Mostrando postagens com marcador Eliminação do vírus da Aids. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Eliminação do vírus da Aids. Mostrar todas as postagens

sábado, 11 de julho de 2015

Eliminação do vírus da Aids, por Antônio Carlos Côrtes

Com as mudanças permanentes que ocorreram na imagem da África não estará distante o dia em que o Ocidente prestará reconhecimento às contribuições prestadas pelos povos daquele continente à civilização.
(José Luiz Pereira da Costa)
A notícia passou quase despercebida pelos meios de comunicação brasileiros Cuba eliminou a transmissão do vírus da Aids de mãe para filho. É complicado, mas descobridores desta façanha, se houver justiça, devem receber todos os prêmios possíveis em nível mundial. Vou tentar me explicar melhor. Aprendi com o grande escritor Aley Cheuiche que complicado tem origem do latim cum plica, isto é, com pregas, que precisam ser desfeitas de forma a simplificar, deixar sim plicas. É o que eu vou tentar fazer. A Organização Mundial de Saúde – OMS, oficialmente declarou que o país cubano é o primeiro no mundo a eliminar a terrível transmissão do vírus HIV da genitora ao filho. Como água mineral, dou a fonte: diretora da Organização Pan-Americana de Saúde – Opas – doutora médica Carissa F. Etiénne – Da Dominica. Segundo ela, Havana comprova que o acesso universal aos cuidados médicos é, sim, possível. E não uma utopia, afirmo eu. Pois basta vontade política e investimento sério, principalmente na população pobre historicamente ignorada em todos os seus problemas de saúde mais agudos. Consta que, em épocas passadas, a forma de eliminar os índios era deixar em seus caminhos roupas contaminadas para que as usassem e assim... Parece que algumas doenças que atingem os mais pobres não são combatidas com o mesmo propósito.
Dados da OMS dão conta de que 1,4 milhão de mulheres com HIV ficam grávidas por ano. O não tratamento antirretroviral provoca o risco de 15% e 45% daquelas mulheres passarem aos filhos gerados o terrível vírus. Mas aquela possibilidade cai praticamente a quase “zero” se a genitora e o bebê efetivamente receberem o tratamento com antirretrovirais. Ponto de ouro decorrente da luz. Como diz o poeta e compositor Gelson Oliveira: “Aqui encerro, feliz com a notícia desse avanço da medicina cubana”.

Advogado e escritor


Fonte: Correio do Povo, edição de 6 de julho de 2015, página 2.