CAROS
AMIGOS
E AMIGAS!!
Segue o artigo "FORÇAS VIVAS" publicado
no jornal " ESTADO DE SÃO PAULO" , na edição de hoje
(14 NOV ).Como
considero o amigo/a uma " FORÇA VIVA',
por favor, coloque-o em sua REDE ! (
se
aprovarem)......Obrigado.
ABRS
do Bini.
FORÇAS
VIVAS
Adolpho
Bloch, um ucraniano que veio para o Brasil para
fugir da revolução comunista de 1917 na Rússia, ficou
impressionado com a
dimensão territorial brasileira. Ele vinha de uma
Europa destruída pela 1a.
Guerra Mundial, onde movimentos separatistas eclodiam
em todo o continente
europeu.
Aqui se
tornou um grande empresário, a ponto de a mídia
nacional reconhecer seu prestígio e sua influência na
vida política do país.
Poucos anos antes de falecer, já no final do século
passado, Bloch decidiu
publicar na revista Manchete, de sua propriedade, em
edição especial, uma série
de matérias a respeito do Exército Brasileiro, com
ênfase nas vitoriosas
Batalhas de Guararapes. Essa sua decisão nasceu em
consequência de duas
constatações. A primeira era a certeza de que os
êxitos dessas duas batalhas
foram um verdadeiro símbolo da unidade nacional em
virtude dos enfrentamentos
entre os holandeses e a força formada pelo branco, o
negro e o índio. A segunda
era a presença das Forças Armadas que, atuando nas
fronteiras terrestre e
marítima, e ainda no interior, promovia a integridade
territorial do Brasil.
Se
estivesse vivo, estaria hoje apreensivo e abismado com
o
sensível momento por que passa a nação brasileira,
onde as expressões
"País dividido" e "Dois Brasis" são propaladas
diuturnamente. Por seu aguçado tirocínio veria que há
fissuras na integridade
nacional que, dia a dia, vão se agravando e se
constituindo em obstáculos que
comprometem o entendimento democrático, necessário às
atuais forças políticas.
Tais fissuras, surpreendentemente, já são observadas
no próprio seio da
população. Tudo isso gera um antagonismo crescente
"nunca visto neste
país”, iniciado pelo grupo que nos governa, orientado
por especialistas de marketing
que não se importaram em empregar, principalmente nas
propagandas e nos debates
eleitorais, todos os meios para que a atual
“presidenta” fosse reeleita.
O pobre
já está sendo jogado contra a “zelite”; o
trabalhador contra o patrão; o nordestino contra o
sulista; o negro e o índio
contra o branco; e o que é mais perigoso, abrangente e
preconceituoso: o “nós
contra eles”. Em síntese, um verdadeiro programa de
ódio que já produz na
sociedade sintomas de um transtorno de natureza
psicossocial, onde o outro é o
inimigo. E, para conturbar mais o quadro, esse ódio dá
sinais de que não vai
desaparecer tão cedo.
Em 1972 a
Vila Isabel fez o povo delirar com o enredo
denominado “Onde o Brasil Aprendeu a Liberdade”.
O samba tinha belos
versos, como por exemplo, “Aprendeu-se a liberdade
- Combatendo em
Guararapes - Brasileiros irmanados - Sem senhores e
senzalas”.
Infelizmente, o enredo da escola e o samba não estão
mais em sintonia com o
momento atual. Hoje há os “Senhores” que atuam em todo
o campo político-social
no qual grandes famílias se perpetuam em seus feudos,
principalmente no
Nordeste, e que juntamente com grupos empresariais de
poder econômico dominam o
mundo político, em prol de seus interesses, na maioria
escusos.
"Coronelismo" e a corrupção estão juntos. E as atuais
“Senzalas”,
selo de um empobrecimento crescente, estão cada vez
mais presentes no país,
movidas e alimentadas pelas "bolsas-família" e outras
benesses doadas
pelo governo central. Um voto imposto pelo patrão, ou
seja, um voto encabrestado.
Além
dessas preocupações políticas, há outras, tais como o
rumoroso caso da Petrobrás, a fragilizada situação
econômica, o baixíssimo
produto interno bruto e o inevitável descontrole da
inflação. Sem contar um
Judiciário que, em curto prazo, com a próxima
indicação de novos membros do STF
pelo governo central, poderá vir a ser a nova "Casa
Grande", sem
dúvida um perigo iminente para o artigo 101 da
Constituição Federal, pois
poderá ser novamente ultrapassado por opção partidária
e ideológica.
Oxalá
forças vivas nacionais — tais como a oposição
política e a imprensa livre e sem vínculos
governamentais — se
conscientizem do momento crítico pelo qual passa a
nação brasileira. Que elas
lutem e impeçam a realização de mudanças propostas
pelo atual governo, principalmente
as que visam implantar medidas que facilitarão o
surgimento de regimes espúrios
no Brasil. Que se contraponham ao que dizem os
intelectuais gramcistas do Foro
de São Paulo, quando apregoam que é com “pequenas
vitórias que se chega à
vitória final”. O decreto 8.243 (PNPS), felizmente
rejeitado pela Câmara
dos Deputados, foi uma das tentativas. Outras do mesmo
teor poderão surgir com
o objetivo de modificar estruturas e normas internas
para criação de
pseudodemocracias, como plebiscitos, referendos e
novos decretos.
Entre as
forças vivas acima mencionadas, as Forças Armadas
devem ser incluídas. Elas fazem parte da sociedade e
pela sua presença em todo
território nacional conhecem a realidade brasileira e,
sem dúvida, sabem que
esses antagonismos já visíveis e crescentes poderão
levar a nação a confrontos
indesejáveis, como em épocas pretéritas.
Nos doze
anos de governo petista elas permaneceram
praticamente em total silêncio. Mas, agora, aspectos
antagônicos e manifestos,
e outros de cunho latente e sub-reptício, impõem que
elas não fechem os olhos
para o que está acontecendo no país e não fiquem
mudas, para que não sejam
acusadas de passividade perante a grave crise da
história nacional. As suas
ações e palavras desfrutam de alta credibilidade junto
ao povo brasileiro,
apesar das campanhas difamatórias que sofrem nestes
últimos anos. Que em seus
estudos de Estado-Maior levem em consideração esses
novos antagonismos
presentes na vida política do país, e que analisem o
mapa do Brasil com o
resultado das últimas eleições presidenciais, para que
se inteirem dos riscos
que ameaçam a integridade nacional.
Este
escrito não é um delírio da "Direita
Reacionária", e nem tampouco qualquer “apologia
golpista”, mas um
posicionamento de cidadãos conscientes que almejam um
regime democrático sadio
e justo para o Brasil e que abominam esse arremedo de
regime “populista” e
desagregador que aí está!
Gen-Ex R/1 Rômulo Bini Pereira
Ex-Chefe do Estado-Maior da Defesa