segunda-feira, 7 de abril de 2025

Trump vê quedas dos mercados como “remédio amargo” das tarifas funcionando

 Presidente dos EUA comentou que mais de 50 países já procuraram abrir conversas para renegociar

Presidente norte-americano deu entrevista no Air Force One | Foto: Mandel Ngan / AFP / CP


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo (6) que as quedas violentas nos mercados americanos e mundiais mostravam que o "remédio" da sua onda de tarifas estava funcionando."Às vezes você tem que tomar um remédio para consertar algo", declarou Trump aos jornalistas a bordo do Air Force One enquanto retornava a Washington de um fim de semana de golfe na Flórida. Os parceiros comerciais dos EUA estão "chegando à mesa" e "querem conversar", acrescentou.

O governo dos EUA disse que mais de 50 países pediram para negociar a eliminação ou redução das tarifas impostas por Washington, conversas que, segundo ele, podem levar meses para dar frutos. Um imposto universal de importação de 10% entrou em vigor nos Estados Unidos no sábado. Na quarta-feira, os impostos sobre as importações de alguns países, como os membros da União Europeia (20%) e a China (34%), aumentarão, anunciou Trump em 2 de abril.

'Mais de 50 países entraram em contato com o governo para reduzir as tarifas e acabar com a manipulação de suas moedas', disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent, à NBC.'Vamos ver se o que eles têm a propor é confiável', acrescentou o secretário, 'porque depois de 20, 30, 40 ou 50 anos de mau comportamento, não se pode começar do zero'.

A China respondeu imediatamente às tarifas sobre seus produtos com medidas semelhantes contra os Estados Unidos. Em vez disso, os líderes europeus intensificaram seus contatos no fim de semana antes de os ministros do comércio da UE se reunirem na segunda-feira para chegar a um acordo sobre a resposta do bloco.'O mundo como o conhecíamos acabou', previu o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, diante dessa mudança no comércio internacional.

Os contratos futuros sobre os principais índices da bolsa de Nova York caíam fortemente neste domingo, apontando para uma nova queda de Wall Street na segunda-feira, ainda abalados pela onda de tarifas. E o petróleo americano caiu abaixo de 60 dólares o barril, pela primeira vez desde abril de 2021.

A maioria dos economistas espera que a inflação aumente e que a economia dos EUA desacelere como resultado das tarifas. Embora Hassett tenha reconhecido que pode haver um aumento de preço, ele viu as medidas protecionistas de Trump como uma forma de defender os trabalhadores dos EUA da concorrência desleal.

Perguntado por que a Rússia não estava na lista de países afetados pelas tarifas, o assessor disse que Trump queria evitar incluí-la por causa das negociações para um possível fim do conflito na Ucrânia. 'Isso não significa que a Rússia será tratada de forma muito diferente de todos os outros países por um longo tempo', acrescentou.

AFP e Correio do Povo

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