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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A dívida do RS com a União, por Lúcio Machado Borges*

A dívida do Rio Grande do Sul é histórica, mas como todos nós sabemos, as duas gestões petistas – com Olívio Dutra e recentemente com Tarso Genro – deixaram sequelas graves ao Estado. Olívio Dutra ficou famoso por ter mandado a Ford embora aqui no Estado e a montadora acabou indo para à Bahia. Me lembro que na época, Antônio Carlos Magalhães, que era o governador daquele estado, fez um vídeo agradecendo a gestão petista gaúcha pelo fato de corrido a Ford do RS. E não é só isso: todos nós sabemos que as gestões petistas, por serem governos de esquerda, são demagogos e sempre priorizam em jogar para a torcida. É o famoso populismo. Eles dão benesses aos servidores públicos, sem se preocupar se lá na frente esta atitude irresponsável irá comprometer as contas, ou não. Foi exatamente isso que o (des) governador Tarso Genro fez aqui no Estado. Tarso Genro foi o governador que mais utilizou os valores dos depósitos judiciais e saiu do governo, dizendo que as contas estavam em dia, quando na verdade, ele deu o golpe de misericórdia no Estado, quebrando-o definitivamente.
Há alguns dias atrás, o governador José Ivo Sartori foi a Brasília para tentar arrumas e recursos e buscar ajuda do governo federal para tentar socorrer o Rio Grande do Sul. Ele tomou um verdadeiro “chá de banco” do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que o deixou plantado, esperando pela manhã, remarcou a reunião para a tarde, mas também não apareceu. O ministro da Fazenda desrespeitou tanto o governador Sartori, como todo o povo gaúcho. O governador Sartori deveria ter acampado em frente ao Palácio do Planalto, e com eles deveriam estar junto os deputados federais e senadores do Estado. Chamar a imprensa nacional e internacional e expor o problema.
Nos últimos quarenta anos, só nos governos de Antônio Britto e Yeda Crusius é que o Rio Grande do Sul não teve déficit. Britto promoveu várias privatizações no Estado e acabou com vários “elefantes brancos”. Britto privatizou várias empresas que eram deficitárias e que apenas serviam para onerar o Estado. Pena que ele não conseguiu privatizar o Banrisul. Aliás, só o Rio Grande do Sul é que possui um banco estadual. Bos demais estados, eles foram extintos ou foram privatizados, já que eram deficitários para estes estados. Por causa do Banrisul, o crédito para o nosso Estado é bem mais caro. Enquanto nos demais estados o juro médio é de 9%, para o RS o valor é de R$ 13%, por causa do Banrisul.
Yeda Crusius também fez vários ajustes na economia gaúcha. Ela foi a única que conseguiu devolver boa parte dos recursos sacados dos depósitos judiciais. Yeda tentou fazer ajustes na Previdência Estadual, já que no RS já existem mais pensionistas e aposentados do que trabalhadores ativos.
Tanto Britto como Yeda Crusius não conseguiram fazer as mudanças estruturais necessárias ao Estado, devido a forte oposição dos partidos demagogos e populistas de esquerda, em especial o PT. Estes partidos não fazem as mudanças estruturais para que não se acabem com as mamatas dos seus militantes. E por causa deste gasto desnecessário é que o Rio Grande do Sul hoje está passando por estas dificuldades financeiras.
Quem quiser saber mais sobre a grave situação das finanças do Estado, sugiro a leitura do livro: ''O Rio Grande Tem Saída'', Darcy Francisco Carvalho dos Santos.
Acredito que tanto governo gaúcho, quando o governo dos demais estados deveriam se unir para discutir junto à União os valores desta dívida. Aliás, os estados do Rio de Janeiro e São Paulo entraram na Justiça para discutir os valores desta dívida. A dívida do Rio Grande do Sul era de R$ 10 bilhões. O RS já pagou mais de R$ 21 bilhões e segundo a União, o RS está devendo mais R$ 49 bilhões. Isso é pura agiotagem! Esta dívida já está paga e o RS tem, isso sim, dinheiro para receber da União.
O presidente do Itaú disse esta semana que não há razão para que a população peça o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Não é para menos. Como diria o ex-presidente Lula, “nunca na história deste país os bancos ganharam tanto dinheiro!”
O governo federal precisa discutir esta dívida com os Estados, já que a União já fez porto em Cuba, já fez estrada na Bolívia, está fazendo um metrô na Venezuela, no mesmo momento que a União negou verbas para fazer o metrô em Porto Alegre. Precisamos resolver os problemas interno do pais. Está faltando dinheiro para a saúde, educação, segurança e saneamento básico. Enquanto isso, mesmo com toda essa crise, o governo federal ainda promove benesses no exterior. Essa questão precisa ser revista.


Editor do site RS Notícias


Artigo escrito no dia 25 de agosto de 2015.