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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Aquecimento global ameaça deixar 1,75 bilhão sem água, diz ambientalista




Rio de Janeiro - A coordenadora da Aliança pela Água, Maru Whately, fala no debate Chapa Quente do Aquecimento Global, no encontro global Emergências (Fernando Frazão/Agência Brasil)
A coordenadora da Aliança das Águas, Maru Whately, grupo que reúne hoje cerca de 60 entidades de diferentes áreas, convocou todos, governo e sociedade, a repensarem sua relação com a águaFernando Frazão/Agência Brasil
Caso o aquecimento global chegue a 3 graus até o fim do século, 60 milhões de pessoas serão vítimas de inundações, 1,75 bilhões vão passar por estresse hídrico e 4,5 bilhões vão sofrer com ondas de calor. Os dados foram apresentados pela coordenadora da Aliança das Águas, Maru Whately, em uma mesa redonda – Chapa quente do aquecimento global – ocorrida na tarde de hoje (11), no encontro global Emergências, iniciativa do Ministério da Cultura que debate desde segunda-feira, no Rio de Janeiro, a cultura como ativadora de processos na conquista de direitos civis, políticos, sociais, econômicos e ambientais.
A arquiteta e urbanista, que integra o Instituto Socioambiental, disse que a Aliança das Águas se formou no ano passado, com a crise de abastecimento em São Paulo, e reúne hoje cerca de 60 entidades de diferentes áreas. O objetivo é contribuir para a segurança hídrica do estado. Segundo ela, apesar de cientistas não afirmarem que as mudanças no ciclo hídrico estão relacionadas com o desmatamento ou o aquecimento global, as mudanças são perceptíveis.
“Nós somos a Arábia Saudita da água e estamos ficando secas. Temos 12% da água doce do mundo, com o aquífero Guarani, o aquífero na Amazônia. E vimos as grandes cidades ficando sem água. Desde o surgimento da água e a formação do ciclo hidrológico, tudo o que acontece com o clima a gente vê através da água. A estiagem de 2014 foi um evento climático extremo e eles tendem a ser cada vez mais frequentes. Há questões climáticas em várias partes do mundo, na Califórnia, e parte da tensão hoje na Síria é por causa disso. A previsibilidade do clima que a gente tinha está mudando”.
Maru convocou todos, governo e sociedade, a repensarem sua relação com a água e, também, com o saneamento básico. “Precisamos de uma nova cultura para cuidar da água. Não ter acesso à água pode ser terrível, mas não ter acesso a saneamento é horrível também. Estamos vendo a questão da microcefalia e do zika vírus, boa parte disso relacionada à falta de cuidado das pessoas com a água parada. Questões do saneamento são importantes, também. Tem que tratar, é inadmissível que haja um rio como o Tietê. Água não é responsabilidade só de uma instância, isso é muito mais complexo. Se a gente quiser ter água, precisa cuidar das fontes, dos mananciais, das nascentes. É vergonhoso o que se tem de perda da água no sistema de distribuição. Precisamos rever o valor econômico da água e precisamos de participação e controle social nisso”.
Rio de Janeiro - O indígena Benki Ashaninka fala no debate Chapa Quente do Aquecimento Global, durante o Encontro global Emergências (Fernando Frazão/Agência Brasil)
O líder indígena Benki Ashaninka, do Acre, chamou a todos para mudar o olhar sobre a população indígena, sua cultura e relação com a naturezaFernando Frazão/Agência Brasil
O líder indígena Benki Ashaninka relatou sua experiência de formação dos jovens na cultura de seu povo e nos cuidados com a floresta, na região do município de Marechal Thalmaturgo, no interior do Acre. Ele disse que, ainda adolescente, após participar da Eco 92, no Rio de Janeiro, liderou um projeto de levantamento das tradições e conhecimentos do povo Ashaninka em seu território indígena.
“Chamei 60 jovens de 5 a 16 anos, o mais velho era eu, para saber da nossa história, nossos animais, frutos, medicina e a nossa língua, conversando com nossos anciões. Com isso, aprendi muito e plantei muita árvores, conseguimos reflorestar uma parte do território e é de onde a gente tira as frutas. Dos 25% que tinha desmatado, dentro dos 87 mil hectares, a gente hoje só tem 100 hectares desmatados para as famílias plantarem a macaxeira”.
Benki também chamou a todos para mudar seu olhar sobre a população indígena, sua cultura e relação com a natureza, consideradas por muitos como sinônimo de pobreza pela falta de eletrodomésticos.


Começa operação de fim de ano nos aeroportos


Rio de Janeiro - Pouso e decolagem no aeroporto Santos Dumont.
Companhias aéreas se comprometeram a manter os níveis de reservas e vendas de bilhetes aéreos alinhados à capacidade das aeronavesTania Rego/Arquivo/Agência Brasil
Uma operação especial de fim de ano começou hoje (10) nos 15 principais aeroportos do país. Até o dia 10 de janeiro, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Secretaria de Aviação Civil, companhias aéreas e administradoras dos aeroportos vão adotar medidas visando a reforçar serviços e atendimento nos terminais.
A estimativa é que, neste período, mais de 16 milhões de passageiros circulem pelos aeroportos de Guarulhos, Congonhas e Viracopos (SP), Galeão e Santos Dumont (RJ), Brasília (DF), Confins (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA), Curitiba (PR), Manaus (AM), Fortaleza (CE), São Gonçalo do Amarante (RN) e Cuiabá (MT).
As companhias aéreas TAM, Gol, Azul e Avianca se comprometeram a manter os níveis de reservas e vendas de bilhetes aéreos alinhados à capacidade das aeronaves. Também haverá reforço de pessoal.
A Infraero e os operadores dos terminais concedidos devem manter equipes extra de apoio e informação ao viajante, além de remanejar funcionários para turnos de maior movimento.
Pela Anac, haverá reforço cerca de 200 servidores, que trabalharão em turnos para cobrir os períodos de maior movimento e de maior fluxo de passageiros. Os funcionários têm treinamento específico para fiscalização e atendimento ao público.
A Secretaria de Aviação também recomendou aos gestores envolvidos na operação a ocupação de todas as posições de check-in dos aeroportos, monitoramento de possíveis impactos de obras e manutenções nos terminais, ampliação do horário de funcionamento nos locais de alimentação, a manutenção de atrasos e cancelamentos em níveis abaixo de 15% nos principais aeroportos e acompanhamento do quadro meteorológico do país.
A Anac alerta que é dever da empresa informar aos passageiros sobre atrasos e cancelamentos de voo e o motivo. A companhia deve oferecer comunicação (telefone, internet e outros) para atrasos superiores a uma hora; alimentação adequada para atrasos superiores a duas horas; e acomodação em local adequado, traslado e, quando necessário, serviço de hospedagem, para atrasos superiores a quatro horas.
Caso o passageiro se sinta prejudicado, deve procurar primeiramente a empresa aérea contratada para reivindicar seus direitos. Se as tentativas de solução do problema pela empresa não apresentarem resultado, o usuário poderá encaminhar a demanda à Anac, aos órgãos de defesa do consumidor e ao Poder Judiciário. O telefone da Anac é o 163.