Pela primeira vez na história, país
não decide presidente em apenas uma eleição
Buenos
Aires – Após 12 anos,
a continuidade no poder do partido da presidente Cristina Kirchner
ficou seriamente ameaçada depois de o candidato Daniel Scioli
conseguir uma vitória por pequena margem no domingo frente ao
conservador Maurício Macri. Agora, os dois políticos se enfrentarão
no primeiro segundo turno presidencial da história da Argentina.
Scioli, do governista Frente para a
Vitória, tinha 36,86% dos votos, com 97,17% das urnas apuradas em
todo o país. Macri, da frente opositora Cambiemos, aparecia com
34,33%. Como Scioli não conseguiu 40% dos votos e uma vantagem de 10
pontos percentuais sobre Macri para evitar o segundo turno – como
prevê a lei – uma nova votação será realizada no dia 22 de
novembro.
Todas as pesquisas difundidas durante
a campanha previam uma vitória mais contundente de Scioli. Em
algumas das sondagens, inclusive, a expectativa era que ele ganhasse
no primeiro turno. “Tenho muita vontade de agradecer, porque o que
aconteceu mudou a política do país”, discursou Macri, diante de
uma multidão de exultantes seguidores. Já o peronista Scioli disse
que estão em jogo nas eleições “duas visões muito diferentes do
presente e do futuro da Argentina”. “Convoco os indecisos e os
independentes para esta agenda do grande futuro do desenvolvimento
argentino”, afirmou. O terceiro colocado, o peronista dissidente
Sérgio Massa, da frente Unidos por uma Nova Argentina, aparecia com
21,27% dos votos. Questionado, Massa evitou dizer se apoiará Daniel
Scioli ou Maurício Macri no segundo turno.
Fonte: Correio do Povo, página 8 de
27 de outubro de 2015.