Pesquisa do SPC Brasil aponta que 96% dos que têm cartão já pagaram apenas o valor mínimo
Quem usa cartão de crédito sabe que os juros são exorbitantes, mas desconhece os valores exatos, e o impacto que esse número terá no bolso quando paga o valor mínimo da fatura. Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que, no país, 96% das pessoas já utilizaram o crédito rotativo, ou seja, pagaram apenas o mínimo, e não sabiam informar qual o valor dos juros que seria cobrado pela operadora do cartão. “Eu não sei qual é o juro exato, mas sei que é muito alto. Meu marido usou o rotativo e pagou caro por isso”, diz a vendedora Fernanda Oliveira, 30.
Segundo o Banco Central, os juros de cartão de crédito em abril chegaram a 347,5% ao ano, e as taxas anuais de juros do cheque especial estão em 226%.
A servidora pública Maria Aparecida Rodrigues Jabour, 54, também não sabe quais as taxas exatas de juros cobradas pelos cartões, mas se diz atenta na hora de utilizar. “Minha fatura está alta agora, então já estou pensando em como vou zerar essas despesas para depois utilizar de novo. Faço isso para evitar perder o controle”, afirma Maria Aparecida, que não utiliza o crédito rotativo.
A coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, alerta, porém, que essas informações estão disponíveis na própria fatura. “Por lei, os cartões têm que informar os juros e encargos que serão cobrados. O problema é que as pessoas não fazem a conta”, explica.
Um questionamento feito por Maria Aparecida e sua filha, a médica Fabíola Rodrigues Pereira, 38, é se os juros não são abusivos. “Os cartões não lucram demais?”, indaga Fabíola. “Tem anos que a gente fala que falta uma política de controle dos juros no Brasil”, afirma Maria Inês.
Para o economista da Boa Vista SCPC Flávio Calife, “não temos em um futuro próximo a perspectiva de diminuição de juros”. Ele explica que os juros de cartão de crédito subiram porque a taxa Selic está alta, e diante do risco de inadimplência, os bancos aumentam o spread (diferença entre as taxas pagas pelo banco na hora da compra e as taxas cobradas na hora da venda). “O cartão é visto como uma linha de crédito de risco, por isso tem juros maiores”, explica Calife.
Cartão não é ‘plus’ de salário
A principal medida para evitar o endividamento é não transformar o cartão de crédito ou o cheque especial em um “plus” do salário, segundo a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci. “Se o dinheiro não está dando, é melhor buscar um empréstimo pessoal, com juros menores”, diz. “Tem que ter planejamento de gastos, inclusive quando tiver despesas maiores”, ensina Dolci.
Clique aqui para saber as taxas de juros cobradas pelos bancos em cada tipo de linha de crédito
Fonte: otempo.com.br - 29/05/2015 e Endividado
Quem usa cartão de crédito sabe que os juros são exorbitantes, mas desconhece os valores exatos, e o impacto que esse número terá no bolso quando paga o valor mínimo da fatura. Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que, no país, 96% das pessoas já utilizaram o crédito rotativo, ou seja, pagaram apenas o mínimo, e não sabiam informar qual o valor dos juros que seria cobrado pela operadora do cartão. “Eu não sei qual é o juro exato, mas sei que é muito alto. Meu marido usou o rotativo e pagou caro por isso”, diz a vendedora Fernanda Oliveira, 30.
Segundo o Banco Central, os juros de cartão de crédito em abril chegaram a 347,5% ao ano, e as taxas anuais de juros do cheque especial estão em 226%.
A servidora pública Maria Aparecida Rodrigues Jabour, 54, também não sabe quais as taxas exatas de juros cobradas pelos cartões, mas se diz atenta na hora de utilizar. “Minha fatura está alta agora, então já estou pensando em como vou zerar essas despesas para depois utilizar de novo. Faço isso para evitar perder o controle”, afirma Maria Aparecida, que não utiliza o crédito rotativo.
A coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, alerta, porém, que essas informações estão disponíveis na própria fatura. “Por lei, os cartões têm que informar os juros e encargos que serão cobrados. O problema é que as pessoas não fazem a conta”, explica.
Um questionamento feito por Maria Aparecida e sua filha, a médica Fabíola Rodrigues Pereira, 38, é se os juros não são abusivos. “Os cartões não lucram demais?”, indaga Fabíola. “Tem anos que a gente fala que falta uma política de controle dos juros no Brasil”, afirma Maria Inês.
Para o economista da Boa Vista SCPC Flávio Calife, “não temos em um futuro próximo a perspectiva de diminuição de juros”. Ele explica que os juros de cartão de crédito subiram porque a taxa Selic está alta, e diante do risco de inadimplência, os bancos aumentam o spread (diferença entre as taxas pagas pelo banco na hora da compra e as taxas cobradas na hora da venda). “O cartão é visto como uma linha de crédito de risco, por isso tem juros maiores”, explica Calife.
Cartão não é ‘plus’ de salário
A principal medida para evitar o endividamento é não transformar o cartão de crédito ou o cheque especial em um “plus” do salário, segundo a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci. “Se o dinheiro não está dando, é melhor buscar um empréstimo pessoal, com juros menores”, diz. “Tem que ter planejamento de gastos, inclusive quando tiver despesas maiores”, ensina Dolci.
Clique aqui para saber as taxas de juros cobradas pelos bancos em cada tipo de linha de crédito
Fonte: otempo.com.br - 29/05/2015 e Endividado