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quinta-feira, 26 de março de 2015

CCJ da Câmara quer ouvir Cardozo sobre reuniões com advogados de empreiteiras


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou hoje (25) convite para que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, esclareça os acordos de leniência com empresas envolvidas na Operação Lava Jato.
Na audiência, marcada para as comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Cardozo deverá falar sobre as reuniões que manteve com advogados dessas empreiteiras. Os encontros não constavam da agenda oficial do ministro.
Na ocasião, o Cardozo confirmou a reunião e disse que ela ocorreu por se tratar de dever "do ministro da Justiça e de quaisquer servidores públicos receber advogados no regular exercício da profissão, conforme determina o Estatuto da Advocacia”.
O ministro também deve falar sobre a reunião com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na véspera da divulgação da lista com os nomes de políticos envolvidos em denúncias de corrupção na Petrobras e encaminhada ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

Agência Brasil



Brasil desperdiçou 37% da água na rede de distribuição em 2013


Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli
O Brasil desperdiçou 6,53 bilhões de metros cúbicos (m³) de água devido às perdas na rede de distribuição em 2013, aponta pesquisa do Instituto Trata Brasil, divulgado hoje (25). Esse volume representa 37% de toda a água distribuída e equivale a 6,5 vezes a capacidade do Cantareira ou 7.154 piscinas olímpicas. Em termos financeiros, as perdas na distribuição representam 39%, o equivalente a R$ 8 bilhões. O valor representa 80% dos investimentos feitos em água e esgoto no período analisado.
O levantamento, com base no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2013, do Ministério das Cidades, mostra que a Região Norte é a que mais perde água no processo de distribuição. Mais da metade (50,7%) da água usada no abastecimento é desperdiçada em razão de vazamentos, falta de hidrômetros ou ligações clandestinas. O estado do Amapá, com uma população de 734,9 mil pessoas, é o campeão nacional de perdas, com índice de 76,54%. Em termos unitários, por ligação ativa à rede de distribuição, o índice de perda é 2,7 mil litros/dia por ligação.
As perdas também são altas no Nordeste, com 45,03%. O destaque é Sergipe, com 59,27%. A melhor situação é a da Paraíba (36,18%), seguida pelo Ceará (36,52%). O Sudeste é a região que tem o menor índice de perdas, com 33,35% na média estadual. O Rio de Janeiro é o estado com menos perdas, 30,82%, seguido pelo Espírito Santo (34,39%). As demais regiões apresentam índices próximos ao do Sudeste: Sul (35,06%) e Centro-Oeste (33,4%). O Distrito Federal tem o melhor índice do país, 27,27%.
Em comparação com 2004, o Trata Brasil avalia que as perdas na distribuição não diminuíram a contento. Houve redução de 8,7 pontos percentuais nos últimos dez anos, o que equivale a menos de 1 ponto percentual por ano. O índice passou de 45,6%, em 2004, para 36,9%, em 2013. “[Os dados] confirmam a necessidade de acrescentar esforços na redução de perdas para atingir níveis condizentes com a situação hídrica atual”, informa nota do instituto.
O estudo faz uma estimativa de redução das perdas para 2033, considerando três cenários: otimista, base e conservador. Em uma situação considerada otimista, o país chegaria com 15% naquele ano, uma redução de 62%. Um cenário base propõe que as perdas na rede de distribuição de água fiquem em 20% e uma posição conservadora sugere índice de 25%.
Se o país alcançasse o cenário base, ao longo dos cinco primeiros anos, isso representaria ganho financeiro de R$ 2,61 bilhões. Ao longo de 20 anos, o ganho acumulado chegaria a R$ 26,73 bilhões, o que equivale, por exemplo, a 9% do investimento estimado pelo Plano Nacional de Saneamento Básico até 2033 para alcançar a universalização da água e esgoto.
O instituto indica soluções que devem ser adotadas hoje para obter índices menores de perda de água. Entre eles, estão: estabelecer contratos com incentivos para a redução de perdas, gerenciar o desperdício, criar programas para reduzir perdas sociais (ligações clandestinas), usar hidrômetros de maior precisão e direcionar maior financiamentos para iniciativas que contribuam com essa política.

Agência Brasil


Senado aprova urgência para votar regulamentação do indexador de dívidas


Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

O presidente do Senado, Renan Calheiros, fala à imprensa no Congresso Nacional (Wilson Dias/Agência Brasil)
Para Renan Calheiros, a troca do indexador é uma decisão do CongressoWilson Dias/Agência Brasil
O Senado aprovou hoje (25) requerimento impondo regime de urgência na tramitação do projeto de lei que trata da regulamentação da troca do indexador das dívidas dos estados e municípios com a União. A votação da matéria está marcada para a próxima terça-feira (31).
Mais cedo, parlamentares tiveram uma reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que pediu mais tempo para o governo tratar da regulamentação. Levy se comprometeu a comparecer, na próxima terça-feira de manhã, à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, para explicar os impactos da mudança do indexador nas contas do governo e do ajuste fiscal previsto para este ano.
Para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a decisão de votar a matéria na semana que vem não está vinculada ao pedido do governo. Segundo ele, o projeto não pôde ser votado hoje, porque é preciso respeitar o prazo regimental de duas sessões antes da votação com pedido de urgência.
Renan admitiu que o Congresso pode analisar uma eventual proposta do governo sobre a regulamentação, desde que ela seja enviada antes da apreciação da matéria.
“Vamos votar o requerimento de urgência e apreciar a matéria na terça-feira. Se o governo construir até lá uma solução dentro do que quer com o ajuste, melhor. Caso não construa, vamos votar e aprovar no Senado na terça-feira. Se for vetado, apreciaremos o veto. Depois da conquista da apreciação de vetos em 30 dias, a palavra final cabe sempre ao Congresso Nacional”, acrescentou Renan, momentos antes da aprovação do requerimento de urgência.
A lei que mudou o índice que corrige as dívidas foi sancionada em novembro do ano passado, mas o novo indexador não é aplicado por falta de regulamentação. O presidente do Senado alegou que um tema superado acabou voltando à pauta do Congresso Nacional para ser novamente discutido. “A troca do indexador é uma decisão do Congresso Nacional. Ela retornou à pauta só porque precisava ser regulamentada, e o governo não regulamentou, o que significa dizer que ela voltou a criar problemas no dia a dia de nossa pauta. Mas nós vamos resolvê-la”, ressaltou o senador.
O projeto do Congresso estabelece prazo de 30 dias para que o governo conclua os aditivos contratuais necessários para implementação dos novos índices de correção das dívidas. Caso isso não ocorra, os estados e municípios ficam automaticamente autorizados a utilizar os novos índices para os pagamentos. “A decisão de 30 dias já é a consequência de o governo não ter regulamentado. É um prazo que o Congresso está dando para que o governo regulamente obrigatoriamente uma coisa que não pode continuar”, afirmou Renan.
Ele disse ainda que o impacto da mudança do indexador das dívidas será de R$ 3 bilhões este ano. O governo anunciou que precisa fazer ajuste fiscal e economizar R$ 66 bilhões em 2015. Por isso, Renan adiantou que caberá ao ministro Joaquim Levy apontar onde os R$ 3 bilhões serão compensados no ajuste, incluindo cortes nos gastos do próprio governo.
“Como fazer ajuste sem tocar no setor público? Como fazer ajuste sem diminuir o número de ministérios e de cargos em comissão? Se as medidas forem frustradas em função de uma negociação com o Congresso, o ministro Levy tem de apresentar medidas adicionais para atingir o objetivo. Ajuste é isso. Por que não fazer uma revisão dos contratos do setor público? No Senado, temos mais de 800 contratos, mas fizemos uma revisão e economizamos em 2014 mais de 10% do que tínhamos gasto em 2013. Ajuste fiscal é isso. É isso que o governo precisa fazer”, concluiu.

Agência Brasil