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domingo, 5 de julho de 2015

EUA e Cuba reabrirão embaixadas neste mês

Anúncio histórico foi feito ontem, após meses do início da reaproximação

Washington – Estados Unidos e Cuba anunciaram ontem a restauração das relações diplomáticas entre os dois países. Conforme o governo americano, as respectivas embaixadas serão reabertas ainda neste mês. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, é esperado para a cerimônia, de hasteamento da bandeira americana em Havana. “Hoje posso anunciar que os Estados Unidos acordaram formalmente o restabelecimento de relações diplomáticas com a República de Cuba e a reabertura de embaixadas em nossos respectivos países”, disse Obama no Jardim Rosado da Casa Branca, com o vice-presidente, Joe Biden, ao seu lado. Para o presidente, trata-se de “uma opção entre o futuro e o passado”.
Em Havana, o governo cubano informou que o chanceler Bruno Rodríguez estará em Washington em 20 de julho para presidir a cerimônia de reabertura da embaixada, no mesmo casarão de 1916 construído especialmente para ser a reapresentação diplomática do país. O governo cubano reforçou, contudo, que o fim das sanções econômicas, das transmissões de rádio e TV e de programas “subversivos” é necessário justamente com a restauração das relações diplomáticas. Outro pedido de Cuba foi a devolução da base militar de Gunatánamo, hoje sob controle americano.
Durante o seu discurso, Obama reiterou seu apelo ao Congresso americano para que coloque fim ao embargo em vigor sobre Cuba. “Americanos e cubanos estão dispostos a avançar. Acredito que é o momento que o Congresso faça o mesmo. Já convoquei o Congresso a levantar o embargo” que impede os americanos de viajar ou fazer negócios em Cuba, disse.
O anúncio coroa seis meses de intensas negociações entre os dois países, desde o histórico anúncio de 17 de dezembro de 2014 sobre o início de uma reaproximação – que naquele momento era encarada quase como impossível. Em Nova Iorque, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou o anúncio e manifestou sua esperança de que a “passagem beneficie os povos dos dois países”. Nas ruas de Havana, cidadãos cubanos demonstravam esperança de que haja efetivamente uma melhora nas relações entre os dois países e que o processo tenha efeitos na vida cotidiana. “Isto é muito bom e vai beneficiar todo mundo. Nos meus 77 anos, nunca pensei que Cuba e os EUA poderiam entrar em acordo”, disse o cubano Juan Roberto Fernández.



Fonte: Correio do Povo, página 10 de 2 de julho de 2015.