As
manifestações públicas de lideranças do PT e de aliados como o
vice-presidente Michel Temer, sustentando que o governo está
tranquilo e que não há crise política no país não convencem nem
eles próprios. A reação veio menos de 24 horas depois da convenção
nacional do PSDB, que reelegeu Aécio Neves para novo mandato no
comando do partido e que foi palco para discursos inflamados de
lideranças tucanas sobre um fim a curto prazo do mandato da
presidente Dilma Rousseff e o retorno do PSDB ao poder. Apesar da
tentativa de minimizar a crise feita por integrantes do governo e
aliados, são generalizadas as dúvidas – entre situação e
oposição – sobre a possibilidade de evolução do cenário para
um processo de impeachment e ou desfecho desfavorável em instâncias,
como Tribunal de Contas da União e no Tribunal superior Eleitoral.
Paralelamente, há a constatação unânime, nos bastidores, de que
nunca um governo enfrentou crise com tamanhas dimensões, que se
estende simultaneamente, aos terrenos político, administrativo e
econômico. Não bastasse este cenário, e ainda como resultado dele,
Dilma amarga aprovação inferior a dois dígitos e nunca manteve
relação satisfatória com o Congresso Nacional.
Expectativa
É
grande a expectativa me Brasília em relação ao parecer do ministro
do Tribunal de Contas da União, João Augusto Nardes, relator da
prestação de contas do governo relativas a 2014, e a polêmica em
função das “pedaladas fiscais”. Os rumores dão conta de que
Nardes manterá sua posição inicial pela rejeição e deve se
manifestar, oficialmente em cerca de 60 dias.
PT
gaúcho quer apoio
O
presidente do PT gaúcho, Ary Vanazzi, participa hoje em Brasília de
reunião da bancada federal do partido. Vanazzi busca apoio à Carta
de Porto Alegre, texto aprovado pelo diretório estadual exigindo a
revisão da política econômica adotada pelo Planalto e adesão à
defesa de realização de um encontro nacional extraordinário para
revisar resoluções aprovadas no 5º Congresso, que frustraram alas
mais críticas do partido.
ECA
faz 25 anos
em
meio à tramitação da PEC de redução da maioridade penal,
aprovada em primeiro turno na última semana após manobra regimental
do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, será
realizada hoje na Casa sessão solene em comemoração aos 25 anos do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A sessão solicitada
pelo deputado federal gaúcho Nelson Marchezan Júnior, do PSDB terá
início às 10h.
Um
peso, duas medidas
Cada
vez mais lideranças políticas, principalmente nas redes sociais,
tem deixado de lado o bom senso e a capacidade de autocrítica.
Ontem, chamou a atenção a manifestação do deputado federal Paulo
Pimenta, do PT. Pimenta em seu perfil no Twitter: “O tucano Eduardo
Azeredo, pais do mensalão tucano – mineiro, foi tratado como
convidado de honra na convenção do PSDB. Réu bajulado pela
imprensa”. Quando dirigentes e líderes petistas não apenas
ovacionaram em encontros nacionais, mas também fizeram defesa
incisiva de figuras como José Dirceu e João Vaccari Neto, o
parlamentar não demonstrou a mesma indignação.
Chances
remotas
Apesar da estratégia da bancada do
PT, de tentar emplacar em plenário alterações no projeto da LDO,
as chances de êxito são remotas. Salvo no caso de dissidências
entre aliados, que na Comissão de Finanças, onde o quórum é
reduzido, resistiram às pressões. Em tempo: pelo andar da
carruagem, o Executivo terá de administrar cada vez mais a reboque
de liminares judiciais.
Apartes
Os secretários da Segurança,
Wantuir Jacini, e da Agricultura, Ernani Polo, se reuniram para
discutir o planejamento do policiamento rural da fronteira para
combater o abigeato e outros crimes. Segundo Jacini, a ação
contempla todos os municípios de fronteira, de Barra do Guarita ao
Chuí, divididos em 12 áreas. O trabalho será realizado por meio de
força-tarefa com diversos setores.
Fonte: Correio do Povo, página 3 de 7
de julho de 2015.