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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Leite assina acordo para estudo da viabilidade do hyperloop no RS

 Trem de alta velocidade teria a capacidade de fazer a rota entre a Capital e a Serra em menos de 15 minutos



O governo do Rio Grande do Sul anunciou, nesta terça-feira, a assinatura de acordo para um estudo inicial de viabilidade de utilização do sistema hyperloop no Estado. O transporte de altíssima velocidade que pode atingir 1.200 km/h faria a rota Porto Alegre-Serra Gaúcha em 12 minutos. A iniciativa, por meio do programa Techfuturo, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), é uma parceria com a empresa global de transportes HyperloopTT e apoio da Ufrgs.

O hyperloop é uma cápsula com capacidade para transportar pessoas e cargas dentro de um tubo que se movimenta de forma muito rápida, um pouco abaixo da velocidade do som, como explica o presidente da empresa, Dirk Alhborn, via videoconferência: “Não há a resistência do ar. A sensação é de estar dentro de uma aeronave por haver um sistema de baixa pressão. Resolve um dos maiores problemas do transporte hoje. Não há ferrovias ou metrôs lucrativos hoje em dia. Com baixo custo operacional, poderia funcionar de forma privada, sem subsídios do governo”. O empreendedor ressaltou, ainda, que o sistema é totalmente ecológico, à base de energia solar.

Para efeitos de comparação, presidente da HyperloopTT lembrou que uma viagem de carro à Serra dura atualmente 1h40min, em média, e de ônibus, três horas. “Há já um estudo no EUA, com a rota Chicago-Cleveland-Pittburgh, nos EUA, e um sistema em implantação em Toulouse, na França. O Brasil tem muito potencial e o RS poderá estar numa segunda onda com outros locais do mundo”, projetou Alhborn. O pró-Reitor de Inovação e Relações Institucionais da Ufrgs, Geraldo Jotz, saudou a parceria: “A inovação, se não mudar a vida da sociedade, em nada inovamos. É para isso que existimos. O transbordamento da ciência deve estar em favor das pessoas”, pontuou.

O governador Eduardo Leite, ao lado do secretário da Sict, Luís Lamb, salientou que sua gestão estimula o ambiente de inovação. “Aqui, somos demandados pelo passado do Estado, à luz dos feitos e defeitos. Mas para que possamos nos mover no presente em direção ao futuro, temos que agir”, declarou, citando que o RS tem “os melhores parques tecnológicos do país, profissionais premiados e empresas pujantes”. Segundo ele, iniciativas como o Inova RS e o Techfuturo, já estão “rendendo frutos”. “Já investimos em mais de R$ 5 milhões no ano passado em investimentos em pesquisa, uma sinergia entre poder público, universidades e iniciativa privada”.

Leite ressaltou que o RS tem uma sociedade e governo “que prezam pela ciência”. “Alguns podem pensar que este projeto não é possível de se realizar, que é futurista. Há alguns anos, já houve pessoas que não imaginariam que poderíamos ter vacinas”, lembrou. “A partir de estudos, podemos sonhar.” O governador concluiu que, apesar das dificuldades financeiras, o Estado nunca deixou de “ser rico em ideia e capacidades e empreendedor”. 


Correio do Povo


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