Político foi ouvido na
Subcomissão Memória, Verdade e Justiça da AL
O
ex-prefeito de Porto Alegre e ex-deputado estadual Raul Pont, 71
anos, foi ouvido ontem na Subcomissão Memória, Verdade e Justiça
da Assembleia Legislativa (AL). No depoimento ele disse que ingressou
no curso de História da Ufrgs, em 1964, quando aconteceu o golpe
militar brasileiro, que durou 21 anos. Disse que a própria ditadura
o colocou na militância estudantil e também outros acadêmicos que
estavam inconformados com a cassação de professores e o fechamento
da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Pont
contou que era preso esporadicamente, e as detenções duravam de
dois a três dias, como foi o seu caso no Congresso da UNE em Ibiúna,
São Paulo, em 1968. Pont relatou que sofreu torturas físicas a
partir de 1971, depois de ser preso pela Operação Bandeirantes
(Oban), considerada pelo ex-deputado um braço clandestino e ilegal
da repressão. “Éramos sequestrados sem identidade e sem direito à
defesa. Este foi o pior período da repressão. A Oban foi um dos
órgãos mais violentos da ditadura militar brasileira, acrescentou o
ex-prefeito.
Pont
afirmou que ficou em prisão preventiva até o seu julgamento que
ocorreu em dezembro de 1972, na Justiça Militar do Rio Grande do
Sul, quando foi liberado.
Depois
de 35 minutos, depoimento do ex-prefeito foi interrompido devido à
morte do seu sogro em Ijuí. Ele foi avisado por telefone pela esposa
Liliane Froemming. O deputado estadual Pedro Ruas (Psol), relator da
subcomissão, informou que Pont deverá ser ouvido novamente em 10 de
julho. No dia 3, será a vez de Suzana Lisboa, viúva de Luiz Eurico
Lisboa.
Fonte:
Correio do Povo, página 12 de 27 de junho de 2015.