Os
comunistas liderados por Ho Chi Minh foram únicos vietnamitas a
resistirem a invasão japonesa durante a Segunda Guerra Mundial. Ao
final da guerra, Ho Chi Minh (líder da Liga pela Independência,
Vietminh) proclamou a independência do Vietnã. Os franceses,
colonizadores da Indochina (Laos, Camboja e Vietnã), influenciaram
no processo emancipacionista, apoiando outro grupo que dividiu o
Vietnã em dois e o mergulhou em uma guerra que se arrastou por mais
de trinta anos. Exércitos franceses combateram os soldados vietminhs
até 1954. Ao final, franceses foram derrotados na batalha de Dien
Bien Phu. Um acordo assinado em Genebra permitiu a formação dos
dois Vietnãs. Neste acordo os Estados Unidos exigiu um plebiscito no
ano seguinte para decidir pela reunificação ou não. O plebiscito
foi majoritário pela reunificação. A vitória de Ho Chi Minh era
prevista nas eleições a serem realizadas para eleger o novo
governo. Antes, entretanto, Ngo Dinh Dien, anticomunista e
pró-norte-americano, deram um golpe de Estado na parte sul do
Vietnã, instalou uma ditadura militar contrária a reunificação.
As forças armadas dos Estados Unidos iniciaram o treinamento dos
soldados do goveno sulista. Em 1960, o Norte criou o Vietcongue
(Frente de Libertação Nacional) para combater o governo e os
soldados do Sul. No ano seguinte, de assessores militares, os
soldados norte-americanos entraram de fato na guerra. O presidente
Kennedy mandou 15 mil “conselheiros militares” para o Vietnã de
uma só vez.
No
Vietnã do Sul, monges budista queimavam-se vivos em praças públicas
para denunciar mundialmente e a ditadura e os “compromissos”
políticos de Diem.
Em
1963, ele foi assassinado. Uma série de golpes de Estado
sucederam-se, facilitando a intervenção norte-americana. Em 1965, o
presidente Lyndon Johson dos Estados Unidos aumentou o número de
tropas e armamentos na guerra. Ataques aéreos, de caças e
bombardeios, com bombas de fragmentação, napalm (gasolina em forma
de gel) e desfolhantes químicos sobre os vietcongues e populações
civis aumentaram o horror da guerra. Do outro lado, a guerra e a
guerrilha penetraram as fronteiras da parte sul. No dia 31 de janeiro
de 1968, vietcongues invadiram Saigon e a embaixada dos Estados
Unidos. As tropas dos Estados Unidos e dos sul-vietnamitas reagiram.
Resultado: 165 mil vietnamitas mortos e 2 milhões de refugiados. Nos
Estados Unidos, protestos populares não impediram a permanência das
tropas norte-americanas e do horror na guerra. Os Estados Unidos
bombardeou extensas áreas do norte-vietnamita, bloqueou portos, mas
o resultado não foi à derrota do inimigo. A intervenção
norte-americana no Vietnã foi estendida ao Camboja em 1970.. No
Camboja, a Khmer Vermelho (Partido Comunista local) apoiava Hanói e
os vietcongues com alimentos e rotas de suprimentos militares. No
Camboja, a diplomacia e a CIA norte-americana intervieram para
deposição e/ou sustentação de governantes. Apesar do sofisticado
armamento, os vietcongues e a guerrilha favorável aos
norte-vietnamitas foi mais bem sucedida. Em 1973, os Estados Unidos
retirou-se do Camboja e do Vietnã. Os vietcongues esmagaram os
soldados sul-vietnamistas e reunificaram o país. No Camboja, o Khmer
Vermelho instalou uma das mais sanguinárias ditaduras registradas na
História, sob o comando do Pol Pot. No Camboja, mais da metade da
população morreu de fome nos anos subsequentes. No Vietnã, o
governo e o desenvolvimento das sociedade socialista alcançou
resultados diferentes e opostos. O Vietnã invadiu o Camboja em 1978
e 1979 depondo o governo genocida de Pol Pot. Mas os desdobramentos
da intervenção vietnamitas ainda colocaram o Camboja em situação
de guerra até 1988. O Laos, o mais frágil dos três países da
antiga colônia francesa da Indochina, sempre apresentou conflitos
externos ou sob influência do Camboja, do Vietnã, da China e do
intervencionismo norte americano na área. Na ex-Indochina, a guerra
perdurou, em alguns pontos, por mais de quatro décadas. Ao menos,
duas gerações cresceram, viveram ou morreram sem conhecer a paz.
Próximo dali, outro país emancipado no contexto de Guerra Fria e
com guerra civil de longa duração foi o arquipélago que forma a
Filipinas. O intervencionismo norte-americano nas Filipinas foi mais
ostensivo e permanente, até porque passou para o controle dos
Estados Unidos depois da Guerra Hispano-Americana (1898). Bases
militares dos Estados Unidos sustentaram e apoiaram os conflitos na
Indochina. Até água filipina era transportada por aviões e navios
para ser utilizada pelas tropas norte-americanas no Vietnã e
Camboja. Nas Filipinas, o Estados Unidos apoiou a ditadura corrupta
de Ferdinand Marcos de 1965 até 1987. Contra Marcos e o
intervencionismo norte-americano, criaram-se grupos guerrilheiros, em
geral sob influência do islâmico ou do marxismo.