Regimes
militares que se instalaram entre os anos 60 e 80 em países
localizados no Cone Sul: Brasil, Uruguai, Argentina e Chile. São
apoiados pelos Estados Unidos e inserem-se no contexto da Guerra Fria
e da chamada ameaça do comunismo.
Desde o final da II Guerra Mundial,
com a definição dos blocos capitalista e socialista, os EUA têm
interesse em aprofundar os laços com a América Latina. Em 1948 é
fundada a Organização dos Estados Americanos (OEA), com o objetivo
de manter a segurança no continente. Após a Revolução Cubana
(1959), que instaura o socialismo em Cuba, os EUA criam a Aliança
para o Progresso (1961), um programa de apoio econômico e
estratégico ao crescimento dos países latino-americanos. Pretendem,
assim, diminuir as causas da insatisfação social e a possível
proliferação de movimentos socialistas, além de ampliar o mercado
de investimento e de consumo da economia norte-americana. Ao mesmo
tempo desenvolve-se a Doutrina da Segurança Nacional, patrocinada
pelo War College, escola de guerra mantida pelo governo
norte-americano e frequentada pelos militares latino-americanos. O
progresso econômico e social das nações é visto como assunto de
segurança nacional na medida pode impedir o avanço do comunismo.
As ideias e os partidos esquerdistas
são vistos como inimigos internos, como é o caso dos representantes
do populismo reformista (o peronismo na Argentina e o governo de João
Goulart no Brasil). Eles provocam a intervenção das Forças Armadas
na vida política e a instalação da ditadura militar no Cone Sul:
entre 1964 e 1985 no Brasil, entre 1973 e 1984 no Uruguai, entre 1973
e 1989 no Chile e entre 1976 e 1983 na Argentina. Os regimes
militares suprimem a liberdade democrática, promovem a extinção
dos partidos políticos, a restrição dos poderes Legislativo e
Judiciário e o fechamento de sindicatos e de organizações
estudantis. Há forte censura à imprensa, e qualquer oposição ao
governo é proibida. Adversários do regime são punidos com
perseguições, prisões e deportações. É comum também a prática
tortura como método de interrogatório dos suspeitos de subversão.
Em muitos casos, os governos militares do Cone Sul apoiam-se
mutuamente em suas estratégias de repressão e manutenção do
poder. Os regimes militares chegam ao fim por causa das sucessivas
crises econômicas e das frequentes denúncias de violação dos
direitos humanos.
Nossa História
http://www.nossahistoria.com.br/mundo4/12.htm
– 21/10/2003