Cenário ruim fez dólar retomar ritmo de alta
Moeda sobe para R$ 4,08, após o rumor de rebaixamento de nota pela Fitch
São Paulo – Depois de dois pregões de trégua, o dólar voltou a subir ontem e encerrou a sessão cotado a R$ 4,08, em alta de 2,8%. É a segunda maior cotação da história da moeda desde a criação do Plano Real, em 1994 – o recorde continua sendo o registrado na quarta-feira passada quando o dólar fechou a R$ 4,14. Já a Bovespa encerrou em queda pelo sétimo dia, no menor nível em mais de seis anos. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa, recuou 1,95%, aos 43.956 pontos, o menor nível do índice desde 7 de abril de 2009, puxado por Vale e Petrobras.
A forte desvalorização do dólar e a sequência de quedas na Bolsa refletem a cautela dos investidores com o futuro do ajuste fiscal e o receio com o risco de um novo rebaixamento da nota de um crédito do país. O dólar ampliou o avanço na reta final do pregão após o diretor-geral da agência de classificação de risco Fitch para o Brasil, Rafael Guedes, afirmar em um evento em São Paulo que “uma mudança de ratting (nota), do Brasil pode ocorrer a qualquer momento”. A agência colocou a nota brasileira em perspectiva negativa em abril. Atualmente, o Brasil está com a nota BBB na escala da agência, dois degraus acima do chamado grau especulativo, que retiraria o selo de bom pagador do país.
Além das questões internas, os investidores estão preocupados com a desaceleração da economia da China, que pode prejudicar ainda mais a retomada da atividade global, o que derrubou as Bolsas em todo mundo. Os mercados igualmente estão apreensivos com a possibilidade de o Federal Reserve, o banco central americano, elevar os juros ainda neste ano. Os eventos da semana também inspiram cautela. O Congresso deve apreciar o veto ao reajuste salarial de até 78,56% dos funcionários do Judiciário. A presidente Dilma Rousseff deve ainda colocar em prática sua reforma ministerial, cortando até dez pastas.
“O mercado está peitando o Banco Central. Não tem refresco”, afirmou o operador da corretora de um importante banco nacional. Só nas três sessões anteriores, o BC atuou dez vezes – incluindo leilões de swaps para rolagem -, mas nunca vendendo dólares das reservas no mercado à vista. Neste pregão, o BC apenas deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares, que vencem em outubro.
Fonte: Correio do Povo, página 4 de 29 de setembro de 2015.
Celular compromete direção
Entre as ações desenvolvidas pelas concessionárias de rodovias estão projetos que promovem a segurança no trânsito. O grupo AB Concessões, que atua em São Paulo e em Minas Gerais, disponibilizou uma experiência diferenciada aos participantes do 9º Congresso de Rodovias & Concessões. Foi instalado um simulador de veículo em que os presentes poderiam dirigi-lo utilizando o celular. A ideia, segundo a coordenadora de comunicação do grupo AB, Carolina Piekpe, era demonstrar, na prática, como o uso do celular ao volante compromete o desempenho do motorista. O condutor dirigia um trecho sem usar o celular e outro com o aparelho em mão. O teste era transmitido em monitores para que outras pessoas vissem as dificuldades enfrentadas.
Segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), o índice de mortes nas rodovias concedidas diminuiu 26,7% nos últimos 20 anos. O presidente Ricardo Pinto Pereira disse que o percentual, longe do ideal, resulta de investimentos na infraestrutura, atendimento de acidentes e melhoria da sinalização.
A Triunfo Concepa reduziu em 28,7% o índice de acidentalidade entre 2000 e 2014, na freeway. Já o de mortalidade teve queda de 47% neste mesmo período.
Fonte: Correio do Povo, página 18 de 17 de setembro de 2015.
Ceticismo do mercado faz o dólar subir 0,97%
Temor à espera do pacote e cautela antes da reunião do Fed contribuíram
Rio – O ceticismo dos investidores quanto às chances de aprovação do pacote fiscal fez com que o real registrasse ontem a maior perda frente ao dólar entre as 32 principais moedas do mundo. Esse temor se somou à cautela adotada antes da reunião nesta quinta-feira do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, quando pode ser anunciado o aumento da taxa básica de juros do país. A elevação dos juros nos EUA atrairia recursos aplicados hoje em países emergentes, especialmente o Brasil.
O dólar comercial, utilizando em transações no comércio exterior, teve valorização de 0,97%, encerrando em R$ 3,856. A divisa chegou a saltar 1,72% durante a tarde, atingindo R$ 3,884 na máxima. O comportamento da sessão de ontem contrastou com o da véspera, quando o anúncio do pacote pelo governo no fim da tarde animou o mercado na última hora de negociação, proporcionando só dólar sua maior queda em mais de um mês. Ontem, contudo, analistas do mercado financeiro apreciaram com mais clareza o pacote fiscal, atentando para o fato de que grande parte dele exige aprovação no Congresso em um momento de intensa crise política.
Para Bernd Berg, estrategista para mercados emergentes do Societé Generale, a reação do câmbio na segunda-feira, de queda forte do dólar, foi um efeito instantâneo no calor do anúncio do pacote fiscal. Ontem, segundo ele, o mercado, após avaliar as medidas com mais calma, esteve cético: “Houve uma reversão de tendência, pois há dúvidas sobre a capacidade de aprovação dessas medidas no Congresso. Eu estou muito cético, sobretudo quanto à CPMF”, afirmou o estrategista, em entrevista por telefone de Londres.
Em relatório, o Credit Suisse criticou a dependência do pacote à volta da CPMF, cuja aprovação acredita ser “extremamente difícil” no atual cenário político. Jaime Ferreira, superintendente de câmbio da corretora Intercam, disse que o mercado reagiu mal ao retorno da CPMF. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve um pregão instável, mas acabou fechando em alta de 0,17%, aos 47.364 pontos, graças ao bom desempenho das ações dos bancos, o setor com maior peso no Ibovespa, e ao bom humor nos mercados internacionais.
Fonte: Correio do Povo, página 10 de 16 de setembro de 2015.
CEEE: concessão pode ter continuidade
O Rio Grande do Sul quer a continuidade da concessão da Campanha Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Dessa forma, agregará valor à distribuidora e será viável negociar uma possível federalização de parte da companhia. Contudo, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, que esteve ontem em Porto Alegre, não confirmou que houvesse encaminhamento disso. “Estamos ainda no Tribunal de Contas da União (TCU) com pendências com relação à prorrogação da concessão das distribuidoras e a CEEEE é uma delas.” Conforme ele, o grande valor agregado da CEEE é a concessão.
Fonte: Correio do Povo, página 6 de 29 de abril de 2015.