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domingo, 7 de março de 2021

Decreto que restringe venda de produtos não essenciais começa a valer na segunda

 AGAS propôs uma reflexão sobre as regras estipuladas no documento



Começa a vigorar na segunda-feira no Rio Grande do Sul o decreto 55.782 anunciado na noite dessa sexta-feira pelo governador Eduardo Leite. O novo regramento contém medidas mais rígidas e tem o objetivo de assegurar o cumprimento dos protocolos sanitários e frear o avanço do novo coronavírus no momento em que o surto atinge a pior fase no Estado, que está sobre o regime da bandeira preta (altíssimo risco de contágio) desde o dia 27 de fevereiro e deve permanecer, pelo menos, até o 21 de março. Além da multa para quem não usar a máscara corretamente em locais públicos e mudanças para frequentar ambientes fechados e a céu aberto, a classificação dos produtos entre essenciais e não essenciais é outro ponto inserido, que limita a venda dos não essenciais em supermercados.

O artigo 24 do decreto define os produtos essenciais como  “os bens relacionados à alimentação, à saúde e à higiene da população”, itens que  são encontrados nos supermercados e restringe a venda de produtos de outras categorias, como bazar e eletrodomésticos, determinados como não essenciais que também são ofertados pelos estabelecimentos comerciais, assim como determina o fim da exposição nos corredores. O governo do Estado reitera,pelo decreto 55.782 ,que a  venda de bebidas alcóolicas, item que estava gerando desentendimento sobre a proibição do comércio  pelos supermercados, está autorizada  por se enquadrar na categoria alimentação.

O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), Antônio Cesa Longo, manifestou-se em nota reforçando que o setor apoia o governo, mas propõe uma reflexão acerca das regras publicadas. “ A parte de bazar representa 2% do faturamento dos supermercados, não há problemas em não vendermos, no entanto,  ocupa 9% da área de vendas por seu volume, muitos supermercados não têm espaço no estoque para retirar estes itens das gôndolas”, explica solicitando  autorização para vedar o acesso dos clientes com fitas, faixas e avisos. O dirigente também  reforça que o segmento tem dúvidas a respeito da configuração de produtos como essenciais e não essenciais e solicita imediatamente aos associados a cessão das vendas de eletroeletrônicos, brinquedos e têxteis.  “Tecnicamente não encontramos definição para quais outras categorias são essenciais e não essenciais, sendo que federais e o próprio Código de Defesa do Consumidor só nomeiam as atividades”, esclarece.

Para a comemoração do  Dia  Internacional da Mulher, os locais se abasteceram com mais flores, item nomeado como não essencial, o que acarretaria prejuízo aos estabelecimentos. “Seria importante iniciarmos a proibição da venda deste produto dia 9 evitando desperdícios e até possíveis aglomerações de pessoas nas áreas de dejeto dessas flores, caso elas sejam descartadas”, sugere.

Adaptação 

Neste sábado, supermercados da capital se preparavam para colocar em prática as novas medidas. O gerente regional do Asun, Roberto Schilichling, afirma que a venda de bazar representa em torno de 3% das vendas e 10% de ocupação, números próximos dos divulgados pela AGAS. O gestor disse que a rede vai adequar o estabelecimento às medidas a partir de segunda-feira. “Vamos colocar lonas pretas sobre os produtos considerados não essenciais para que o cliente não possa vê-los e nem tocá-los”, enfatiza. Schilichling ressalta que as flores contabilizam 4% do faturamento do setor de hortifrutigranjeiros e devem ser retiradas, caso o conteúdo do decreto se mantenha. “São produtos que duram entre quatro e cinco dias e terão que ser descartados na falta de refrigeradores para condicioná-los”, comenta.

No Maxxi Atacado da Zona Norte, cadeiras e produtos de bazar foram recolhidos e outros cobertos por papel.  Em uma unidade do  Zaffari da Zona Sul, tudo transcorria com normalidade, estando liberado setores como o de roupas íntimas, toalhas, porta-retratos, térmicas e coolers.No Bourbon Zaffari Ipiranga, a situação era a mesma. Apesar das medidas serem para proteção das pessoas, nem todos concordam. A professora aposentada, Vera Galvão, destaca que apoia a condução do governador Eduardo Leite na pandemia, mas não é favorável a essa medida. “ Se estou em supermercado e quero comprar uma escada, vou ter que ir a outro lugar e me expor mais”? questiona.

Em nota, o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre  (Sindilojas Porto Alegre)  evidencia  “que a medida já havia sido solicitada por empresários do comércio tendo em vista a concorrência injusta com as lojas que seguem proibidas de abrir”.  Ainda no texto, informa que  “manifesta-se contrário a todas as regras de fechamento dos estabelecimentos do setor, pois defende que o comércio não é o responsável pela transmissão do vírus”.

Os representantes das filiais das grandes redes de farmácias, localizadas na avenida Getúlio Vargas, no bairro Menino Deus, disseram que aguardam orientação da matriz para implementação dos ajustes necessários. Alguns locais ofereciam itens como chinelos,  maquiagem e outros acessórios. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) reforça que maquiagem e chinelos são considerados itens não essenciais e não deverão estar ao acesso dos  clientes. 


Correio do Povo


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sábado, 6 de março de 2021

Leite suspende vendas de itens não essenciais em supermercados no RS

 Governador também estendeu até 31 de março a restrição geral das atividades das 20h até 5h no Estado



O avanço da pandemia da Covid-19 e a alta taxa de ocupação nos leitos do Estado motivaram o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, a anunciar, nesta sexta-feira, a suspensão da venda de itens não essenciais em supermercados. A medida, que visa evitar aglomerações nos estabelecimentos, passa a valer a partir desta segunda-feira e os locais que não cumprirem sofrerão sanções. 

Com isso, os estabelecimentos só poderão comercializar produtos de alimentação, higiene e limpeza. Os demais itens, somente por tele-entrega, como já ocorre para serviços não essenciais.

"Não é apenas uma questão concorrencial, é também uma forma de buscar reduzir as aglomerações nos supermercados. Eles estão abertos pela essencialidade dos produtos que vendem e por isso eles precisam seguir abertos, mas os itens não essenciais não devem ser vendidos", explicou Leite. 

Restrições das 20h até 5h mantidas até dia 31 de março

Após ressaltar a alta de internações pela Covid-19, o chefe do Executivo também anunciou a manutenção da suspensão da cogestão até o dia 22 e estendeu o período de restrição geral das atividades - das 20h até 5h - até o dia 31 de março. De acordo com Leite, baseado nos exemplos de outros países, três semanas com restrições é o período para que os efeitos sejam observados nas internações e nos hospitais. 

Ainda sobre a cogestão, Leite projetou o retorno do modelo no dia 22 de março, mas com protocolos de bandeira vermelha mais rigorosos. A ideia do governador ao fazer projeções é que se tenha uma perspectiva de saída e assim, os protocolos sejam cumpridos. 

Nas regras atuais de bandeira preta, o governador comunicou algumas alterações. Entre elas, estão o fechamento de áreas comuns de condomínios. A determinação abrange academias, piscinas e outros locais. Banhos de mar, rio e lagoa também ficam proibidos no risco altíssimo para Covid-19.  

Correio do Povo


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