Deputado federal estava há mais de uma semana ingerindo apenas soro, isotônico e água
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou nesta quinta-feira, 17, o fim da greve de fome em protesto contra a possível cassação de seu mandato, aprovado na última semana pelo Conselho de Ética da Câmara.
Desde o dia 9, ele estava ingerindo apenas soro, isotônico e água. Segundo a assessoria do PSOL, ao longo da greve, o deputado perdeu quase cinco quilos.
A decisão ocorre após acordo firmado em reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos- PB). O acordo foi debatido com a esposa de Glauber e também deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e com o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).
“Estou nesse momento suspendendo a greve de fome que anunciei há nove dias. Essa suspensão – depois de dialogar com os movimentos e conversar muito em uma reunião que durou bastante tempo – vem depois de um compromisso que foi assumido pelo presidente da Câmara”, afirmou Glauber em entrevista a jornalistas.
Andamento do processo
Em 16 de abril de 2024, Glauber expulsou da Câmara o influenciador Gabriel Costenaro, integrante do MBL. Na ocasião, Costenaro fez insinuações sobre a ex-prefeita de Nova Friburgo Saudade Braga, que na época estava doente. Mãe do deputado, ela morreu 22 dias após o ocorrido.
O Conselho de Ética da Câmara considerou que o pedido de cassação é procedente, mas quem define se Glauber vai perder ou não o mandato é o plenário da Câmara, em votação.
Para que o deputado do PSOL seja cassado, é preciso que a maioria absoluta da Casa vote pela punição, ou seja, 257 deputados.
Se o número não for atingido, o processo será arquivado e Glauber vai permanecer com o mandato. No Regimento Interno da Câmara, é estipulado um prazo de 90 dias úteis após a aprovação pelo Conselho para que os parlamentares decidam sobre o destino do alvo do processo.
Contudo, Glauber Braga entrou com recurso contra a decisão do Conselho de Ética na CCJ da Câmara.
A comissão precisa deliberar sobre o assunto. Após esse recurso ser avaliado o caso poderia ir a plenário. Contudo, como disse Hugo Motta nesta quinta-feira, isso não acontecerá antes de 60 dias.
A decisão se baseia em um acordo para acabar com a greve de fome do parlamentar, que ocupa as dependências da Casa, sem ingerir alimentos sólidos, desde que o Conselho deu andamento ao seu pedido.
Correio do Povo
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