"Eu quase que de nada sei, mas desconfio de muita coisa", disse um dia Guimarães Rosa, e hoje, neste exato momento histórico, tal frase está na mente e na boca de milhões de seres humanos.
Uma virada histórica acontece mais ou menos assim:
De repente, a chave vira, e o mundo em que você até então vivia já não é mais o mesmo, já não existe mais, com o complicador que percebe-se que se chegou ao ponto em que não há mais retorno.
Poucos, raros, possivelmente equivocados, podem afirmar de maneira categórica que sabem com certeza onde tudo isso acabará nos levando.
No momento, somos todos náufragos tentando manter a cabeça para fora dessa água revolta em que se transformou o mundo todo.
o tsunami é para todos.
Meus caros, apertem o cinto porque a hora é de turbulência.
No centro da tempestade, Trump x Xi Jimping.
Sim, porque se há algo sobre o qual não resta dúvida alguma é que tudo o que está acontecendo nessa verdadeira revolução comercial que emerge no momento, resulta da ascensão indiscutível da China, ameaçando a liderança mundial dos EUA, que resolveu tomar alguma providência a respeito, já que esse fenômeno recente é uma ameaça à configuração da geopolítica mundial tal como ela se manifesta nos últimos 80 anos.
Como é sabido por todos, com o final da Segunda Guerra Mundial e a Europa devastada física e economicamente, surgiu o Plano Marshall, que foi uma ajuda financeira dos Estados Unidos para reconstruir o velho continente.
Os principais objetivos desse plano eram garantir o apoio desses países da Europa Ocidental ao EUA em sua luta contra a União Soviética sobre o Ocidente.
O plano Marshall mostrou-se eficiente e garantiu altas taxas de crescimento econômico à Europa, através de um aporte de 18 bilhões de dólares aos europeus, criando as bases do Estado de Bem-Estar Social que vigorou por décadas naqueles países.
Transcorridos 80 anos, o mundo é outro.
O grande perigo já não é mais a antiga União Soviética, mas a China.
E, de repente, os EUA se deu conta que financiava o mundo, pagava a conta de tudo e todos, mas ainda assim, as tarifas de reciprocidade comercial com países que levantou na Segunda Grande Guerra e também com o grande oponente comercial do Oriente, a agora temida China, eram completamente discrepantes.
Trump foi eleito com o famoso chavão "Make America Great Again".
Não pode, portanto, ser acusado da decisão que acaba de tomar, e que é uma recomposição das tarifas de importação de comércio com todos os países com quem se relaciona.
Não poderia ter sido outro também o personagem histórico a decidir por tal revolução no campo do comércio internacional.
Trump é um empresário ousado que não tem medo de jogar.
Ao contrário, gosta do jogo ousado.
Muitos o veem como um louco, um irresponsável.
Ainda assim, em sua vida pessoal, obteve sucesso financeiro como poucos.
A verdade é que um novo jogo começa a ser jogado no mundo, os dados do tabuleiro foram todos embaralhados, e países seguem sem eira nem beira, sem saber como agir diante de tamanha e desconhecida turbulência.
O que está em disputa, acima de tudo, acima desse conflito de tarifas econômicas, é quem mandará no mundo a partir de agora, e isso só será conhecido quando essa poeira que já vai alta em algum momento se assentar:
Ocidente ou Oriente.
Do resto nada sei, nada sabemos.
E quem diz que conhece o fim dessa história mente.
Mas de uma coisa sabemos:
A briga de cachorro grande é entre os dois gigantes disputando poder mundial.
O resto é varejo.
Post de Silvia Gabas
Fonte: https://web.facebook.com/100001275065317/posts/9965921486793588/?rdid=gZgNnvUURHS2Cs4B#
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