por Stephanie Tondo
Alta de 8% pode ser revertida com compras coletivas e pela simples comparação de preços
Rio - Começou a temporada de compra de material escolar. E este ano, os gastos que sempre atormentam os pais serão ainda maiores. Segundo os fabricantes do setor, os consumidores vão encontrar um aumento de 8% nos artigos de papelaria e livraria, em comparação ao ano passado. Para economizar, o melhor ainda é pesquisar preços e exigir descontos.
Mãe de duas crianças, de 4 e 6 anos, a economista Gabriella Brandão é também autora do blog Dicas Pais e Filhos. Segundo ela, uma das formas mais eficientes de cortar custos é fazer uma lista dos itens que os pequenos já têm. “É importante verificar o que sobrou do ano anterior, como lápis de cor, por exemplo. Também costumo pesquisar pela internet antes de ir às compras. O preço entre uma loja e outra varia muito, principalmente em cadernos”, conta.
Consultor financeiro, Stanlei Bellan aconselha que se evite comprar todos os itens na mesma loja. “Com a facilidade da compra online, vale a pena adquirir o que está mais barato em cada site. Pequenas economias fazem uma boa diferença no mês”, ensina.
Aplicativos e sites de comparações de preços também ajudam a encontrar as condições mais vantajosas. É o caso do Dica de Preço, uma espécie de rede social gratuita onde pessoas de todas as partes do mundo compartilham informações sobre produtos, como o valor e o melhor lugar para comprar. A ferramenta pode ser acessada em navegadores tradicionais, como Safari e Google Chrome, ou instalado nos sistemas Android e iOS, de smartphones e iPhones.
A vendedora Cristiane Costa, 33 anos, ainda prefere pesquisar de loja em loja. Ontem, ela esteve no Centro do Rio com os filhos Kauê, 7, e Ana Sophia, 6, para comprar material escolar. “Já separo o décimo terceiro salário para esta despesa. Este ano, vou gastar R$ 3 mil só em material para as crianças. Para economizar ando em cada loja e comparo os preços. Compro onde estiver mais barato”, explica.
Já a advogada Thainá Manske, 26, levou a irmã Bruna Mirelly, 14, para escolher o material todo na mesma loja, no Centro: “Sei que aqui é mais barato e já vim direto. Mas senti um aumento nos preços este ano”, disse.
Outra dica, segundo André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), é reunir um grupo de pais e fazer compras no atacado. “Nessas situações pode ser que o aumento de 8% nem seja sentido. A concorrência também ajuda a segurar um pouco a alta e o consumidor deve se valer disso para negociar e conseguir descontos”, aconselha.
FISCALIZAÇÃO
Os fiscais do Procon Estadual autuaram 11 papelarias ontem, nas regiões do Centro, Zona Oeste e Zona Norte. Em sete lojas não havia informações dos preços das mercadorias expostas à venda, enquanto outras quatro ainda não se adequaram à lei que obriga os estabelecimentos a disponibilizarem o Livro de Reclamações.
Cobrança de produtos de uso coletivo é proibida
Ainda ontem, os fiscais do Procon RJ coletaram 40 listas de material escolar que algumas escolas enviaram às papelarias. Vários solicitavam itens como papel-higiênico, luva de látex, papel A4, materiais de higiene pessoal e até remédios. Todas serão avaliadas por suspeita de solicitação de material de uso coletivo.
De acordo com a Lei Federal 12.886, de 26 de novembro de 2013, a inclusão destes itens na lista de material escolar está proibida. O órgão informou que as escolas que solicitaram os artigos de uso coletivo serão chamadas pelo Procon Estadual para dar explicações e estarão sujeitas às penas cabíveis.
Para o especialista em Direito do Consumidor, Leonardo Muniz, a proibição também vale para a cobrança da taxa de material, além do valor da mensalidade contratada. “Os custos dessas taxas em geral são para cobrir despesas com materiais coletivos. Essas escolas podem apresentar uma relação de material escolar individual para o aluno, como livros didáticos, por exemplo. Fora isso, outras taxas são ilegais e contrariam o Código de Defesa do Consumidor, caracterizando prática abusiva”, avalia o advogado.
Ainda segundo o especialista, caso haja cobranças de taxas extras com o material escolar, os pais não são obrigados a arcar com tais despesas e podem reivindicar seus direitos no Procon e depois na Justiça, se necessário.
“Em primeiro lugar, os pais podem solicitar conversa com a escola, pedindo o não pagamento da taxa. Contudo, caso a instituição insista na cobrança, os pais podem ir ao Procon ou até mesmo à delegacia para formalizar a reclamação, pois tal prática abusiva também configura crime contra o consumidor. Se os pais já pagaram podem requerer a devolução amigável junto à instituição escolar ou requerer a devolução de tais valores com perdas e danos morais perante a Justiça”, explica Leonardo Muniz.
Educação financeira desde cedo
Autora do blog Dicas Pais e Filhos, Gabriella Brandão acredita ser importante conscientizar as crianças desde cedo sobre consumo responsável. “Os pequenos devem acompanhar os pais na hora da compra. Hoje em dia as crianças estão muito consumistas e imediatistas, por isso é preciso que elas aprendam a lidar com a frustração. Afinal, os adultos nem sempre conseguem e podem comprar o que querem. O diálogo é o ideal para trazer a criança para a realidade”, avalia.
Mãe de dois filhos, Gabriella também aconselha que os adolescentes participem da pesquisa de preço. “Dessa forma aprendem a não consumir por impulso”, diz.
A vendedora Cristiane Costa acostumou os filhos desde cedo a percorrer as lojas em busca do melhor preço. “Assim eles aprendem a lidar com as finanças. Se educarmos desde cedo, quando crescerem vão saber organizar seu próprio orçamento. No final do dia, se eles se comportam bem, ganham um lanche”, conta ela.
Quando um material do ano anterior pode ser aproveitado na série seguinte, Cristiane recompensa as crianças: “Deixo eles escolherem uma mochila melhor, por exemplo, de algum personagem”.
Fonte: O Dia Online - 08/01/2015 e Endividado
Alta de 8% pode ser revertida com compras coletivas e pela simples comparação de preços
Rio - Começou a temporada de compra de material escolar. E este ano, os gastos que sempre atormentam os pais serão ainda maiores. Segundo os fabricantes do setor, os consumidores vão encontrar um aumento de 8% nos artigos de papelaria e livraria, em comparação ao ano passado. Para economizar, o melhor ainda é pesquisar preços e exigir descontos.
Mãe de duas crianças, de 4 e 6 anos, a economista Gabriella Brandão é também autora do blog Dicas Pais e Filhos. Segundo ela, uma das formas mais eficientes de cortar custos é fazer uma lista dos itens que os pequenos já têm. “É importante verificar o que sobrou do ano anterior, como lápis de cor, por exemplo. Também costumo pesquisar pela internet antes de ir às compras. O preço entre uma loja e outra varia muito, principalmente em cadernos”, conta.
Consultor financeiro, Stanlei Bellan aconselha que se evite comprar todos os itens na mesma loja. “Com a facilidade da compra online, vale a pena adquirir o que está mais barato em cada site. Pequenas economias fazem uma boa diferença no mês”, ensina.
Aplicativos e sites de comparações de preços também ajudam a encontrar as condições mais vantajosas. É o caso do Dica de Preço, uma espécie de rede social gratuita onde pessoas de todas as partes do mundo compartilham informações sobre produtos, como o valor e o melhor lugar para comprar. A ferramenta pode ser acessada em navegadores tradicionais, como Safari e Google Chrome, ou instalado nos sistemas Android e iOS, de smartphones e iPhones.
A vendedora Cristiane Costa, 33 anos, ainda prefere pesquisar de loja em loja. Ontem, ela esteve no Centro do Rio com os filhos Kauê, 7, e Ana Sophia, 6, para comprar material escolar. “Já separo o décimo terceiro salário para esta despesa. Este ano, vou gastar R$ 3 mil só em material para as crianças. Para economizar ando em cada loja e comparo os preços. Compro onde estiver mais barato”, explica.
Já a advogada Thainá Manske, 26, levou a irmã Bruna Mirelly, 14, para escolher o material todo na mesma loja, no Centro: “Sei que aqui é mais barato e já vim direto. Mas senti um aumento nos preços este ano”, disse.
Outra dica, segundo André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), é reunir um grupo de pais e fazer compras no atacado. “Nessas situações pode ser que o aumento de 8% nem seja sentido. A concorrência também ajuda a segurar um pouco a alta e o consumidor deve se valer disso para negociar e conseguir descontos”, aconselha.
FISCALIZAÇÃO
Os fiscais do Procon Estadual autuaram 11 papelarias ontem, nas regiões do Centro, Zona Oeste e Zona Norte. Em sete lojas não havia informações dos preços das mercadorias expostas à venda, enquanto outras quatro ainda não se adequaram à lei que obriga os estabelecimentos a disponibilizarem o Livro de Reclamações.
Cobrança de produtos de uso coletivo é proibida
Ainda ontem, os fiscais do Procon RJ coletaram 40 listas de material escolar que algumas escolas enviaram às papelarias. Vários solicitavam itens como papel-higiênico, luva de látex, papel A4, materiais de higiene pessoal e até remédios. Todas serão avaliadas por suspeita de solicitação de material de uso coletivo.
De acordo com a Lei Federal 12.886, de 26 de novembro de 2013, a inclusão destes itens na lista de material escolar está proibida. O órgão informou que as escolas que solicitaram os artigos de uso coletivo serão chamadas pelo Procon Estadual para dar explicações e estarão sujeitas às penas cabíveis.
Para o especialista em Direito do Consumidor, Leonardo Muniz, a proibição também vale para a cobrança da taxa de material, além do valor da mensalidade contratada. “Os custos dessas taxas em geral são para cobrir despesas com materiais coletivos. Essas escolas podem apresentar uma relação de material escolar individual para o aluno, como livros didáticos, por exemplo. Fora isso, outras taxas são ilegais e contrariam o Código de Defesa do Consumidor, caracterizando prática abusiva”, avalia o advogado.
Ainda segundo o especialista, caso haja cobranças de taxas extras com o material escolar, os pais não são obrigados a arcar com tais despesas e podem reivindicar seus direitos no Procon e depois na Justiça, se necessário.
“Em primeiro lugar, os pais podem solicitar conversa com a escola, pedindo o não pagamento da taxa. Contudo, caso a instituição insista na cobrança, os pais podem ir ao Procon ou até mesmo à delegacia para formalizar a reclamação, pois tal prática abusiva também configura crime contra o consumidor. Se os pais já pagaram podem requerer a devolução amigável junto à instituição escolar ou requerer a devolução de tais valores com perdas e danos morais perante a Justiça”, explica Leonardo Muniz.
Educação financeira desde cedo
Autora do blog Dicas Pais e Filhos, Gabriella Brandão acredita ser importante conscientizar as crianças desde cedo sobre consumo responsável. “Os pequenos devem acompanhar os pais na hora da compra. Hoje em dia as crianças estão muito consumistas e imediatistas, por isso é preciso que elas aprendam a lidar com a frustração. Afinal, os adultos nem sempre conseguem e podem comprar o que querem. O diálogo é o ideal para trazer a criança para a realidade”, avalia.
Mãe de dois filhos, Gabriella também aconselha que os adolescentes participem da pesquisa de preço. “Dessa forma aprendem a não consumir por impulso”, diz.
A vendedora Cristiane Costa acostumou os filhos desde cedo a percorrer as lojas em busca do melhor preço. “Assim eles aprendem a lidar com as finanças. Se educarmos desde cedo, quando crescerem vão saber organizar seu próprio orçamento. No final do dia, se eles se comportam bem, ganham um lanche”, conta ela.
Quando um material do ano anterior pode ser aproveitado na série seguinte, Cristiane recompensa as crianças: “Deixo eles escolherem uma mochila melhor, por exemplo, de algum personagem”.
Fonte: O Dia Online - 08/01/2015 e Endividado