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sábado, 21 de novembro de 2015

A luta dos árabes pela independência

A Arábia até há pouco tempo era vista pelo Ocidente como uma terra inútil e inóspita, onde os acontecimentos eram quando muito, anotações obscuras à margem da História. Lord Kimberley registrou que aquele era um lugar “deserto e nu... onde o homem branco não pode viver, salpicado de pequenas tribos dispersas que não podem ser postas a trabalhar”.
O somatório desta situação fez com que a A´rabia vivesse em forma de tribos e califados, espalhados pelo deserto e pelas principais cidades. Durante 400 anos, esses povos estiveram sobre o domínio do Império Otomano. E os turcos se avaliam das profundas dissensões entre tribos árabes para se impor. O renascimento do nacionalismo árabe só veio despertar em meados do século 19.
Por essa época os territórios árabes eram divididos em três grandes áreas: a Síria, a Mesopotâmia e a Península Arábica. A Síria, por sua vez, era dividida em três províncias pelos distritos de Beirute, Trípoli, Acre, Latáquia, Nablus e Jerusalém, que abrangiam a costa do atual Síria, o Líbano e a Palestina. A província de Damasco, compreendia os distritos de Damasco, Hama, Dair-az-Zar, Hauran e Maan, abrangendo a atual Jordânia e a atual Síria, com exceção da parte costeira, que pertencia à província de Beirute, e Norte que pertencia a província de Alepo.
Esta província de Alepo era formada pelo atual parte Norte da Síria. A Mesopotâmia, que é o atual Iraque, era dividida entre as províncias de Basra, Bagdá e Mossul.
A Península Arábica, separada da Turquia pelo deserto, ficou alheia tanto à influência cultural turca, como também à estrutura político-administrativa do Império Otomano.
Era formada por diversos emirados que viviam numa situação de semi-independência feudal. Eram estados isolados, governados por chefes locais com características próprias, onde despontavam o imã no Iêmen, os emires em Hadjao, Nejad e Sharmar, e os xeques no Kuwait, Catas, Omã e outros pequenos estados. Como se percebe, esta divisão bem clara que se estabelecia ao tempo de domínio do Império Otomano coloca por terra os argumentos do presidente do Iraque, Saddam Hussein, segundo os quais o Kuwait é historicamente uma parte do território do Iraque e que foi desmembrado por influência das potências colonizadoras. Como os demais emirados da região, o Kuwait esteve sempre isolado e à margem do processo de influência cultural, política e administrativa que era imposto na Mesopotâmia, que hoje é o Iraque. O Kuwait não tinha ligação com a província de Basra, com o qual o presidente Saddam Hussein pretendeu identificá-lo e ligá-lo.
A transformação no mundo árabe, que deu início ao ressurgimento do movimento nacionalista, começou por volta de 1830. Por essa época chegaram a Beirute os jesuítas franceses, bem como as missões presbiterianas dos Estados Unidos. A diferença básica do sistema desenvolvido por essas duas correntes cristãs está no fato de que os jesuítas terem feito suas pregações em francês, ao passo que os presbiterianos procuravam usar o idioma árabe que, nos pontos de maior dominação do Império Otomano, estava ofuscado pelo idioma turco. Desta forma, começou uma revalorização da cultura árabe, movimento este ainda muito enraizado nas elites burguesas de Beirute e de Bagdá.
Este movimento crescia na medida em que cresciam igualmente as revoltas contra o sultanato que dominava o Império Otomano. Esbarrava, no entanto, nas rivalidades dominantes entre as diversas tribos que compunham o mundo árabe.
Aliás, os turcos sempre se valeram dessas profundas dissensões entre as tribos árabes para se impor. Estas mesmas divisões despontaram quando da formação das alianças para a busca da independência, movimento que tomou forma no fim do século passado e início deste. Os árabes da Síria e da Mesopotâmia vislumbravam logo uma aliança com os jovens turcos, como eram chamados os oficiais e intelectuais que se revoltaram contra o sultão, em 1908, e passaram a governar o país – soba soberania formal do sultão – até o final da Primeira Guerra Mundial. O objetivo desta aliança era ajudar a expulsar da área as potências europeias, em troca da promessa de independência.
A aliança diferente se estruturou na Península Arábica, que sempre esteve mais distante do poder de influências dos turcos-otomanos.
A iniciativa nessa região partiu do xerife de Meca, Hussein, que objetivava a formação de um Estado árabe unido, sem interferência de qualquer potência estrangeira. Julgava indispensável libertar do jugo otomano as cidades sagradas d Meca e Medina, berços do islamismo. E para livrar-se do domínio otomano, Hussein vislumbrou uma aliança com ingleses e franceses durante a Primeira Guerra, em troca, evidentemente, da promessa de independência.
Hussein despachou o filho Faiçal a Damasco e Bagdá e conseguiu convencer as lideranças árabes dessas cidades que este era o caminho. O importante era desarticular o domínio turco. O objetivo foi alcançado, mas em seguida os árabes se deram conta de que acontecera apenas uma mudança no nome dos dominadores. Deixavam de ser os turcos-otomanos e passavam a ser os franceses e ingleses. Depois de terem conseguido o apoio de vários xeques na guerra contra o Império Otomano, os franceses e ingleses passaram a traçar as linhas para a divisão entre si e o mundo árabe. Prometeram a independência após a guerra, mas a partilha já havia sido arranjada no famoso acordo Sykes-Picot, firmando em 16 de maio de 1916, bem como em meio à guerra que se arrastou de 1914 a 1918. Mark Sykes e François Georges Picot representavam as potências da época, Grã-Bretanha e França, que tratavam de distribuir entre si o espólio do Império Otomano. Em meio a estes arranjos e compromissos, a Grã-Bretanha promulgou, em 1917, a Declaração Balfour, através da qual se colocava contra os interesses árabes e prometia ao Movimento Sionista Internacional o estabelecimento de um lar judaico na Palestina. Em 1920, o tratado de San Remo completou a divisão do Oriente Médio em protetorados britânicos e franceses. Só que nenhum nativo da região foi consultado para saber se queria essa “proteção”.
Dando-se conta de que haviam sido usados por ingleses e franceses, os xeques árabes começaram a luta pela independência em relação aos seus novos tutores. Ressalta-se que a Arábia que se livrara do jugo do Império Otomano, era um imenso território, formado por vários emirados, os quais, de um modo geral, não tinham fronteiras definidas. A história dos árabes era marcada por divisões tribais. Uma tribo ora se aliava com outra para dominar determinada área, ora rompia com esta e fazia nova aliança, o que representava controle sobre outra área. Assim que, na luta para dar características de Estado, segundo a definição weberiana, quem obteve o melhor resultado foi o xeque Abdul Aziz Ibn Saud, que conseguiu, através de muita luta, unificar diversas tribos e formar o que hoje é a Arábia Saudita.
Este termo, “saudita”, constitui uma homenagem a “Saud”, pai de Abdul Aziz, que lançara a semente do que veio a ser concretizado pelo filho. A palavra “Ibn” significa filho e é constante no nome dos árabes, pois eles não costumam usar sobrenome. Pois este Abdul Aziz teve êxito na sua tarefa justamente por ter contado com a extraordinária ajuda de um militar inglês, que abandonou a posição colonialista de seu país se incorporou, de corpo e alma, à luta nacionalista árabe, Thomas Edward Lawrence, um homem que era arqueólogo, agiu como espião britânico e, por fim, transformou-se numa lenda: Lawrence da Arábia. Foi ele quem mostrou a Abdul Aziz que os árabes não deveria, continuar na ingênua luta entre si, mas, sim, uniu-se para enfrentar o inimigo maior, que era o império otomano e passou a ser depois os colonizadores britânico e francês. Lawrence se transformou de oficial das forças britânicas em líder branco de uma luta que buscava levar os povos da região à autonomia, tanto em relação aos otomanos quanto aos aliados ocidentais.
Na sua luta pela independência, a família Saud teve que escoltar o xerife de Meca, Hussein – que é bisavô do rei Hussein da Jordânia -, porque ele se tornara o maior aliado dos britânicos. Faiçal, filho do xerife de Meca, quis controlar Damasco, mas foi expulso pelos franceses. Acabou ganhando dos ingleses, como prêmio de consolação, o governo de Bagdá, onde se manteve sob proteção britânica até 1958, quando foi fuzilado pelos antecessores de Saddam Hussein. Outro filho de Hussein, Abdullah, ganhou dos ingleses uma área do deserto que englobava a cidade de Amã e que passou a se chamar Jordânia.
Na realidade, ingleses e franceses nunca estiveram muitos interessados na parte meridional da Arábia, porque era dominada por dois grandes desertos. Tampouco deram muita importância aos emirados que se estendiam ao largo do Golfo Pérsico, desde o Kuwait, ao Norte, até Omã, na saída para o Índico.
Pela divisão que fora estabelecida ao final da Primeira Guerra, Grã-Bretanha assumia o controle da Palestina, da Transjordânia e da Mesopotâmia, que era formada pelo Iraque e pelo Kuwait. A França ficava com a Síria e com o Líbano. Ou seja, o interesse dominante estava na parte Norte da península arábica, por situar-se próximo à Turquia, cujo império, as potências europeias tinham interesse em ver desmoronando. As duas áreas que integravam a Mesopotâmia mantiveram-se separadas. O Iraque foi entregue a Faiçal, filho do xerife de Meca.
O Kuwait continuou em mãos da família Al-Sabah, que já governava desde 1752.
Era do interesse dos ingleses manter esta separação, até para não dar muita força e muito poder a Faiçal. Mas é preciso salientar que, embora fizessem parte da Mesopotâmia, Kuwait e Iraque eram territórios distintos que, ao longo de suas histórias, sempre foram controlados por tribos distintas. Que os ingleses tiveram interesse e agiram para manter a divisão não há a menor dúvida, como, inclusive, se verá mais adiante. Mas não é menos verdade o fato de que nunca o Iraque e o Kuwait constituíram uma unidade territorial.


A luta dos árabes pela independência

A Arábia até há pouco tempo era vista pelo Ocidente como uma terra inútil e inóspita, onde os acontecimentos eram quando muito, anotações obscuras à margem da História. Lord Kimberley registrou que aquele era um lugar “deserto e nu... onde o homem branco não pode viver, salpicado de pequenas tribos dispersas que não podem ser postas a trabalhar”.
O somatório desta situação fez com que a A´rabia vivesse em forma de tribos e califados, espalhados pelo deserto e pelas principais cidades. Durante 400 anos, esses povos estiveram sobre o domínio do Império Otomano. E os turcos se avaliam das profundas dissensões entre tribos árabes para se impor. O renascimento do nacionalismo árabe só veio despertar em meados do século 19.
Por essa época os territórios árabes eram divididos em três grandes áreas: a Síria, a Mesopotâmia e a Península Arábica. A Síria, por sua vez, era dividida em três províncias pelos distritos de Beirute, Trípoli, Acre, Latáquia, Nablus e Jerusalém, que abrangiam a costa do atual Síria, o Líbano e a Palestina. A província de Damasco, compreendia os distritos de Damasco, Hama, Dair-az-Zar, Hauran e Maan, abrangendo a atual Jordânia e a atual Síria, com exceção da parte costeira, que pertencia à província de Beirute, e Norte que pertencia a província de Alepo.
Esta província de Alepo era formada pelo atual parte Norte da Síria. A Mesopotâmia, que é o atual Iraque, era dividida entre as províncias de Basra, Bagdá e Mossul.
A Península Arábica, separada da Turquia pelo deserto, ficou alheia tanto à influência cultural turca, como também à estrutura político-administrativa do Império Otomano.
Era formada por diversos emirados que viviam numa situação de semi-independência feudal. Eram estados isolados, governados por chefes locais com características próprias, onde despontavam o imã no Iêmen, os emires em Hadjao, Nejad e Sharmar, e os xeques no Kuwait, Catas, Omã e outros pequenos estados. Como se percebe, esta divisão bem clara que se estabelecia ao tempo de domínio do Império Otomano coloca por terra os argumentos do presidente do Iraque, Saddam Hussein, segundo os quais o Kuwait é historicamente uma parte do território do Iraque e que foi desmembrado por influência das potências colonizadoras. Como os demais emirados da região, o Kuwait esteve sempre isolado e à margem do processo de influência cultural, política e administrativa que era imposto na Mesopotâmia, que hoje é o Iraque. O Kuwait não tinha ligação com a província de Basra, com o qual o presidente Saddam Hussein pretendeu identificá-lo e ligá-lo.
A transformação no mundo árabe, que deu início ao ressurgimento do movimento nacionalista, começou por volta de 1830. Por essa época chegaram a Beirute os jesuítas franceses, bem como as missões presbiterianas dos Estados Unidos. A diferença básica do sistema desenvolvido por essas duas correntes cristãs está no fato de que os jesuítas terem feito suas pregações em francês, ao passo que os presbiterianos procuravam usar o idioma árabe que, nos pontos de maior dominação do Império Otomano, estava ofuscado pelo idioma turco. Desta forma, começou uma revalorização da cultura árabe, movimento este ainda muito enraizado nas elites burguesas de Beirute e de Bagdá.
Este movimento crescia na medida em que cresciam igualmente as revoltas contra o sultanato que dominava o Império Otomano. Esbarrava, no entanto, nas rivalidades dominantes entre as diversas tribos que compunham o mundo árabe.
Aliás, os turcos sempre se valeram dessas profundas dissensões entre as tribos árabes para se impor. Estas mesmas divisões despontaram quando da formação das alianças para a busca da independência, movimento que tomou forma no fim do século passado e início deste. Os árabes da Síria e da Mesopotâmia vislumbravam logo uma aliança com os jovens turcos, como eram chamados os oficiais e intelectuais que se revoltaram contra o sultão, em 1908, e passaram a governar o país – soba soberania formal do sultão – até o final da Primeira Guerra Mundial. O objetivo desta aliança era ajudar a expulsar da área as potências europeias, em troca da promessa de independência.
A aliança diferente se estruturou na Península Arábica, que sempre esteve mais distante do poder de influências dos turcos-otomanos.
A iniciativa nessa região partiu do xerife de Meca, Hussein, que objetivava a formação de um Estado árabe unido, sem interferência de qualquer potência estrangeira. Julgava indispensável libertar do jugo otomano as cidades sagradas d Meca e Medina, berços do islamismo. E para livrar-se do domínio otomano, Hussein vislumbrou uma aliança com ingleses e franceses durante a Primeira Guerra, em troca, evidentemente, da promessa de independência.
Hussein despachou o filho Faiçal a Damasco e Bagdá e conseguiu convencer as lideranças árabes dessas cidades que este era o caminho. O importante era desarticular o domínio turco. O objetivo foi alcançado, mas em seguida os árabes se deram conta de que acontecera apenas uma mudança no nome dos dominadores. Deixavam de ser os turcos-otomanos e passavam a ser os franceses e ingleses. Depois de terem conseguido o apoio de vários xeques na guerra contra o Império Otomano, os franceses e ingleses passaram a traçar as linhas para a divisão entre si e o mundo árabe. Prometeram a independência após a guerra, mas a partilha já havia sido arranjada no famoso acordo Sykes-Picot, firmando em 16 de maio de 1916, bem como em meio à guerra que se arrastou de 1914 a 1918. Mark Sykes e François Georges Picot representavam as potências da época, Grã-Bretanha e França, que tratavam de distribuir entre si o espólio do Império Otomano. Em meio a estes arranjos e compromissos, a Grã-Bretanha promulgou, em 1917, a Declaração Balfour, através da qual se colocava contra os interesses árabes e prometia ao Movimento Sionista Internacional o estabelecimento de um lar judaico na Palestina. Em 1920, o tratado de San Remo completou a divisão do Oriente Médio em protetorados britânicos e franceses. Só que nenhum nativo da região foi consultado para saber se queria essa “proteção”.
Dando-se conta de que haviam sido usados por ingleses e franceses, os xeques árabes começaram a luta pela independência em relação aos seus novos tutores. Ressalta-se que a Arábia que se livrara do jugo do Império Otomano, era um imenso território, formado por vários emirados, os quais, de um modo geral, não tinham fronteiras definidas. A história dos árabes era marcada por divisões tribais. Uma tribo ora se aliava com outra para dominar determinada área, ora rompia com esta e fazia nova aliança, o que representava controle sobre outra área. Assim que, na luta para dar características de Estado, segundo a definição weberiana, quem obteve o melhor resultado foi o xeque Abdul Aziz Ibn Saud, que conseguiu, através de muita luta, unificar diversas tribos e formar o que hoje é a Arábia Saudita.
Este termo, “saudita”, constitui uma homenagem a “Saud”, pai de Abdul Aziz, que lançara a semente do que veio a ser concretizado pelo filho. A palavra “Ibn” significa filho e é constante no nome dos árabes, pois eles não costumam usar sobrenome. Pois este Abdul Aziz teve êxito na sua tarefa justamente por ter contado com a extraordinária ajuda de um militar inglês, que abandonou a posição colonialista de seu país se incorporou, de corpo e alma, à luta nacionalista árabe, Thomas Edward Lawrence, um homem que era arqueólogo, agiu como espião britânico e, por fim, transformou-se numa lenda: Lawrence da Arábia. Foi ele quem mostrou a Abdul Aziz que os árabes não deveria, continuar na ingênua luta entre si, mas, sim, uniu-se para enfrentar o inimigo maior, que era o império otomano e passou a ser depois os colonizadores britânico e francês. Lawrence se transformou de oficial das forças britânicas em líder branco de uma luta que buscava levar os povos da região à autonomia, tanto em relação aos otomanos quanto aos aliados ocidentais.
Na sua luta pela independência, a família Saud teve que escoltar o xerife de Meca, Hussein – que é bisavô do rei Hussein da Jordânia -, porque ele se tornara o maior aliado dos britânicos. Faiçal, filho do xerife de Meca, quis controlar Damasco, mas foi expulso pelos franceses. Acabou ganhando dos ingleses, como prêmio de consolação, o governo de Bagdá, onde se manteve sob proteção britânica até 1958, quando foi fuzilado pelos antecessores de Saddam Hussein. Outro filho de Hussein, Abdullah, ganhou dos ingleses uma área do deserto que englobava a cidade de Amã e que passou a se chamar Jordânia.
Na realidade, ingleses e franceses nunca estiveram muitos interessados na parte meridional da Arábia, porque era dominada por dois grandes desertos. Tampouco deram muita importância aos emirados que se estendiam ao largo do Golfo Pérsico, desde o Kuwait, ao Norte, até Omã, na saída para o Índico.
Pela divisão que fora estabelecida ao final da Primeira Guerra, Grã-Bretanha assumia o controle da Palestina, da Transjordânia e da Mesopotâmia, que era formada pelo Iraque e pelo Kuwait. A França ficava com a Síria e com o Líbano. Ou seja, o interesse dominante estava na parte Norte da península arábica, por situar-se próximo à Turquia, cujo império, as potências europeias tinham interesse em ver desmoronando. As duas áreas que integravam a Mesopotâmia mantiveram-se separadas. O Iraque foi entregue a Faiçal, filho do xerife de Meca.
O Kuwait continuou em mãos da família Al-Sabah, que já governava desde 1752.
Era do interesse dos ingleses manter esta separação, até para não dar muita força e muito poder a Faiçal. Mas é preciso salientar que, embora fizessem parte da Mesopotâmia, Kuwait e Iraque eram territórios distintos que, ao longo de suas histórias, sempre foram controlados por tribos distintas. Que os ingleses tiveram interesse e agiram para manter a divisão não há a menor dúvida, como, inclusive, se verá mais adiante. Mas não é menos verdade o fato de que nunca o Iraque e o Kuwait constituíram uma unidade territorial.