quarta-feira, 16 de abril de 2025

Inter apresenta déficit de R$ 34,4 milhões em 2024

 Prejuízos causados pelas enchentes e alto custo do futebol impactaram as finanças e aumentaram a dívida do clube no passado

Enchentes e custos do futebol impactaram as finanças do Inter em 2024 | Foto: Mauro Schaefer


Os altos custos do futebol, aliados aos efeitos das enchentes, causaram estragos às finanças do Inter. Em 2024, o clube apresentou um déficit de R$ 34,4 milhões, mesmo após a venda de Gabriel Carvalho para o Al Qadisiyah, da Arábia Saudita, nos últimos dias do ano. Outro dado relevante é que, mais uma vez, a dívida aumentou. De acordo com o parecer do Conselho Fiscal (CF), ela passou de R$ 1,04 bilhão em 2023 para R$ 1,25 bilhão em 2024 (o montante inclui o passivo da reforma do Beira-Rio, que, na prática, não é de responsabilidade direta do clube).

Todas essas informações, além de outras, foram enviadas aos conselheiros nesta terça-feira, junto com a convocação para uma reunião do Conselho Deliberativo, que vai avaliar as contas de 2024 em 28 de abril. Segundo a gestão liderada pelo presidente Alessandro Barcellos, os números negativos são reflexo das enchentes, que ocasionaram prejuízos diretos e indiretos ao clube, exigindo a reconstrução do CT e a reforma do Beira-Rio. A gestão ressalta que o CD autorizou, no final do ano passado, um déficit de R$ 44,3 milhões. Ou seja, o resultado não foi tão ruim quanto o previsto.

O problema é que o déficit, o primeiro registrado desde 2021, quando começou a atual gestão, não foi ocasionado apenas pela redução das receitas, que atingiram R$ 621 milhões em 2024 — no ano anterior, foram R$ 654,6 milhões, impulsionadas pelo lançamento de R$ 219 milhões referentes à venda dos direitos de TV para a Liga Forte União, operação que acabou sendo revertida em parte no início deste ano. Por isso, 2023 terminou com superávit de R$ 168,8 milhões.

Os dirigentes estimam que os prejuízos das enchentes chegaram a R$ 90 milhões, considerando não apenas os custos com a reconstrução das estruturas (calculados em R$ 19 milhões), mas também a frustração de receitas com a estagnação do quadro social (R$ 25 milhões) e a saída prematura de competições (R$ 33 milhões). Uma parte dessas perdas foi amenizada pelo ressarcimento do seguro, que pagou R$ 8,9 milhões ao clube, além do auxílio de R$ 4 milhões da CBF.

Conforme o parecer do CF, a elevação dos custos operacionais, que saltaram de R$ 287,5 milhões em 2023 para R$ 404,4 milhões no ano passado, é consequência do “investimento no elenco profissional, refletindo em remuneração, direito de imagem e amortização, somados aos efeitos adversos dos eventos climáticos”. Apesar dos números negativos, o parecer do CF recomenda a aprovação das contas.

A gestão, procurada pela reportagem, afirmou por meio da assessoria que se manifestará sobre as contas na reunião do CD.

Correio do Povo

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