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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Ditaduras latino-americanas

Regimes militares que se instalaram entre os anos 60 e 80 em países localizados no Cone Sul: Brasil, Uruguai, Argentina e Chile. São apoiados pelos Estados Unidos e inserem-se no contexto da Guerra Fria e da chamada ameaça do comunismo.
Desde o final da II Guerra Mundial, com a definição dos blocos capitalista e socialista, os EUA têm interesse em aprofundar os laços com a América Latina. Em 1948 é fundada a Organização dos Estados Americanos (OEA), com o objetivo de manter a segurança no continente. Após a Revolução Cubana (1959), que instaura o socialismo em Cuba, os EUA criam a Aliança para o Progresso (1961), um programa de apoio econômico e estratégico ao crescimento dos países latino-americanos. Pretendem, assim, diminuir as causas da insatisfação social e a possível proliferação de movimentos socialistas, além de ampliar o mercado de investimento e de consumo da economia norte-americana. Ao mesmo tempo desenvolve-se a Doutrina da Segurança Nacional, patrocinada pelo War College, escola de guerra mantida pelo governo norte-americano e frequentada pelos militares latino-americanos. O progresso econômico e social das nações é visto como assunto de segurança nacional na medida pode impedir o avanço do comunismo.
As ideias e os partidos esquerdistas são vistos como inimigos internos, como é o caso dos representantes do populismo reformista (o peronismo na Argentina e o governo de João Goulart no Brasil). Eles provocam a intervenção das Forças Armadas na vida política e a instalação da ditadura militar no Cone Sul: entre 1964 e 1985 no Brasil, entre 1973 e 1984 no Uruguai, entre 1973 e 1989 no Chile e entre 1976 e 1983 na Argentina. Os regimes militares suprimem a liberdade democrática, promovem a extinção dos partidos políticos, a restrição dos poderes Legislativo e Judiciário e o fechamento de sindicatos e de organizações estudantis. Há forte censura à imprensa, e qualquer oposição ao governo é proibida. Adversários do regime são punidos com perseguições, prisões e deportações. É comum também a prática tortura como método de interrogatório dos suspeitos de subversão. Em muitos casos, os governos militares do Cone Sul apoiam-se mutuamente em suas estratégias de repressão e manutenção do poder. Os regimes militares chegam ao fim por causa das sucessivas crises econômicas e das frequentes denúncias de violação dos direitos humanos.


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