Estando
em momentânea desgraça junto ao governo da convenção termidoriana
durante a revolução francesa por ter tido simpatias jacobinas, o
jovem general Napoleão Bonaparte não hesitou em assumir o comando
da repressão ao movimento monarquista que ameaçava a república,
abrindo assim a tiros de canhão seu caminho para o poder.
O ar
Burguês
Derrubada
a ditadura de Robespierre pelo surpreendente golpe de 9 Termidor, a
França tomou-se de outros ares. O véu sagrado que os jacobinos
haviam erguido sobre a pobreza, considerando-a a mais autêntica
manifestação da República Virtuosa, fundada em 1792, estiraçou-se.
O dinheiro dos burgueses que estava resguardado numa prudente
clandestinidade, veio então à tona. As ruas de Paris, da bela
Paris, encheram-se e a colorir-se com seus extravagantes, com os
rapazes ricos doidivanas, os muscadins (*), e com as cocotes
perfumadas e enchapeladas, envoltas em seda e veludo, apelidadas de
as incroyables. O luxo, enfim, mostrava a sua cara.
(*)
Muscadins: derivava de almíscar, a essência do perfume que usavam
Os
Muscadins
A
burguesia que sobrevivera ao terror voltava só cenário urbano
exibindo-se nas ruas com suas charretes e com suas bengalas. O novo
ar burguês dominou a própria Convenção. A jeunesse dorée,
ostensivamente saudosa da monarquia, passou a atuar como um esquadrão
de ataque antijacobino, organizando-se em gangues e espancando com
rebenques os antigos militantes, fechando-lhes os clubes. No interior
da França, com o auxílio das companhias de Jesus e companhias do
Sol, bandos de católicos vingativos, os muscadins assumiram a tarefa
de aplicar o chamado Terror Branco, dando caça aos republicanos
radicais e ex-terroristas. Enquanto isso a Convenção decidiu-se
pela criação de uma nova constituição e um novo regime, o do
Diretório.