quinta-feira, 27 de março de 2025

“Não dá para a gente ficar quieto” diante das tarifas de Trump, diz Lula

 Presidente dos EUA anunciou tarifas de 25% sobre "todos os automóveis que não sejam fabricados nos Estados Unidos"

Lula adiantou que o Brasil vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) | Foto: Kazuhiro Nogi / AFP


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (27) que o Brasil não pode "ficar quieto" diante das tarifas do governo americano de Donald Trump.

Na quarta-feira, o presidente dos EUA ampliou sua lista tarifária com taxas alfandegárias de 25% sobre "todos os automóveis que não sejam fabricados nos Estados Unidos". A medida também abrange peças sobressalentes.

"Não dá para a gente ficar quieto achando que só eles têm razão e que só eles podem taxar outros produtos", declarou Lula aos jornalistas em Tóquio, no encerramento de sua visita ao Japão. "Vamos tomar as atitudes que nós entendemos que seria bom para o Brasil", frisou.

Lula adiantou que o Brasil vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas americanas de 25% sobre o aço, mas evitou dizer se vai impor taxas aos produtos importados dos Estados Unidos.

O presidente destacou que o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos chega a quase 87 bilhões de dólares (R$ 498 bilhões) e é superavitário para os americanos. Lula também afirmou que as tarifas terão efeito negativo para os Estados Unidos.

"Se ele [Trump] está pensando que tomando essa decisão de taxar tudo aquilo que os Estados Unidos importam, eu acho que vai ser prejudicial aos Estados Unidos. Isso vai elevar o preço das coisas e pode levar a uma inflação que ele ainda não está percebendo".

"Eu acho muito ruim essa taxação porque [...] está dificultando o comércio no mundo", disse Lula. "Esse protecionismo não ajuda nenhum país do mundo", frisou.

O presidente brasileiro afirmou ainda que o presidente americano não é o "xerife do mundo" e que seria importante, ao invés de tomar medidas unilaterais, conversar com os líderes de outras nações. "Não prevejo um quadro positivo nessa política de aumento de taxação”, sublinhou.

AFP e Correio do Povo

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