A lama que cobriu a região não tem nutrientes que possibilitem o plantio, diz o pesquisador da Embrapa Solos José Carlos Polidoro
O solo da área afetada pela lama do rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Samarco, empresa controlada pela Vale e pela BHP Bilinton, no município mineiro de Mariana, não está apto para o desenvolvimento da agropecuária, revela estudo preliminar feito em parceria pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
O levantamento foi feito a pedido da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O levantamento foi feito a pedido da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Segundo José Carlos Polidoro, pesquisador da Embrapa Solos, foram coletadas amostras em 10 pontos dentro da área de 1.430 hectares afetados pela lama.
Polidoro disse que a lama que cobriu a região não tem nutrientes que possibilitem o plantio. “O material, quimicamente, é quase inerte. Não há condição nenhuma de crescer uma planta [nessa área]. Ou seja, a agropecuária, nesse ponto, com o material que foi depositado nessa área, não tem a mínima condição de voltar a ocorrer, pelo menos por enquanto”, afirmou o pesquisador.
De acordo com Polidoro, outra questão analisada na primeira fase do estudo foi a presença de metais pesados nas amostras. “Primeiramente, a nossa investigação foi sobre a presença, ou não, de metais pesados em concentrações tóxicas. Nós não detectamos isso. Detectamos que não há nenhum indício de metais pesados em concentrações tóxicas nesse material que se espalhou nos 1.430 hectares, aproximadamente, que foram atingidos pela lama da barragem de rejeitos.”
Polidoro disse que a lama que cobriu a região não tem nutrientes que possibilitem o plantio. “O material, quimicamente, é quase inerte. Não há condição nenhuma de crescer uma planta [nessa área]. Ou seja, a agropecuária, nesse ponto, com o material que foi depositado nessa área, não tem a mínima condição de voltar a ocorrer, pelo menos por enquanto”, afirmou o pesquisador.
De acordo com Polidoro, outra questão analisada na primeira fase do estudo foi a presença de metais pesados nas amostras. “Primeiramente, a nossa investigação foi sobre a presença, ou não, de metais pesados em concentrações tóxicas. Nós não detectamos isso. Detectamos que não há nenhum indício de metais pesados em concentrações tóxicas nesse material que se espalhou nos 1.430 hectares, aproximadamente, que foram atingidos pela lama da barragem de rejeitos.”
Quanto ao reflorestamento da região, Polidoro informou que está sendo estudada a possibilidade de recuperação da área atingida. “O estudo é preliminar. A princípio, há possibilidade de recuperação. Existem várias tecnologias para recuperar áreas impactadas por vários problemas, mas a solução, como será a recuperação, temos que estudar um pouco mais. A princípio, é a revegetação com reflorestamento, mas é um pouco cedo para ter um diagnóstico definitivo.”
Segundo o pesquisador, está sendo feito outro levantamento para avaliar os demais danos causados pelo rompimento da barragem. Com as informações, serão analisadas as ações a serem adotadas. “Há técnicas para fazer isso [recuperar], mas ainda não definimos, porque estamos apoiando o governo de Minas Gerais, e isso não é uma competência só da Embrapa. Temos que juntar uma série de órgãos para definir [o quê fazer]”, explicou.
Segundo o pesquisador, está sendo feito outro levantamento para avaliar os demais danos causados pelo rompimento da barragem. Com as informações, serão analisadas as ações a serem adotadas. “Há técnicas para fazer isso [recuperar], mas ainda não definimos, porque estamos apoiando o governo de Minas Gerais, e isso não é uma competência só da Embrapa. Temos que juntar uma série de órgãos para definir [o quê fazer]”, explicou.