Tucano ainda deixou seu futuro no PSDB incerto, assumindo “ter que buscar outro caminho”, e lançou seu vice Gabriel Souza ao Piratini de forma mais contundente
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) admitiu a possibilidade de concorrer ao Senado Federal em 2026 caso seu projeto presidencial não avance. Cotado para concorrer ao Palácio do Planalto, o tucano considera participar da corrida no Estado diante das múltiplas possibilidades para candidaturas de centro e direita.
“Não é descartado para mim uma eventual candidatura ao Senado. É uma das formas de contribuição com o RS e com o Brasil. Mas essa decisão vai ficar mais para frente. Olho para a eleição presidencial, mas com toda liberdade de construir caminhos”, disse.
Leite fez a declaração durante coletiva no Fórum da Liberdade, onde palestrou ao lado do governador mineiro Romeu Zema (Novo). O tucano foi recebido com um misto de aplausos e vaias da plateia, que entoava “Brasil, pra frente, Zema presidente”. A dupla, tida como presidenciável, trocou afagos durante o painel, intitulado “Qual é o Futuro do Brasil?”.
“Vi que muitos aqui torcem pelo Zema. Zema, se for contigo, ‘tamo junto’. Se for com outro que a gente ache, sem problemas. O importante não é só sobre tirar esse governo (Lula), mas construir politicamente, formar uma coalizão e sustentar uma agenda de transformação para o Brasil”, discursou Leite.
Com tantos nomes cotados para a corrida presidencial, Zema entende a dificuldade de se formar uma grande aliança do centro à direita para polarizar a eleição com o PT. “Eu gostaria que a direita e a centro-direita se unissem. Mas eu e Eduardo Leite sabemos das dificuldades disso se concretizar. Vejo que mesmo que a direita lance dois ou três candidatos, se ela ficar unida no segundo turno, já seria um feito e tanto”, disse o mineiro.
Além de Leite e Zema, há diversas outras peças no lado direito do tabuleiro. Ao menos Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO), Ratinho Júnior (PSD-SC), Pablo Marçal (PRTB-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Michelle Bolsonaro (PL-RJ) são tidos como possíveis herdeiros político-eleitorais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Leite deixa futuro no PSDB incerto e assume “ter que buscar outro caminho”
O Partido da Social Democracia Brasileira vive uma encruzilhada. Os tucanos negociam com ao menos três siglas para uma possível fusão: Republicanos, Podemos e Solidariedade. Antes, já articulou para se juntar ao PSD e buscou uma federação com o MDB. Em meio a muitas possibilidades e poucas certezas, o partido deve definir seu futuro até o final de abril. Incerto também é o destino do governador Eduardo Leite, atualmente considerado como um dos maiores expoentes do PSDB a nível nacional, na legenda.
“Há uma expectativa de que até o final de abril o partido tenha algo bem encaminhado. A partir dessa deliberação é que vou entender se o caminho que o partido adotou atende à minha visão do mudo, da política, da minha participação na política, ou se terei que procurar outro caminho”, declarou o governador gaúcho, ao ser questionado pelo Correio do Povo.
Também citou o caso da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que no início de março trocou o PSDB pelo PSD. O movimento desencadeou uma debandada tucana no estado pernambucano, com a desfiliação da vice-governadora Priscila Krause e de todos os 32 prefeitos da sigla no Estado.
“O PSDB, de fato, viu seu caminho ficar mais estreito. Infelizmente, se perdeu, ao longo do caminho, o protagonismo no debate político brasileiro. Isso enseja discussão ao partido sobre seu futuro. Muitas pessoas começaram a olhar para o seu projeto individual e tomaram a decisão de sair, e eu respeito. Cada um tem seu tempo. É o caso da governadora Raquel Lyra (PE), por exemplo”, disse Leite.
Governador lançou vice Gabriel Souza à sucessão: “vou trabalhar para elegê-lo”
Eduardo Leite deu um passo a mais para trabalhar sua sucessão no Palácio Piratini. Se pretende concorrer nas eleições de 2026, seja à presidência da República ou ao Senado Federal, deve deixar o governo do Rio Grande do Sul em março do ano que vem. Assim, de forma mais contundente, lançou seu vice Gabriel Souza (MDB) para ser candidato.
"Trabalharei aqui para eleger Gabriel Souza governador do Estado porque acredito na capacidade dele de entregar resultado. Acompanhou a gente", declarou Leite.
Correio do Povo
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