Criado
19 anos depois da abolição da escravatura no Brasil, o jornal
pretendia ser a tribuna de defesa dos operários e dos negros de
Pelotas. “De acordo com os seus fundadores, ele obedecia um
programa de luta contra a discriminação racial em defesa do
operariado.
A publicação, identificada em seu
cabeçalho como periódico literário, noticioso e crítico,
esmerou-se em semear a consciência da comunidade entre negros
pelotenses. Através de cinco páginas, os intelectuais negros
buscavam intervir nos problemas da sua comunidade.
Os redatores também procuravam
incentivar uma mudança de comportamento, na educação e até na
postura social dos leitores. Como a campanha “Pró-educação”,
sustentada durante o ano de 1934, que pregava a educação formal das
crianças. O jornal chegou a ter 3 mil leitores no final da década
de 1940 e início dos anos 50.
Na redação, trabalhavam
sindicalistas, sapateiros, tipógrafos, médicos, engenheiros e
comerciantes. Entre eles, o primeiro médico negro da região, Durval
Penny, além de Carlos da Silva Santos, o primeiro negro eleito
deputado no Rio Grande do Sul.