Os
dias 16 e 17 de outubro foram, na agenda da Organização das Nações
Unidas, dedicados à questão da alimentação e à erradicação da
pobreza no mundo. De acordo com Gustavo Chianca, da FAO, o Brasil
conseguiu muitos avanços até o momento e deve prosseguir nessa
trajetória de reduzir as desigualdades sociais e fornecer mais e
melhor alimentação ao seu povo. Em 2013, o país saiu do Mapa da
Fome da FAO, relatório que deixou evidenciado que menos de 5% da
população ainda vive na extrema carência.
Para o representante da FAO, que
responde por assuntos de alimentação e agricultura no organograma
da ONU, o país tem condições privilegiadas para acabar com a fome
até 2030. Sua capacidade de produção ainda pode ser ampliada e,
com isso, abastecer não apenas o mercado interno, mas também outros
países, amealhando recursos decisivos para melhorar as condições
de vida de seus habitantes. A própria geração de postos de
trabalho pode ser incrementada pela injeção de dividendos oriundos
de um melhor desempenho da balança comercial.
Evidentemente, a fim de que essa
realidade projetada se concretize, o país precisa resolver gargalos
históricos de logística, envolvendo produção, armazenagem e
escoamento. Para isso, os investimentos públicos e privados em
infraestrutura se fazem imprescindíveis. Atualmente, o chamado Custo
Brasil é um óbice concreto para a competitividade da produção
brasileira no exterior. Construção de silos, aportes em inovação,
manutenção de estradas, melhoria dos portos, extensão de rodovias
são medidas já demandadas, mas ainda distantes da efetivação.
Fonte: Correio do Povo, página 2,
editorial da edição de 19 de outubro de 2015.