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terça-feira, 16 de junho de 2015

Arquitetura Egípcia

O templo de Luxor, ao lado do templo de Karnac, forma um dos maiores monumentos da cidade de Tebas, no Egito Antigo. Sua construção foi levada a efeito sob o reinado de Amenhotep III, e dedicado à tríade de Tebas. Embora colossal em tamanho – cerca de 275 metros de comprimento – , apresenta ao mesmo tempo linhas simples, geométricas. Colunas, muros e arquitraves eram cobertos por motivos inspirados nas vitórias do faraó, em cores vivas. À frente do templo havia estátuas colossais e dois obeliscos que estão hoje na Praça da Concórdia, em Paris.
A arquitetura egípcia aliava impotência e simplicidade. Todas as suas formas se originavam da casa residencial. Esta tinha planos retangular e dispunha-se em torno de troncos de palmeiras ou de outras árvores. Mesmo depois que os egípcios adotaram outros materiais – como a pedra –, substituíram na decoração os temas vegetais: lótus, palma, papiros.
Com a expansão do poder do clero, o templo passou a ser a forma arquitetônica dominante: neles, fileiras de esfinges ladeavam a estrada sagrada. As colunas eram coloridas, ostentando motivos da natureza vegetal. O capitel, perfeitamente geométrico, tinha os ornato na base e no alto da coluna estilizando a flor de lótus (uma das características mais marcantes da arquitetura e decoração egípcias).
Os móveis, de forma rígidas, eram ricamente ordenados de uma decoração de cores vivas – seguindo o mesmo estilo da arquitetura. Flores de lótus e papiro, brotos, grinaldas e animais aparecem nas decorações dos móveis.
As cores eram sempre vivas as linhas muito simples, geométricas, como na arquitetura e mesmo nas vestimentas..
A escultura servia então à arquitetura completando-a, geralmente em forma de baixos-relevos que – de pedra ou bronze – representavam tanto as cenas diárias quanto as vitórias dos faraós, ou ainda paisagens simplificadas. Nunca há perspectivas: nas figuras, olhos e ombros aparecem de frente, embora o resto do corpo de perfil: o faraó é sempre muito mais alto que o sacerdote ou militar, o cortesão, o servo, o inimigo derrotado. Mas é menor do que o deus que personalificava na terra, segundo os egípcios.
A pintura complementava a escultura ou decorava as grandes superfícies dos edifícios. Não se utilizavam gradação, mistura de tonalidades, nem claro escuro. As cores mais comuns eram cinza e azul, além do preto. No teto azul dos templos, as estrelas estão representadas por pequenos pontos luminosos.
As pirâmides são sem dúvidas o paradigma da arquitetura egípcia. Suas técnicas de construção continuam sendo objeto de estudo para engenheiros e historiadores. A pirâmide foi criada durante a dinastia II, pelo arquiteto Imhotep, e essa magnífica obra lhe valeu a divinização. No início as tumbas egípcias tinham a forma de pequenas caixas; eram feitas de barro, recebendo o nome de mastabas (banco). Foi desse arquiteto a ideia de superpor as mastabas, dando-lhes formas de pirâmide. Mastabas portanto, eram edificações que se sobressaiam da terra, nas tumbas egípcias, e eram formadas por um módulo compacto de pedras ou tijolos, tendo as paredes inclinadas e de forma retangular.
A pirâmide escalonada de Djeser, idealizada pelo arquiteto e médico Imhotep, é a primeira estrutura desse tipo. Construída com pedra em vez de adobe, veio a ser a novidade que deixou para trás a tradicional mastaba, muito mais simples na forma. Também se deve a Imhotep a substituição do barro pela pedra, o que sem dúvida era mais apropriado, tendo em vista a conservação do corpo pelo morto.
As primeiras pirâmides foram as do rei Djeser, e elas eram escalonadas. As pirâmides mais célebres do mundo pertencem à dinastia IV e se encontram em Gizé: Queóps, Quéfren e Miquerinos, cujas faces são completamente lisas. A regularidade de certas pirâmides deve-se aparentemente à utilização de um número áureo, que muito poucos arquitetos conheciam.
Outro tipo de construção foram os hipogeus, templos escavados nas rochas, dedicados a várias divindades, ou a uma em particular. Normalmente eram divididos em duas ou três câmaras: a primeira para os profanos; a segunda para o faraó e os nobres; e a terceira para o sumo sacerdote. A entrada a esses templos era protegida por galerias de estátuas de grande porte e esfinges.