domingo, 6 de abril de 2025

China registra queixa na OMC contra tarifas dos EUA

 Pequim pediu aos EUA que retirassem as sobretaxas

Governo chinês disse neste sábado que "o mercado falou" após o tarifaço de Trump | Foto: TANG CHHIN Sothy / AFP


China informou ao fim da noite de sexta-feira, 4, que registrou uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) em resposta às novas tarifas dos Estados Unidos. O Ministério do Comércio da China disse, em nota, que as novas tarifas dos EUA são "típica intimidação unilateral" que violam as regras da OMC. O governo chinês pediu aos EUA que retirassem as sobretaxas.

Nesta semana, os Estados Unidos anunciaram a imposição de uma tarifa adicional de 34% sobre as importações chinesas. Essa tarifa se soma a taxas anteriores que os EUA impuseram sobre as importações chinesas, elevando o total de tarifas que esses produtos enfrentarão no mercado americano para cerca de 70%, de acordo com economistas. A China respondeu na sexta-feira com a adoção de tarifas de 34% sobre produtos dos EUA.

A ação da China na OMC tende a ter impacto limitado, já que o mecanismo da organização para resolver disputas comerciais está inativo desde o primeiro mandato do presidente Trump.

O mercado falou

Neste sábado, governo chinês disse neste sábado que "o mercado falou" após o tarifaço de Trump. A manifestação ocorre após a queda acentuada dos mercados de ações depois do anúncio de um novo pacote de tarifas pelo governo americano.

Em uma publicação no Facebook neste sábado, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, descreveu o ataque comercial dos EUA como "não provocado e injustificado". "Agora é a hora de os EUA pararem de fazer as coisas erradas e resolverem as diferenças com os parceiros comerciais por meio de consultas equitativas", escreveu Guo. Ele publicou uma imagem retratando a queda acentuada nos mercados dos EUA junto à sua postagem.

Ontem, a China anunciou uma série de ações retaliatórias aos Estados Unidos. As medidas incluem tarifa recíproca de 34% sobre os produtos americanos importados, controles de exportação a sete categorias de itens relacionados a terras raras e a inclusão de 11 empresas dos EUA à "lista de entidades não confiáveis".

Um editorial deste sábado do Global Times, tabloide apoiado pelo Partido Comunista, disse que, diante das pressões tarifárias dos EUA, a China se tornou "ainda mais confiante, tanto em termos de sua estrutura econômica quanto de seu posicionamento internacional".

As novas restrições de exportações de metais de terras raras pela China podem ser usadas também contra o Japão, aliado dos Estados Unidos. O país é o segundo maior fabricante mundial de ímãs a partir de metais de terras raras, como o disprósio, atrás apenas da China.

Os metais de terras raras são utilizados sobretudo na fabricação de sistemas de defesa antimísseis, submarinos de ataque e jatos F-35. As novas medidas exigem que exportadores chineses de metais de determinadas terras raras cruciais solicitem permissão ao governo chinês, dando a Pequim a capacidade de atrasar ou bloquear as vendas.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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