sexta-feira, 11 de abril de 2025

“Nem home nem office”: como trabalham os nômades digitais e por que as empresas precisam se adaptar

 Conceito defende que o expediente possa ser feito em casa e em vários outros lugares

Trabalho nômade é tema do segundo dia do South Summit | Foto: Lucas Eliel / Especial / CP


A pandemia de Covid-19 trouxe grandes transformações na sociedade, e uma delas é no trabalho. Por conta do isolamento necessário, muitas empresas tiveram que partir para o trabalho fora do presencial.

Passado o período mais duro da doença, muitas pessoas viram que estar em casa ou em algum outro lugar que não seja um escritório propriamente dito não afetou negativamente a produção. E ainda abriu a oportunidade de em meio ao trabalho, haver a chance de uma troca cultural e de experiências enriquecedoras.

O tema de bastante relevância está presente no painel "Nômades Digitais: Uma Nova Abordagem ao Trabalho e ao Turismo", no segundo dia do South Summit, no Cais Mauá, em Porto Alegre.

"Nem home nem office”

O conceito de nômade digital em relação ao trabalho não está ligado nem a um modo de serviço tradicional, somente no presencial, nem ao home office, onde as pessoas trabalham exclusivamente em casa. Ao invés disto, a ideia é o sistema ser híbrido, incluindo também o expediente diretamente da residência, mas também possibilitando o profissional trabalhar em outros locais e estar em contato com outros profissionais.

Estes lugares podem incluir shoppings e hubs feitos especialmente para pessoas que trabalhem de forma nômade, bem no sentido "anywhere office (escritório de qualquer lugar"). Logicamente há tipos de profissão, como as envolvendo o setor de saúde, que não possuem a possibilidade de trabalhar de forma nômade.

Mais felicidade e fomento ao turismo

Segundo a coordenadora de marketing da IWG (Regus e Spaces), Patricia Moraes, que palestrou durante o painel, o trabalho como nômade digital deixa os profissionais mais felizes. "Trabalhando desta forma você pode, por exemplo, vir aqui conhecer o South Summit e depois estender e ir para Gramado mais uma semana. Isso é muito bom para o bem-estar da pessoa e para a empresa, que está contando com um profissional mais feliz".

A relação de trabalho como nômade digital, no entanto, deve ser baseada em bastante confiança. "Você tem que confiar no seu profissional e não pode tratar ele como se fosse uma criança", pontua. "O trabalho como nômade digital é uma realidade e as empresas vão precisar se adaptar", acrescenta.

O trabalho como nômade digital pode ainda provocar o crescimento da economia local de um destino que não costuma ser badalado. "Tem países que já estão com um visto de nômade digital, a exemplo de Portugal. Isso traz um benefício tão grande para o turismo. As pessoas começam a ir para destinos inusitados onde antes nem eram visitados", afirmou durante a palestra a CEO da empresa Gabriela Schwan Hospitality, Gabriela Schwan.

Correio do Povo

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