Provérbio chinês: “O que ouço esqueço; o que vejo me lembro; e o que faço eu entendo.”
A) 1. Cerca de 3 meses atrás, este Ex-Blog informava que parte do entorno próximo de Lula tinha perdido a esperança com o governo Dilma e entendia que o melhor era convencê-la a pedir licença por prazo indeterminado, por questões de saúde, sistema nervoso, depressão crônica, etc. Com isso, ela se afastaria suavemente, manteria seus direitos de presidente após o mandato (remuneração e equipe de entorno, etc.). Mas o ponto era quem a convenceria disso.
2. Teria prevalecido a ideia de o PT e Lula apoiá-la e prestigiá-la e, com isso, se amanhã houvesse a necessidade do afastamento de Dilma, nem Lula nem o PT poderiam ser acusados de deslealdade. Os problemas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deram fôlego à tese de esperar para ver. A decisão do STF sobre as regras de funcionamento da comissão do Impeachment reforçaram essa tese ainda mais.
3. Mas os meses seguintes agravaram ainda mais o quadro econômico (perda tríplice do grau de investimento) e político e subtraíram autoridade da presidente. Generalizou-se a tese –tanto no PT, quanto na oposição, no empresariado, na sociedade, quanto na percepção externa– política e econômica de que “não há governo”.
4. Com a prisão do publicitário do PT (de Lula e Dilma), João Santana, criou-se um quadro novo. São ao mesmo tempo quadros do PT sem ser militantes. Os militantes –sejam dirigentes, parlamentares ou não-, quando denunciados ou presos, mantêm um comportamento firme, negando tudo. E o fizeram com a ordem unida dada pela direção lulista e seus advogados. Mas o casal publicitário –sem essa militância e experiência política- trocou os pés pelas mãos. A situação de Dilma se tornou terminal.
5. O PT e Lula abriram o jogo, usando como bodes expiatórios a lei que permite a Petrobras reintroduzir o setor privado no pré-sal e a reforma da previdência. Explicitamente, Dilma perdeu apoio interno, inclusive de Lula. Dilma mobilizou o Itamaraty, que inventou uma viagem às pressas ao Chile, de forma a evitar que ela participasse do Congresso do PT, evitando o constrangimento dos discursos críticos à sua política econômica e até vaias.
6. Com isso, concomitantemente, cresceu a tese do impeachment na oposição e da licença de Dilma no entorno de Lula. Isso ocorrendo ainda em 2016 e com novo governo liderado pelo PMDB, Lula teria tempo para passar para a oposição e sapatear sua tese de que a política econômica e social de Lula estavam certas e errada é a condução de Dilma. Na oposição, Lula afiaria o discurso, a CUT sapatearia a seu lado e sua popularidade voltaria a crescer. Em resumo, Lula seria competitivo em 2018.
B) (Estado de S. Paulo, 27) Na pior crise de seus 36 anos, o PT demarcou as diferenças em relação ao governo Dilma Rousseff e pediu a volta da política econômica levada a cabo pelo ex-presidente Lula da Silva. Em reunião do Diretório Nacional, o PT aprovou um conjunto de resoluções que escancaram as divergências entre partido e governo, irritando o Palácio do Planalto. Após sete horas de debates, o partido lançou o Plano Nacional de Emergência para a área econômica, que propõe 22 medidas para combater a crise, entre elas o uso das reservas internacionais do País para retomar o crescimento econômico e a criação de novos impostos. “Vivemos, de fato, uma encruzilhada entre o passado e o futuro”, diz o documento “O futuro está na retomada das mudanças”. O presidente do PT, Rui Falcão, disse que o objetivo do texto é resgatar as bandeiras econômicas de Lula. “A lógica das propostas é retomarmos, nas condições atuais, o que era o núcleo da política econômica do governo Lula”, disse ele.
Ex-Blog do Cesar Maia
A) 1. Cerca de 3 meses atrás, este Ex-Blog informava que parte do entorno próximo de Lula tinha perdido a esperança com o governo Dilma e entendia que o melhor era convencê-la a pedir licença por prazo indeterminado, por questões de saúde, sistema nervoso, depressão crônica, etc. Com isso, ela se afastaria suavemente, manteria seus direitos de presidente após o mandato (remuneração e equipe de entorno, etc.). Mas o ponto era quem a convenceria disso.
2. Teria prevalecido a ideia de o PT e Lula apoiá-la e prestigiá-la e, com isso, se amanhã houvesse a necessidade do afastamento de Dilma, nem Lula nem o PT poderiam ser acusados de deslealdade. Os problemas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deram fôlego à tese de esperar para ver. A decisão do STF sobre as regras de funcionamento da comissão do Impeachment reforçaram essa tese ainda mais.
3. Mas os meses seguintes agravaram ainda mais o quadro econômico (perda tríplice do grau de investimento) e político e subtraíram autoridade da presidente. Generalizou-se a tese –tanto no PT, quanto na oposição, no empresariado, na sociedade, quanto na percepção externa– política e econômica de que “não há governo”.
4. Com a prisão do publicitário do PT (de Lula e Dilma), João Santana, criou-se um quadro novo. São ao mesmo tempo quadros do PT sem ser militantes. Os militantes –sejam dirigentes, parlamentares ou não-, quando denunciados ou presos, mantêm um comportamento firme, negando tudo. E o fizeram com a ordem unida dada pela direção lulista e seus advogados. Mas o casal publicitário –sem essa militância e experiência política- trocou os pés pelas mãos. A situação de Dilma se tornou terminal.
5. O PT e Lula abriram o jogo, usando como bodes expiatórios a lei que permite a Petrobras reintroduzir o setor privado no pré-sal e a reforma da previdência. Explicitamente, Dilma perdeu apoio interno, inclusive de Lula. Dilma mobilizou o Itamaraty, que inventou uma viagem às pressas ao Chile, de forma a evitar que ela participasse do Congresso do PT, evitando o constrangimento dos discursos críticos à sua política econômica e até vaias.
6. Com isso, concomitantemente, cresceu a tese do impeachment na oposição e da licença de Dilma no entorno de Lula. Isso ocorrendo ainda em 2016 e com novo governo liderado pelo PMDB, Lula teria tempo para passar para a oposição e sapatear sua tese de que a política econômica e social de Lula estavam certas e errada é a condução de Dilma. Na oposição, Lula afiaria o discurso, a CUT sapatearia a seu lado e sua popularidade voltaria a crescer. Em resumo, Lula seria competitivo em 2018.
B) (Estado de S. Paulo, 27) Na pior crise de seus 36 anos, o PT demarcou as diferenças em relação ao governo Dilma Rousseff e pediu a volta da política econômica levada a cabo pelo ex-presidente Lula da Silva. Em reunião do Diretório Nacional, o PT aprovou um conjunto de resoluções que escancaram as divergências entre partido e governo, irritando o Palácio do Planalto. Após sete horas de debates, o partido lançou o Plano Nacional de Emergência para a área econômica, que propõe 22 medidas para combater a crise, entre elas o uso das reservas internacionais do País para retomar o crescimento econômico e a criação de novos impostos. “Vivemos, de fato, uma encruzilhada entre o passado e o futuro”, diz o documento “O futuro está na retomada das mudanças”. O presidente do PT, Rui Falcão, disse que o objetivo do texto é resgatar as bandeiras econômicas de Lula. “A lógica das propostas é retomarmos, nas condições atuais, o que era o núcleo da política econômica do governo Lula”, disse ele.
Ex-Blog do Cesar Maia