sábado, 19 de abril de 2025

Trump amplia cerco a Harvard com devassa fiscal e assédio a doadores

 Casa Branca cortou verbas e ameaçou retirar a isenção fiscal da universidade

Presidente dos EUA tem feito série de acusações e críticas à instituição | Foto: Joseph Prezioso / AFP / CP


O governo Donald Trump acusou a Harvard de descumprir requisitos legais sobre doações estrangeiras, como parte do esforço para pressionar a instituição a atender suas exigências. Nos últimos dias, a Casa Branca também suspendeu US$ 2 bilhões em verbas e ameaçou retirar a isenção fiscal da universidade.

O Departamento de Educação pressionou Harvard a fornecer todos os nomes dos doadores estrangeiros e registros de comunicação com eles desde 2020, após acusar a universidade de não relatar contribuições de outros países, como exige a lei. A instituição nega.

Em carta enviada ao reitor Alan Garber, o Departamento de Educação também pediu uma série de registros relacionados a estrangeiros que passaram por Harvard. Isso inclui estudantes expulsos ou que tiveram seus vínculos cancelados desde 2016, além de detalhes sobre pesquisadores, acadêmicos, estudantes e professores estrangeiros desde 2010.

Jason Newton, porta-voz de Harvard, contestou a alegação de que a universidade não estava cumprindo a exigência legal de relatar doações estrangeiras superiores a US$ 250 mil. "Harvard tem apresentado relatórios há décadas como parte do cumprimento contínuo da lei", disse.

Pressão

Atender à mais recente demanda de Trump seria um desafio. Dados da própria universidade apontam que mais de 69 mil ex-alunos vivem fora dos EUA, espalhados por 202 países. É provável que todos tenham sido contatados pela universidade para doações.

Como Harvard cancela os vínculos de qualquer aluno que deixa o câmpus - por conclusão do curso ou expulsão - é possível que a exigência se aplique a todos eles. O pedido é parte do esforço da Casa Branca para pressionar Harvard, que se recusou a atender uma série de exigências de Trump, acusando o governo de interferir na liberdade acadêmica.

"Talvez Harvard devesse perder seu status de isenção fiscal e ser taxada como uma entidade política, se continuar promovendo a ‘doença’ inspirada em ideologia e terrorismo? Lembre-se, o status de isenção fiscal depende totalmente de agir no interesse público", escreveu Trump na sua rede social, durante a semana.

Ataques

Trump está em guerra contra as universidades de elite, contra as políticas de inclusão de minorias e o que chama de falha em combater o antissemitismo. O governo conseguiu concessões de Columbia, após cortar US$ 400 milhões em verbas. As exigências para Harvard, contudo, são ainda mais amplas e a instituição se tornou a primeira a enfrentar a Casa Branca, mesmo sob ameaça.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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