quinta-feira, 3 de abril de 2025

Câmara de Porto Alegre aprova compra de vagas na educação infantil da rede privada

Embora criticada pela oposição, projeto de lei do Executivo foi aprovado de forma similar a sua redação original

Base garante que preços serão semelhantes aos já praticados; oposição contesta a decisão | Foto: Fernando Antunes/CMPA/CP

Um projeto de lei que autoriza a obtenção de vagas na educação infantil de instituições privadas foi aprovado nesta quarta-feira na Câmara de Porto Alegre. De autoria do Executivo, a proposta prevê que os lugares adquiridos sejam destinados a “crianças em situação de vulnerabilidade social”.

Atualmente, o município só pode adquirir vagas em creches para crianças de 0 a 3 anos. O projeto amplia a possibilidade para a etapa pré-escolar, incluindo a faixa etária de 4 e 5 anos.

Em sessão plenária, a iniciativa foi aceita por unanimidade, com 26 votos a favor. A oposição até tentou modificar o texto por meio de emendas, mas a proposta foi acatada de forma muito similar a sua redação original.

As emendas três, sete, oito e nove foram adicionadas ao projeto de lei. A principal mudança, contudo, dizia respeito ao valor da vaga comprada, que não pode, em hipótese alguma, ser maior do que o da rede parceirizada.

À reportagem, Leonardo Pascoal, secretário municipal de educação, afirmou que o déficit de vagas no ensino infantil é um problema histórico. “A proposta busca justamente ir de encontro com isso: universalizar o acesso às crianças e nos dar flexibilidade para a gestão dos lugares”, explicou.

Quando questionado à respeito dos custos do projeto, o secretário garantiu que as vagas serão adquiridas por preços semelhantes aos já praticados com a rede parceirizada, gerida pelas OSCs. “Isso nos ajudará a reduzir a judicialização das vagas”, complementou.

“O PL evidencia um processo de sucateamento do ensino público”. Jonas Reis (PT), líder da oposição na Câmara, fez questão de deixar claro o seu descontentamento com a ação empreendida pelo governo. “Quatro secretários passaram por lá e não construíram nenhuma escola. Agora, querem comprar vagas”, acusou o petista, fazendo referência as mudanças realizadas no comando da Smed no primeiro mandato de Melo.

Para além disso, Jonas fundamentou a sua argumentação em um ponto central: “quem tem empresa de educação, não quer vender vaga barato”. Ele entende que o ensino não deve ter fim lucrativo, e sim social, uma vez que é um direito a ser garantido.

Correio do Povo 


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