Bloco arranca com 10 cadeiras na Assembleia e o comando de 184 prefeituras no Estado
Para além do peso no Congresso, de um fundo partidário ainda mais significativo e do tempo considerável na TV, no RS a federação PP/União Brasil vai turbinar a bancada na Assembleia Legislativa e a força no interior. Com a reunião das duas siglas, a bancada no Parlamento gaúcho passa para 10 deputados (são sete do PP e três do União Brasil).
Nas cidades, a soma dos prefeitos das duas legendas totaliza 184, ou seja, estarão, a partir da junção, no comando de 37% das prefeituras do RS. São outros 161 vices e 1.535 vereadores.
“Em que pese que a federação é um casamento de, inicialmente, quatro anos, o fato é que inclui duas disputas eleitorais, nos dá uma estrutura muito robusta e realça demais o protagonismo que já estávamos buscando para as eleições de 2026”, avisa o presidente estadual do PP, o deputado federal Covatti Filho. Ele presidirá a federação no RS.
O PP já era disputado para coligações com o MDB e o PL, dois partidos que definiram que terão candidatos ao governo do Estado. Covatti Filho insiste em que a federação, no decorrer de 2025, também tentará viabilizar uma candidatura própria. Nos bastidores, todos concordam que, com a federação, mesmo que não encontrem um nome para o Piratini, PP e União terão muito mais poder de negociação na composição de uma chapa majoritária.
O presidente do PP é otimista também em relação ao resultado das proporcionais. Acredita que em 2026 a federação poderá fazer até 13 cadeiras na Assembleia gaúcha, e cinco federais do RS na Câmara dos Deputados.
Já o presidente estadual do União Brasil, o deputado federal Luiz Carlos Busato, é mais cauteloso. Desde o início das tratativas, Busato não escondeu o receio de que, com a federação, o PP acabe por ‘engolir’ o União Brasil no RS, em função da diferença de tamanho entre as duas siglas.
No Estado, diferente do que ocorre no país, o PP é significativamente maior do que o União Brasil, sob diferentes aspectos, seja em representação em executivos e legislativos, em história, estrutura partidária nas cidades ou número de filiados. Além disso, com base nos resultados do pleito de 2022, o grupo do deputado vê a possibilidade de ele ter ameaçada a própria reeleição. Em 2022 o PP elegeu três federais do Estado, com votações parelhas, na faixa dos 110 mil votos. O União elegeu apenas Busato, e com 57.610 votos.
Apesar disto, em função de seu tamanho no Congresso, onde tem 11 deputados a mais do que o PP, é o União Brasil quem recebe mais recursos dos fundos partidário e eleitoral, e tem mais tempo na propaganda eleitoral no rádio e na TV. Covatti Filho assegura que já foram assumidos compromissos do PP com o União Brasil no Estado, de forma a proporcionar segurança aos representantes da sigla.
Busato, por sua vez, disse que vai se manifestar mais detalhadamente sobre a federação a partir da terça-feira. Ele espera pela reunião que ocorrerá na segunda, 28, entre o presidente nacional da legenda, Antônio Rueda, e a bancada do partido, para acerto de detalhes. “Aguardamos as definições sobre pontos como a divisão nas nominatas, dos fundos e do tempo de TV”, adianta.
O deputado descarta qualquer possibilidade de deixar a sigla. Mas, assim como ocorre em outros estados, no RS há, no União Brasil, lideranças locais que aguardam a formalização da federação para avaliar seu caminho. Os estaduais Aloísio Classmann e Thiago Duarte, por exemplo, estão entre os que já foram sondados pelo Podemos.
Correio do Povo
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