos EUA.

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INFLAÇÃO É A POLÍTCA FISCAL DO GOVERNO DILMA?
        
(Alexandre Schwartsman - Folha de SP, 14) 1. Imagine um governo que "hoje" arrecada $ 100, mas gasta $ 110 e, portanto, se endivida em $ 10, prometendo pagar este valor de volta "amanhã", acrescido de juros de 10%. No caso, isso significa que "amanhã" a diferença entre o que o governo arrecada e o que gasta tem que somar $ 11; $ 10 para pagar de volta o principal e $ 1 a título de juros. Para simplificar a exposição, vamos supor também que "hoje" já sabemos se "amanhã" o governo conseguirá (ou não) economizar os $ 11 necessários para pagar sua dívida. Caso se saiba que o governo tem essa capacidade, a vida segue.
        
2. O caso interessante, porém, é o oposto, quando sabemos que isso não será possível –por exemplo, que o governo só conseguirá guardar $ 5,50 (metade do necessário). Isso significa que, dada a taxa de juros de 10%, a dívida, inicialmente de $ 10, só pode valer $ 5, pois apenas com uma dívida deste valor e juros de $ 0,50 (10% de $ 5) o governo seria capaz de servi-la. Isso é, nas condições acima, o valor da dívida teria que cair à metade.
        
3. Há duas formas de fazê-lo: ou cortamos seu valor de face à metade (calote, em bom português), ou todos os preços desta economia dobram para fazer com que a dívida, que inicialmente poderia ser trocada por uma cesta de produtos no valor de $ 10, agora só possa ser trocada por uma cesta de produtos que vale $ 5.  Em outras palavras, sob "dominância fiscal", a inflação (o calote que não ousa dizer seu nome) fará o serviço que o governo não consegue fazer.

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PORTOS DA VENEZUELA – BOLIPORTOS: TUDO ESTATIZADO, TUDO PARADO! SÓ ESCÂNDALOS PASSAM NA ADUANA!
        
(BBC, 12) 1. No último ano, os portos se tornaram uma espécie de metáfora para a crise econômica vivida por este país rico em petróleo: a desolação de suas docas contrasta com as filas de navios que anos atrás esperavam para descarregar.  Entre 2013 e 2014 o tráfego total de contêineres nos cinco principais portos da Venezuela caiu 34%, de acordo com dados da CEPAL, que divulga um índice anual. Ainda não se tem os dados de 2015, mas de acordo com a Câmara de Comércio da cidade de Puerto Cabello, por exemplo, onde está localizado o maior porto, no primeiro trimestre do ano houve uma queda da atividade portuária de 50% em relação a 2014.
        
2. E, de acordo com a Câmara de Comércio do Estado de Vargas, onde fica localizado La Guaira, o porto está com 90% de ociosidade. A Venezuela importa mais de metade do que consome e por isso a falta de divisas significa um aumento importante da escassez de bens e, portanto, um duro golpe para a antes próspera atividade portuária.  Os pátios com contêineres vazios, os guindastes desligados, o escasso tráfego dentro do complexo: o ambiente, apesar da magnitude das instalações, é desolador no porto de La Guaira.
        
3.  Como parte de um processo de nacionalização em 2009, o então presidente Hugo Chávez ordenou a centralização dos portos venezuelanos sob o controle da Empresa Bolivariana de Portos, mais conhecida como Boliportos. "Vamos criar uma empresa de portos nacionais e uma empresa de aeroportos nacionais e internacionais, sob controle, como sempre deveria ter sido, do Estado", disse Chávez em março de 2009. Talvez nenhum outro órgão do governo venezuelano, nos últimos anos, tenha sido objeto de tantos escândalos como a Boliportos.

Ex-Blog do Cesar Maia