Banda cancelou shows nas cidades de Caxias do Sul, Jaraguá do Sul, Blumenau e Pelotas após polêmica em show em Minas Gerais
A produtora 3LM Entretenimento anunciou nesta quinta-feira o cancelamento de quatro shows da turnê "Acústico 20 Anos”, da banda IRA!, nas cidades de Caxias do Sul, Jaraguá do Sul, Blumenau e Pelotas. Apesar disso, o evento de Porto Alegre, em novembro, está mantido.
Tudo começou quando o vocalista da banda, Nasi, em um show anterior na cidade de Contagem (MG), gritou “sem anistia”. Um grupo da plateia começou a vaiar em direção ao palco. Diante disso, o cantor declarou que muitas pessoas vão aos shows sem que entendam o posicionamento do grupo e pediu para que essas pessoas, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, se retirassem e se afastassem da trajetória do grupo.
Para a Billboard Brasil o músico se manifestou em entrevista por telefone. Ele comentou que todos os shows “foram cancelados em comum acordo com o contratante” e que houve “um bombardeiro desses fascistas”. Porém, ele afirma que a banda saiu maior do entrou na história toda. A próxima apresentação do grupo será em Dourados (MG), no dia 25 de abril.
O que aconteceu
Na entrevista, Nasi falou sobre os bastidores do evento. Segunda sua versão, como frisa o músico, ele “estava no show, tranquilo. Em um determinado momento do show, o público, a maioria, começou a entoar ‘Sem anistia!’”.
“Inclusive, foi engraçado porque foi no meio de ‘Rubro Zorro’. E era eu cantando ‘O caminho do crime o atrai’ e o público gritando ‘Sem anistia!’. Ficou perfeito, né? Acabou a música, eu realmente dei apoio. Falei: ‘É isso aí! Sem anistia!’. Aí, eu comecei a ser hostilizado por um grupinho —que teve o seu direito de dar opinião, que é a favor da anistia, e eu também tive o meu direito de comentar a vaia deles”, disse o vocalista à Billboard.
meia dúzia de bolsonaristas passaram aquela VERGONHA durante o show do IRA em Contagem. Eles vaiaram a banda após o vocalista Nasi gritar ‘Sem anistia!’: “Vão embora e não voltem mais aos nossos shows. Não comprem nossos discos. Não apareçam mais. É um pedido que faço a vocês." pic.twitter.com/eX2KrHbXiF
— Política e Fatos (@politicaefatos) April 3, 2025
Para Nasi, as pessoas deveriam ter outras preocupações: “A discussão deveria ser: ‘vamos tentar ver a questão com isometria’. Mas impunidade para os golpistas? Para planos de assassinato? A gente estaria em uma ditadura. É muito sério isso. A maioria da população brasileira já mostrou que é contra a anistia.”, declarou.
Ele ainda apontou que não expulsou ninguém do show. “Eu falei assim: ‘Olha, vocês não conhecem a história do Ira, não conhecem as letras do Ira!’”. Nasi explica que o Ira! é uma banda progressista, e que prezam pela democracia e que passaram pela ditadura. “Eu não quero ter público fascista. Agora, se o público fascista, de extrema-direita, quer consumir minha música, o que eu posso fazer? Posso fazer nada. Não é do meu agrado, sabe? Eu não quero”, disse o músico.
E completou, mencionando outras bandas: “Tem outras bandas. Vão curtir Ultraje a Rigor. Eu tenho 50 shows até o final do ano. O Ultraje tem seis. Por que eles não vão encher o saco dos contratantes para contratar esses porras?”.
Ao ser questionado qual seria a sua reação caso os shows no sul do país não fossem cancelados, Nasi apontou que não esperava toda a repercussão e frisou que não cometeu nenhum crime. E fez crítica ao cantor sertanejo Gusttavo Lima, “eu não sou cantor que está respondendo por lavagem de dinheiro com o PCC. Não é? Você sabe de quem eu estou falando… Do Gusttavo Lima. O ídolo deles. Eu tenho que ter vergonha? Ou ele? Não tô falando que ele é culpado… Mas só de responder um processo desse, já é uma coisa muito ruim”, disse.
O impacto
Correio do Povo
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