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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Ônibus a R$ 3,10 no ano novo

por AMANDA RAITER

Alta de 5% do valor do diesel deve elevar passagem no Rio em janeiro, segundo empresas

Rio - O aumento de 5% do preço do diesel, anunciado na semana passada, vai pressionar o valor das passagens de ônibus, que tem o reajuste anual previsto para janeiro. Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), o impacto na tarifa do Município do Rio deve ser de até 3%, ou seja, R$ 0,09. Com isso, sem contar o repasse da alta nos demais custos das empresas de transporte, o valor da passaria para R$ 3,10, com o arredondamento dos centavos.

O último reajuste dos ônibus municipais foi em março, quando a tarifa passou de R$2,75, para R$ 3. No ano passado, o aumento de R$ 0,20 deu início à onda de manifestações de junho e acabou cancelado pela prefeitura.

O diretor técnico da NTU, André Dantas, explicou que, em média, o combustível têm peso de até 30% na estrutura de custos. Ele reclamou que o reajuste do diesel ficou acima da correção concedida à gasolina, que teve alta de 3%. “Por mais uma vez, o governo federal privilegiou os carros em relação ao transporte público, com esta diferença de dois pontos percentuais entre a gasolina e o diesel”, acrescentou.

Dantas diz ainda que o aumento de custos, se não for repassado às tarifas, dificulta investimentos, como a substituição de toda a frota por ônibus com ar-condicionado, prevista para acontecer até 2016.
“Como a encomenda de ônibus deve ser feita com seis meses de antecedência, acredito que o custo adicional dificultará este processo”, afirma.

Economista especializado em inflação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz concorda que o preço do diesel deve elevar a tarifa, mas avalia que parte da alta pode ser minimizada pelo aumento da passagem em março. “O Rio tem a menor defasagem no preço da passagem entre as capitais e pode ser que a alta do combustível não tenha tanto peso, podendo ser parcialmente absorvida”, explica.

O presidente da Federação das Empresas de transporte de Passageiros do Rio (Fetranspor), Lélis Teixeira, no entanto, ressalta que a passagem no Rio já estava defasada antes do aumento do diesel.

“Deram o último reajuste (da tarifa) com 13 meses de atraso por causa das manifestações. Já houve este ano um aumento de 10% nos salários dos rodoviários, que são o principal custo das empresas”, afirmou Teixeira, acrescentando que os técnicos da Fetranspor ainda não terminaram as contas para saber o impacto final do aumento. Segundo ele, com a alta do biodiesel, o preço do combustível nas garagens subiu 5,6%.

Fórmula define tarifas

Os contratos de concessão dos quatro consórcios que controlam os ônibus da cidade determinam reajustes anuais em janeiro, segundo fórmula paramétrica, baseada em índices calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Fundação Getulio Vargas (FGV), que medem o aumento de custos, como combustível, mão de obra, veículos e peças. Na sexta-feira, durante o congresso Etranspor, no Riocentro, o secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão, disse que vai aguardar a divulgação dos índices para a definição da tarifa.

Em outras capitais, os aumentos devem vir antes. Curitiba anunciou, na sexta, aumento de R$ 2,70 para R$ 2,85, e Recife deve definir neste mês. Já em São Paulo, a tarifa não será reajustada, permanecendo em R$ 3, devido aos subsídios da prefeitura.
Fonte: O Dia Online - 11/11/2014 e Endividado