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sexta-feira, 5 de março de 2021

China prevê crescimento de pelo menos 6% em 2021

 Primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, defendeu que os fundamentos econômicos que irão sustentar o crescimento de longo prazo não se alteraram



A China prevê um crescimento de pelo menos 6% este ano, apesar das incertezas geradas pela pandemia do coronavírus que continua a atingir a economia mundial, anunciou o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, nesta sexta-feira. Este ano, "a China continuará a enfrentar inúmeros riscos e desafios para o desenvolvimento", declarou Li Keqiang em um longo discurso na abertura da sessão parlamentar anual.

"Mas os fundamentos econômicos que irão sustentar o crescimento de longo prazo permanecem inalterados", garantiu a cerca de 3 mil deputados, a maioria dos quais protegidos com máscaras azuis. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento de 8,1% para a segunda economia mundial.

Primeiro país afetado pelo coronavírus e que viu sua economia ser atingida pela pandemia, a China havia desistido de estabelecer uma meta de crescimento anual em 2020, decisão rara na história recente do gigante asiático.

Após medidas de contenção sem precedentes que afundaram a atividade econômica, a China registrou uma queda histórica no crescimento no primeiro trimestre de 2020 (-6,8%). A progressiva melhora das condições sanitárias a partir da primavera boreal fez com que o Produto Interno Bruto (PIB) voltasse a crescer e fechou 2020 com avanço de 2,3%, ao contrário das principais economias mundiais que registraram quedas históricas. No entanto, o crescimento do gigante asiático no ano passado foi o menor desde 1976.

Para sustentar a economia em meio a uma pandemia, a China aumentou seu déficit orçamentário no ano passado para 3,6% do PIB, o que será reduzido para 3,2% em 2021, revelou o primeiro-ministro chinês.

A China não registra superávit orçamentário desde 2007. Pequim pretende criar cerca de 11 milhões de empregos este ano, um número superior ao do ano passado (9 milhões), mas semelhante ao de 2019, antes da pandemia.

A segunda economia mundial também tem uma taxa de desemprego de 5,5%, após 5,6% no ano passado e o recorde absoluto de 6,2% registrado em fevereiro de 2020, em plena epidemia. Esses dados traçam um quadro incompleto da situação econômica, uma vez que o cálculo do desemprego não inclui os quase 300 milhões de trabalhadores migrantes de origem rural, muitos dos quais perderam o emprego durante a crise.

Na quinta-feira, Pequim anunciou um projeto de reforma eleitoral em Hong Kong, que abre caminho para a possível marginalização de candidatos pró-democracia da oposição no território semi-autônomo.


AFP e Correio do Povo


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domingo, 7 de fevereiro de 2021

CHINA PROMOVE INICIATIVAS EDUCACIONAIS CONTRA 'FEMINIZAÇÃO' DE JOVENS DO SEXO MASCULINO

 Proposta anunciada pelo Ministério da Educação chinês sugerindo 'cultivar masculinidade dos alunos' provocou críticas nas redes sociais

Movimento na China quer 'cultivar masculinidade' de jovens do sexo masculino Foto: Getty Images

Movimento na China quer 'cultivar masculinidade' de jovens do sexo masculino Foto: Getty Images


Uma mensagem do Ministério da Educação da China sugerindo que jovens do país estão se tornando "femininos" resultou em fortes críticas por parte de ativistas e usuários de redes sociais.

A pasta anunciou na semana passada a chamada Proposta para Prevenir Feminização de Adolescentes do Sexo Masculino, que apelava às escolas para que reformulem as aulas de educação física e invistam na contratação de professores, conforme a BBC.

O texto aconselhava a preferência por ex-atletas e pessoas com experiências esportivas e pregava o "desenvolvimento vigoroso" de esportes como futebol, a fim de "cultivar a masculinidade dos alunos". Durante um tempo, o governo chinês já havia demonstrado preocupação com o fato de que modelos masculinos do país não são mais figuras atléticas fortes.

Entusiasta do esporte, o presidente Xi Jinping afirmara em outra ocasião que nutria a pretensão de o país se tornar uma "superpotência do futebol" até 2050. Os clubes chineses vêm investindo millhões na contratação de grandes estrelas do futebol mundial, atraindo inclusive brasileiros em razão dos salários estratosféricos.

Ainda longe de figurar entre os melhores no futebol, a China tem se empenhado em promover novos modelos para jovens chineses. Em maio do ano passado, um delegado do principal órgão consultivo do país afirmou que muitos adolescentes do sexo masculino se tornaram "fracos, tímidos e humilhantes".

Si Zefu atribuiu ao ambiente doméstico, com boa parte dos meninos chineses sendo criados por suas mães e avós, e à crescente influência de celebridades a "feminização", que "colocaria inevitavelmente em risco a sobrevivência e o desenvolvimento da nação chinesa".

Desde então, há sugestões para que as escolas revejam seu formato de ensino, inclusive com a divulgação de anúncios sexistas. Na rede social chinesa Weibo, usuários repudiaram o cunho preconceituoso e lembraram a desigualdade na proporção entre homens e mulheres no país.

Nem todos porém receberam o anúncio de forma negativa e culparam celebridades masculinas chinesas denominadas "carnes frescas", em referência aos jovens bem tratados e com características delicadas, como estrelas do gênero musical K-pop. A interpretação é de que o sucesso deles influi no comportamento de adolescentes, que estão deixando de vislumbrar carreiras como soldados, policiais e bombeiros.

Epoca

domingo, 31 de janeiro de 2021

Japão propõe aliança de países contra a China

 Primeiro-ministro ressaltou a importância da política de enfrentamento ao país asiático



Com o objetivo de promover um “Indo-Pacífico livre”, o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, defendeu nesta sexta-feira, 29, uma aliança anti-China entre seu país, os Estados Unidos, a Austrália e a Índia. Recentemente, essas nações tiveram desentendimentos diplomáticos com o país oriental, sobretudo devido às suspeitas de que o Partido Comunista ocultou do Ocidente o potencial do coronavírus — cientistas denunciaram pressão do governo para que mentissem sobre o patógeno.

Em sessão on-line do Fórum Econômico Mundial, Suga ressaltou a importância da política de enfrentamento ao país asiático. Isso porque o Japão contesta as reivindicações do Partido Comunista sobre as rotas marítimas da região, vitais para a economia, como no mar do Sul da China. Também o premiê reafirmou que o Japão irá levar adiante a Olimpíada, que foi adiada do ano passado para junho, em razão do surto de covid-19. O evento será uma prova de “coragem e esperança”, afirmou Suga.

Leia também: “Chineses fazem ameaça de guerra à Taiwan”


Revista Oeste 

Tensão no mar do Sul da China

 As águas em disputa se tornaram motivo de atrito na relação tensa entre Pequim e Washington


Jurandir Soares


O presidente Joe Biden já conseguiu um feito marcante na sua primeira semana de governo que foi a renovação do acordo sobre armas nucleares com a Rússia. O acordo, chamado de New Start, venceria dia 5 de fevereiro. Além de limitar o número de ogivas e mísseis, o acordo autoriza o mútuo monitoramento por satélites e inspeções anuais. Portanto, um passo importante no controle de armas nucleares. O objetivo, porém, era de que a China também participasse do mesmo. Tanto que ao longo das negociações, ainda durante o governo Donald Trump, havia essa tentativa. Em outubro último, o embaixador da China para Assuntos de Desarmamento, Li Song, afirmou: “Existem apenas duas potências nucleares no mundo. Não três”. A publicação foi respondida pelo diretor da Associação de Controle de Armas dos Estados Unidos, Daryl Kimball, que argumentou: “Sim, os EUA e a Rússia possuem os dois maiores arsenais nucleares, mas 300 armas nucleares são mais do que qualquer um precisa, e uma arma nuclear pode destruir uma cidade”. Mas Pequim ficou de fora.

No aspecto militar, a China está preocupada hoje é com o controle sobre Taiwan, que considera uma província rebelde. Especialmente depois que o governo Trump passou a promover uma aproximação maior dos EUA com a ilha, com a qual tem um acordo de defesa. E estabeleceu com Pequim o que ficou conhecido como a Guerra Fria 2.0 que envolve desde tecnologia 5G até o domínio sobre o mar do Sul da China, passando pela autonomia de Hong Kong e disputas comerciais. Desde o último trimestre do ano passado, os EUA vêm realizando manobras militares no mar do Sul da China, numa aérea que Pequim entende que lhe pertence, mas que é reivindicada também por seus vizinhos continentais e insulares Vietnã, Malásia, Filipinas, Brunei e Taiwan.

Ao falar por videoconferência nesta semana no Fórum Econômico Mundial, o presidente Xi Jinping disse que “sanções, isolamento e uma nova Guerra Fria só levam ao isolamento”. Ao mesmo tempo, o porta-voz do Ministério da Defesa chinesa, Wu Qian, alertava que a China estava realizando manobras militares em torno de Taiwan para “evitar influência estrangeira”. E acrescentou que um movimento de independência de Taiwan “será considerado uma declaração de guerra”. Porém, navios dos EUA, liderados pelo porta-aviões USS Theodore Roosevelt, ingressaram no mar do Sul da China no sábado para defender a “liberdade dos mares”, disseram os militares norte-americanos, dias depois de Biden tomar posse como presidente. As águas em disputa se tornaram mais um motivo de atrito na relação bilateral cada vez mais tensa entre Pequim e Washington. Os militares dos EUA vêm aumentando suas atividades constantemente no local nos últimos anos. Atividades que, como se observa, não cessaram com a mudança de governo, passando para Biden o desafio de como lidar com a China.


Correio do Povo

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Missão da OMS viaja para a China sem autorizações necessárias de Pequim

 Comunicado foi feito pelo diretor-geral da agência, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que disse estar "decepcionado"



A equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) encarregada de investigar a origem da pandemia de Covid-19 na China viajou sem todas as autorizações necessárias, anunciou nesta terça-feira o diretor-geral da agência da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que disse estar "muito decepcionado".

"Hoje nos informaram que as autoridades chinesas não terminaram as autorizações necessárias para a chegada da equipe na China. Estou muito decepcionado com esta notícia, porque dois membros já iniciaram a viagem", declarou o chefe da OMS aos jornalistas.

"Estive em contato com altos funcionários chineses e disse claramente mais uma vez que a missão era uma prioridade para a OMS e a equipe internacional", acrescentou, afirmando que está "impaciente para iniciar a missão o mais rápido possível".

Ao seu lado, o responsável das situações de emergência sanitária da OMS, Michael Ryan, explicou que se trata de uma questão de vistos.

"Esperamos que seja simplesmente um problema logístico e burocrático que poderemos resolver rapidamente", disse. Um dos especialistas teve que voltar e outro está aguardando em um terceiro país, afirmou.

Após mais de um ano da detecção dos primeiros casos de Covid-19 na região chinesa de Wuhan (centro), esses dez proeminentes cientistas escolhidos pela OMS após um longo processo de seleção, precisam viajar para a China para analisar as origens do vírus e saber como foi transmitido aos humanos.

No entanto, essa missão se tornou muito delicada para o governo chinês, que não quer assumir nenhuma responsabilidade sobre a pandemia, que já causou mais de 1,8 milhão de mortes no mundo.


AFP e Correio do Povo


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