por Filipe Oliveira e Andressa Motter
Estado obrigou estabelecimento essencial a cobrir produtos do comércio não essencial para não prejudicar concorrência
SÃO PAULO
Os estabelecimentos essenciais do Rio Grande do Sul que estão liberados para funcionar, como os supermercados, tiveram de bloquear seus corredores de produtos do comércio não essencial, como roupas, calçados e eletrônicos, a partir desta segunda (8) até o próximo dia 21.
A medida tenta evitar que as lojas proibidas de funcionar não sejam prejudicadas pela concorrência de quem está de portas abertas. Nos supermercados os produtos considerados não essenciais foram retirados das prateleiras ou cobertos com lonas para impedir a exposição.
Ficam liberados os itens de alimentação, higiene e saúde humana e animal, ferramentas, material escolar, utensílios de cozinha e produtos de iluminação, como velas e isqueiros.
Segundo o presidente da Agas (Associação Gaúcha de Supermercados), Antônio Cesa Longo, a situação no primeiro dia do decreto está normal. “O setor acatou e está cumprindo”, diz.
Com cinco lojas em Porto Alegre, a rede Supermago, que isolou parte dos produtos, diz que o e-commerce cresceu.
Segundo Patrícia Machado, diretora da rede, as vendas pela internet cresceram 50% na última semana de fevereiro, quando a bandeira preta entrou em vigor no estado, em comparação com janeiro. Os clientes buscam principalmente produtos perecíveis, como carne, pães, água e verduras.
Para a rede de supermercados Asun, que tem 30 unidades no estado, a maior perda será com a grande quantidade de flores colocadas à venda para o Dia Internacional da Mulher. O governo autorizou a comercialização nesta segunda, mas depois o produto será considerado não essencial.
“Estou vendendo com desconto de 30%. No fim do dia, pode ser que eu venda dois por um”, diz Antonio Ortiz Romacho, diretor do supermercado.
Também há restrição no horário de funcionamento das lojas, que podem ficar abertas somente até as 20h. “Achamos que os mercados tinham que trabalhar 24 horas para ter menos movimento. O consumidor se sacrifica, porque tem que ficar em fila”, diz Romacho.
Segundo ele, a situação da Asun é mais crítica no litoral, onde algumas prefeituras determinaram o fechamento completo das lojas nos últimos dias.
“Nesse momento, a gente não está preocupado com o faturamento. O setor está preocupado que todos possam vender e que a economia possa girar”, diz Longo.
Fonte: Folha Online - 08/03/2021 e SOS Consumidor