Manuel
Antônio Álvares de Azevedo foi o maior poeta da tendência “mal
do século” no Brasil. Ele integrava a segunda geração de poetas
do Romantismo na sua maioria jovens universitários do Rio de Janeiro
e São Paulo que levavam uma vida desregrada, dividida entre os
estudos acadêmicos, o ócio, os casos amorosos e a leitura de obras
literárias europeias.
Eles
copiavam o estilo de vida dos escritores românticos europeus Byron e
Musset. Essa geração se caracterizava pelo espírito do “maldo
século”: onde de pessimismo doentio dos jovens diante do mundo,
que se traduzia no apego a certos valores decadentes, como a bebida,
o vício e a atração pela noite e pela morte. Álvares nasceu em
1831, sendo um gênio precoce, pois já falava francês, inglês e
latim aos 10 anos de idade. Estudou Direito e participou de altas
orgias em reuniões com outros grandes escritores românticos, como o
seu amigo Bernardo de Guimarães.
Azevedo também escreveu contos e uma
peça de teatro Macário. Quando entrou na faculdade de Direito, teve
um pressentimento de que não completaria o curso ao ver dois
estudantes do quinto ano morrerem à sua frente. A morte foi uma
constante em sua obra, já que o irmão faleceu prematuramente, e ele
sentia fortes dores no peito. De fato, morreu meses após completar o
quarto ano, com prematuros 20 anos de idade, de um tumor na fossa
ilíaca descoberto após um acidente de equitação. Dois anos
depois, sua obra romântica, dividida entre Ariel (o bem) e Caliban
(o mal), passou a ser publicada. Entre suas obras mais importantes
destacam-se o livro de contos Noite na Taverna e
o livro de poesias Lira dos Vinte Anos.