Os preços do petróleo derreteram, com queda de mais de 6% nesta sexta e perdas de dois dígitos no mês
Após fechar a quinta-feira, 3, no menor valor em quase seis meses, o dólar disparou nesta sexta-feira, 4, e voltou a superar R$ 5,80, acompanhando a onda de valorização da moeda norte-americana no exterior, em especial na comparação com divisas emergentes e de países exportadores de commodities.
A retaliação da China ao tarifaço de Donald Trump, com imposição de tarifas adicionais de 34% sobre produtos americanos, aguçou os temores de que a guerra comercial desemboque em recessão global. Os preços do petróleo derreteram, com queda de mais de 6% nesta sexta e perdas de dois dígitos no mês.
Trump afirmou que a China entrou em pânico e 'jogou errado' ao retaliar. Falas do secretário do Tesouro, Scott Bessent, ao longo da tarde contribuíram para aumentar a aversão ao risco e jogar o dólar ainda mais para cima lá fora e no mercado doméstico.
Ao pregar a reindustrialização dos EUA, Bessent disse que Trump quebrou o modelo da China com a imposição de tarifas. 'A China está em recessão neste momento e o cenário ideal seria fazer um acordo conosco', disse o secretário, acrescentando que a política dos EUA é de dólar forte. Com máxima a R$ 5,8455 na última hora de negócios, o dólar à vista terminou a sessão em alta de 3,68%, cotado a R$ 5,8350 - maior valor de fechamento desde 10 de março (R$ 5,8521). Foi o maior avanço diário desde o ganho de 4,14% em 10 de novembro de 2022. A moeda acumula ganhos de 2,27% nos quatro primeiros pregões de abril. No ano, recua 5,59%.
'Os efeitos das tarifas nos preços das commodities e a queda do PIB mundial tendem a enfraquecer a balança comercial brasileira, o que pode dar suporte ao avanço do dólar em relação ao real', afirma o economista-chefe da Equador Investimentos, Eduardo Velho. Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY subiu cerca de 1%, com máxima no fim da tarde, aos 103,182 pontos.
Entre as demais divisas, destaque negativo para o dólar australiano, com perdas de mais de 4%, seguido por dólar neozelandês, real e os pesos colombiano e mexicano. 'As moedas de mercados emergentes exportadores de commodities registram forte desvalorização refletindo o aumento da incerteza sobre a economia dos EUA e a possibilidade de recessão', afirma o diretor de Pesquisa Econômica do Pine, Cristiano Oliveira, ressaltando que a disparada do VIX, o chamado índice do medo.
Estadão Coneúdo e Correi odo Povo
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