“Uma coisa que eu quero mudar é estabelecer uma relação com vocês, por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais”, disse Lula no ato oficial da nomeação de Gleisi.
Rogério Mendelski
Gleisi Hofmann (PT-PR) agora é uma das mulheres mais poderosas do governo Lula. Nomeada para fazer andar as relações institucionais do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional, Gleisi também ganhou esta missão política porque no entender do presidente Lula o momento atual com senadores e deputados precisa mudar. “Uma coisa que eu quero mudar é estabelecer uma relação com vocês, por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais”, disse Lula no ato oficial da nomeação de Gleisi. Tal explicação, um pouco ambígua, permite uma dedução sobre beleza física. A oposição poderia entender que Alexandre Padilha saiu do cargo, agora de Gleisi Hoffmann, apenas e tão somente porque é feio. Mas sabemos que o destaque para a “beleza” de Gleisi foi uma retórica pobre para justificar uma nomeação das mais importantes de Lula. A verdade é que o presidente anda com um linguajar meio descalibrado para o cargo que ocupa. E se Gleisi mostrar no novo cargo que é somente “bonita” e não der conta do recado? Ela tem o traquejo e a desenvoltura para lidar com um Congresso no modo efervescência que começa e sentir desconforto com o governo? E não se trata de negociar com a oposição – hoje um caso impossível – mas com o chamado Centrão com parlamentares inquietos e sedentos fisiologicamente por cargos e verbas. Gleisi, além de “bonita” é da corrente radical do PT que não gosta de negociar, logo não vai ser fácil o seu desempenho no tão esperado diálogo de Lula com o Congresso. Ou como diria o brasileiro comum: “beleza não põe a mesa”.
Machismo relativo
Opinião da deputada Rosane Valle (PL-SP): “Lula exonera ministras e desqualifica o feminino ao dizer que bota ‘mulher bonita’ no governo. Para Lula, tudo é relativo, inclusive seu machismo”.
Atitude drástica
Lula já disse que pode adotar uma “atitude mais drástica” caso não encontre uma “solução pacífica” para derrotar a inflação. Como Dom Quixote, Lula vê a inflação como uma luta contra gigantes cruéis, mas a qual, na verdade, com seus componentes (custo de vida, habitação, educação e transportes, ou moinhos de vento) pode ser combatida “lancetando” as despesas descontroladas, gastos sem limites e ministérios inúteis.
Lula e o Banco Central
A nova diretoria do BC, tendo à frente o lulista Gabriel Galípolo, até agora foi poupada por Lula. Os juros altos ainda não se transformaram em alvo para as críticas presidenciais.
Previsão que assusta
Em junho, a meta de inflação irá estourar novamente, como já antecipou a própria direção do BC. Para o mercado, em agosto o acumulado do IPCA em 12 meses deve chegar a 5,82%.
Encruzilhada de Leite
O governador Eduardo Leite falou em rede nacional nos 30 segundos destinados ao PSDB na propaganda partidária como um pré-candidato a presidente. É o melhor nome atualmente dos tucanos, mas tem uma encruzilhada pela frente. Vai renunciar, outra vez, em abril de 2026, para poder disputar a Convenção Nacional?
Cara feia
O presidente Lula disse recentemente para Trump respeitar o Brasil e que “não tem medo de cara feia”. Lula não deveria se preocupar com a “cara feia” de Trump e sim se preocupar com a “cara feia” até de seus eleitores nordestinos. O Nordeste fez uma careta assustadora ao desaprovar o atual governo em 51%.
Inimigo identificado
José Dirceu, festejado por sua volta ao cenário político, definiu a atual situação do governo Lula: “Por que o Brasil está nessa crise permanente de crescimento de voo de galinha? Por causa da concentração de renda, da estrutura tributária e do capital financeiro hegemônico”. Como sempre, a culpa é dos outros.
Correio do Povo
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