1. O panelaço -em várias capitais, no momento que
Dilma falava em rede de TV no domingo a noite- é mais um indicador
de que os impasses econômicos, políticos e sociais apontam
para situações de conflito e de confronto ainda dentro de
2015.
2. Em “O 18 Brumário de Luís Bonaparte” (1852), Karl Marx analisa o período revolucionário na França entre 1848 e 1851, desde a queda de Luis Felipe I até a ascensão de Luis Bonaparte, sobrinho de Napoleão. Assumiu como presidente em eleições diretas, surpreendendo e usando a memória de seu tio. Depois se tornou Imperador por plebiscito, como Napoleão III.
3. Na abertura, Marx diz: “Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.” Essa frase de Marx passou a ser cunhada como “a história se repete a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.
4. Os sinais de instabilidade política, econômica e social no Brasil, em 2015, são crescentes. Greve de caminhões, panelaço, ao lado da crise econômica e impasse político, seus desdobramentos sociais, a ampla corrupção na política... Tudo isso traz à lembrança a Argentina do início dos anos 2000.
5. Ao enfrentar a crise financeira internacional de 2008 com populismo fiscal e keynesianismo de consumo, Lula apenas transferiu o momento do desmonte econômico e político. O objetivo era o poder pelo poder. Em 2010, galopando sua popularidade, produto das medidas adotadas, elege sua candidata Dilma Rousseff na garupa de seu alazão.
6. Dilma sou eu, dizia Lula. Cumpriu-se a primeira etapa da máxima de Marx, só que invertida. A história se repetiu, só que agora como farsa, levando ao governo uma outsider que não teria como gerir a política e o governo. Talvez Lula tenha pensado assim mesmo: Dilma como farsa seria um boneco do ventríloquo Lula. A situação foi se agravando e a crise se aprofundando, até que no final do primeiro governo de Dilma convergiam os impasses econômico, político e social. O populismo fiscal e social foi empurrando o desenlace para frente.
7. Veio a eleição presidencial de 2014 e, com todos os instrumentos de abuso estatal e de propaganda, Dilma se reelegeu. Mais uma vez dando razão a Marx, só que na ordem invertida. A história se repete, agora, pela segunda vez, como tragédia.
8. Esse é o quadro que vai se construindo a cada dia, a cada informação sobre o PIB, sobre os juros, sobre o déficit comercial, sobre a Petrobras, sobre o Lava Jato, sobre os milhares de desempregos no setor automobilístico, em grandes obras e nas contratações da Petrobras, nas redes sociais, nos protestos crescentes. As medidas anunciadas pelo governo excitaram os sindicatos e a reação parlamentar é que não passarão incólumes, sinalizando que a autoridade continua sendo diluída.
9. A história se repete. Em nosso caso, a primeira vez como farsa e, agora, a segunda, como tragédia. Talvez a melhor medida a ser adotada seja humildade. Não dá para evitar a tragédia como Imperatriz. Bismarck faz 200 anos dia 1 de abril de 2015. Napoleão III não resistiu. Bismarck ocupou Versalhes. Que se estudem fórmulas de governo de composição, distintas do atual presidencialismo de coalizão, que implodiu.
10. Cópia da capa do 18 Brumário de 1852.
Ex-Blog do Cesar Maia
2. Em “O 18 Brumário de Luís Bonaparte” (1852), Karl Marx analisa o período revolucionário na França entre 1848 e 1851, desde a queda de Luis Felipe I até a ascensão de Luis Bonaparte, sobrinho de Napoleão. Assumiu como presidente em eleições diretas, surpreendendo e usando a memória de seu tio. Depois se tornou Imperador por plebiscito, como Napoleão III.
3. Na abertura, Marx diz: “Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.” Essa frase de Marx passou a ser cunhada como “a história se repete a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.
4. Os sinais de instabilidade política, econômica e social no Brasil, em 2015, são crescentes. Greve de caminhões, panelaço, ao lado da crise econômica e impasse político, seus desdobramentos sociais, a ampla corrupção na política... Tudo isso traz à lembrança a Argentina do início dos anos 2000.
5. Ao enfrentar a crise financeira internacional de 2008 com populismo fiscal e keynesianismo de consumo, Lula apenas transferiu o momento do desmonte econômico e político. O objetivo era o poder pelo poder. Em 2010, galopando sua popularidade, produto das medidas adotadas, elege sua candidata Dilma Rousseff na garupa de seu alazão.
6. Dilma sou eu, dizia Lula. Cumpriu-se a primeira etapa da máxima de Marx, só que invertida. A história se repetiu, só que agora como farsa, levando ao governo uma outsider que não teria como gerir a política e o governo. Talvez Lula tenha pensado assim mesmo: Dilma como farsa seria um boneco do ventríloquo Lula. A situação foi se agravando e a crise se aprofundando, até que no final do primeiro governo de Dilma convergiam os impasses econômico, político e social. O populismo fiscal e social foi empurrando o desenlace para frente.
7. Veio a eleição presidencial de 2014 e, com todos os instrumentos de abuso estatal e de propaganda, Dilma se reelegeu. Mais uma vez dando razão a Marx, só que na ordem invertida. A história se repete, agora, pela segunda vez, como tragédia.
8. Esse é o quadro que vai se construindo a cada dia, a cada informação sobre o PIB, sobre os juros, sobre o déficit comercial, sobre a Petrobras, sobre o Lava Jato, sobre os milhares de desempregos no setor automobilístico, em grandes obras e nas contratações da Petrobras, nas redes sociais, nos protestos crescentes. As medidas anunciadas pelo governo excitaram os sindicatos e a reação parlamentar é que não passarão incólumes, sinalizando que a autoridade continua sendo diluída.
9. A história se repete. Em nosso caso, a primeira vez como farsa e, agora, a segunda, como tragédia. Talvez a melhor medida a ser adotada seja humildade. Não dá para evitar a tragédia como Imperatriz. Bismarck faz 200 anos dia 1 de abril de 2015. Napoleão III não resistiu. Bismarck ocupou Versalhes. Que se estudem fórmulas de governo de composição, distintas do atual presidencialismo de coalizão, que implodiu.
10. Cópia da capa do 18 Brumário de 1852.
Ex-Blog do Cesar Maia