O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) enviou uma carta aos senadores na qual nega ter feito ameaças aos colegas para evitar a cassação de seu mandato no Conselho de Ética da Casa. Na carta, enviada quinta-feira (25) aos colegas, Delcídio classifica de "falsas e delirantes" as notícias sobre as supostas ameaças, divulgadas pela imprensa nesta semana.
Aos colegas, o senador disse que as notícias não condizem com sua "conduta de homem e de parlamentar". Delcídio também disse que sua prisão foi injusta.
"O injusto encarceramento me afastou temporariamente da vida familiar, social e política, todavia não me exonerou da coerência e da razão. Seria falso dizer que a injustiça não fere, testa a nossa força debilitando o corpo e atormentando o espírito. Porém, essas provações não dobraram meu caráter. Ódio e revanchismo não ocuparam minha imaginação. Mantive a serenidade e permaneço fiel aos meus princípios morais, que não foram depreciados ou abalados.", disse o senador.
Delcídio ficou 80 dias preso em função das investigações da Operação Lava Jato e passou a cumprir prisão domiciliar na sexta-feira (19). O retorno dele ao Senado era esperado nesta semana, mas Delcídio apresentou um atestado médico se licenciando por 15 dias da Casa.
A prisão do senador foi embasada em uma gravação apresentada à Procuradoria-Geral da República por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Segundo a procuradoria, o senador ofereceu R$ 50 mil por mês para Cerveró e sua família, além de um plano de fuga.
De acordo com os procuradores, o objetivo de Delcídio era evitar que o ex-diretor fizesse acordo de delação premiada. Os fatos ocorreram em uma reunião da qual participaram Bernardo Cerveró, o ex-advogado dele, Edson Ribeiro, e o senador Delcídio.